157. Nossas Boas Obras

Tito 1.16; 2.7.14; 3.1,8,14

NOSSAS BOAS OBRAS

Introdução

  1. O estudo desta carta paulina quanto ao perfil das pessoas que moravam na ilha de Creta, no Mar Egeu, na Grécia, mostra que elas eram levianas, mentirosas, frívolas, beberronas, glutonas, bestiais e irresponsáveis. A chegada do evangelho naquela ilha, todavia, fez com que muitas daquelas pessoas passassem a ser diferentes. Experimentaram aquilo que Paulo disse que acontece às pessoas que se convertem: “Quem está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo” (II Coríntios 5.17).
  2. Então, ao escrever esta carta para elas através do seu líder espiritual, Tito, o apóstolo Paulo disse, repetiu, insistiu e reafirmou que as boas obras fazem parte dessa nova vida em Cristo Jesus. Significava deixar a vida de pecados, virar as costas para o mundo e dizer não a Satanás, pautando a vida pelas boas ações. A palavra original “ργον” (érgon), cujo significado primário se referia a trabalho, também significava aquilo que alguém se compromete fazer, empreendimento, tarefa, comportamento. Boas obras, portanto, significava um bom comportamento, boas atitudes, agradáveis ações, oportuna caridade. No sentido bíblico, associado a outros textos, além da prática da caridade, mostrava atitudes, procedimentos, ações e reações positivas, corretas, construtivas. São as realizações e feitos exteriores de uma pessoa que evidenciam as qualidades e virtudes que tem no seu interior.

Desenvolvimento

  1. A relevância da prática de boas obras ou comportamentos positivos, corretos, construtivos, caridosos como evidência da experiência de conversão foi radicalmente demonstrada por Tiago quando escreveu sua carta aos cristãos do primeiro século. Ele escreveu: Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento quotidiano e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras (Tiago 2.14-18).
  2. A prática de boas obras ou comportamentos positivos, corretos, construtivos e caridosos também são uma forma de levar outras pessoas a glorificarem a Deus, de acordo com suas palavras ao iniciar o Sermão do Monte, quando disse: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mateus 5.16). Eu sei que fazer coisas para os outros pode parecer exibicionismo e Jesus também disse que a mão direita nem deve ver o que faz a mão esquerda (Mateus 6.3), porém, neste caso, o segredo da interpretação está no fato de que é a outra pessoa beneficiada que glorifica espontaneamente a Deus. A outra pessoa vê o que foi feito e engrandece a Deus.

Conclusão

Não faltam expressões religiosas e seitas que ensinam a prática das boas obras como meio de alcançar a salvação eterna. Biblicamente já sabemos que a salvação eterna é recebida através da fé em Jesus Cristo, mediante o arrependimento de pecados. Todavia, a salvação experimentada faz com que haja bom comportamento, boas atitudes, agradáveis comportamentos, oportuna caridade como um estilo de vida, de acordo com o que ensinou apóstolo Paulo a outra igreja: “E não nos cansemos de fazer o bem, pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos (Gálatas 6.9).