115. O Perfeito Amor de Deus

João 15.13

Introdução

  1. Sobre o amor, o famoso poeta português Luiz de Camões escreveu:

O amor é fogo que arde sem se vê

É ferida que dói e não se sente

É um contentamento descontente

É dor que desatina sem doer.

É um não querer, mais que bem querer

É um andar solitário entre a gente

É nunca contentar-se de contente

É um cuidar que se ganha em se perder

É querer estar preso por vontade

É servir a quem vence o vencedor

É ter com quem nos mostra lealdade

Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade

Se tão contrário a si é o mesmo amor?

  1. Esta é realmente uma forma de descrever o amor que pessoas sentem umas pelas outras. Um amor cheio de contradições e consequentemente imperfeito.
  2. Quando, no entanto, a Bíblia afirma a existência do amor de Deus, descreve suas caracterizas e anuncia a possibilidade de ser experimentado, você poderá perceber que o amor de Deus é coerente e perfeito.

Desenvolvimento

  1. Pensemos em seus característicos básicos que o tornam um perfeito amor.

1.1. Incomparável. Está afirmado neste versículo que “ninguém tem”, isto é, nem os pais, nem os filhos, nem os irmãos, nem os parentes, nem os amigos.

1.2. Incondicional. Não espera a pessoa consertar, corrigir, mudar... Aliás quem conserta, corrige e muda são as pessoas ao experimentarem o amor de Deus.

1.3. Imensurável. É tão grande que nunca termina. Não pode ser medido por nenhuma escala humana, porque todas são finitas e Deus é infinito.

1.4. Eterno. É experimentado no tempo presente, continua no futuro e avança plenamente na eternidade. Quando estivermos junto com Deus no porvir, sentiremos o quanto Ele nos ama.

  1. Pensemos também na maior expressão de seu perfeito amor: a vinda de Jesus Cristo a este mundo e seu sacrifício no Calvário.

2.1. Jesus veio a este mundo em demonstração do amor de Deus. Também foi capaz de morrer na cruz em nosso lugar. Em teologia se chama “morte vicária”, que significa morte substitutiva (Romanos 5.6-8: I Pedro 3.18).

2.2. Pilatos deu seu testemunho de que não via nele nenhum crime, razão pela deveria ser solto, o que não aconteceu porque viera para morrer em nosso lugar.

2.3. Não foi morto por exigência das autoridades judaicas que o julgaram e condenaram por inveja religiosa, porém ele mesmo se deu a si mesmo para morrer por nós.

2.4. Sua morte não foi um oportunismo do império romano para sufocar mais um levante social que estaria sendo por ele liderado. Foi um ato espontâneo de se entregar para morrer em nosso lugar para nos perdoar.

Conclusão

  1. Sabe por que nos temos dificuldade em acreditar no amor de Deus expresso através de Jesus Cristo? Porque cada vez mais as pessoas estão se tornando incapazes de fazer alguma coisa pelos outros como mostra de amor mútuo, a não ser em dias de calamidade pública. O provérbio cada vez mais recitado em nossos dias é “Cada um por si e Deus por todos”.
  2. Quando nos tornamos crentes em Jesus, começamos a experimentar o amor de Deus. Se permanecemos crentes, experimentamos ainda mais e somos capazes de amar os outros, sofrer pelos outros, cuidar dos outros, proteger os outros, socorrer os outros, expressando também o perfeito amor divino, pois o “amor de Deus passa a estar derramado em nosso coração”.