II Pedro 3.9-11.
Introdução
1. Muitos religiosos cristãos pensam que santidade é um atributo que apenas algumas pessoas tem e que para ser reconhecida precisa ser objeto de processo de comprovação, depois de beatificação e finalmente de canonização. Embora documentos religiosos reconheçam que todos são chamados à santidade, apenas alguns conseguem ser santos, vão para o céu e podem intercedem em favor de outros fiéis aqui na terra. Nessa condição passam também a ser objeto de devoção e veneração.
2. Essa, no entanto, não é a verdade bíblica. O que a Bíblia ensina é que a santificação, além de ser uma exigência desde os dias do Velho Testamento, também pode ser efetivamente alcançada por todos os crentes. A Bíblia chega ao ponto de ensinar que todos os crentes são chamados de santos nas páginas do Novo Testamento.
2.1. No Livro de Levíticos esta exigência é categórica: 11.44; 19.2; 20.26. No Livro de Josué é apresentado como condição para que ocorram milagres (Josué 3.5). No Novo Testamento, essa exigência é renovada e mostrada seu alcance pelo apóstolo Pedro (I Pedro 1.15.16).
2.2. No Novo Testamento, todos os crentes são considerados por Deus como santos em Cristo Jesus (Romanos 1.7; I Coríntios 1.2; Efésios 1.1.; Filipenses 1.1.; Colossenses 1.2) .
2.3. Todos os crentes são considerados santos porque foram lavados e purificados pelo sacrifício de Jesus Cristo na cruz do Calvário e receberam o Espírito Santo. Sendo santos são chamados a se santificarem ainda mais (Apocalipse 22.11).
Conteúdo
- Se Deus é santo, exigindo que todos sejam santos e se todos já somos identificados como santos, devendo por isso mesmo ter as atitudes de querer, de buscar e de vivenciar a santidade, o apóstolo Pedro apresenta mais uma motivação: o fim do mundo e a volta de Jesus Cristo.
1.1. Prefaciando o livro “Retorno à Santidade”, T.W. Hunt afirmou: “Nunca houve um tempo na história da Igreja quando o corpo de Cristo precisasse tanto de purificação como agora, no início do século XXI. Deus quer sua Igreja ...esperando pelo ... Senhor Jesus Cristo. Porém a Igreja de hoje é caracterizada pela indiferença, falta de compromisso e mesmo pela imoralidade entre os membros e líderes, nas formas grandes e pequenas, quase imperceptíveis.” Sua idéia é que se estamos às portas da volta de Jesus, então é necessária a “purificação da igreja neste tempo crucial de sua história”. (pg7).
1.2. Pedro apóstolo fez exatamente esse tipo de abordagem, considerando a volta de Jesus como fator determinante para que os crentes tomassem a decisão de serem santos. Escrevendo persuasivamente sobre o fim do mundo, ao final ele fez uma indagação crucial (3.7-11).
- No outro texto em que escreveu sobre santificação, o apóstolo havia dito: “em toda a vossa maneira de viver”. (I Pedro 1.15-16). Significa: em todas as áreas da vida.
2.1. Exatamente com o objetivo de esclarecer que áreas da vida são essas, o autor do livro “Retorno à Santidade”, Gregory Frizzell, menciona pecados de pensamento, pecados de atitudes, pecados de palavras, pecados de relacionamentos, pecados de ação, pecados de omissão, pecados de autocontrole, pecados de autoconfiança.
2.2. O crescimento da santificação pode ser experimentado de duas maneiras: deixando de cometer pecados em todas essas áreas e, se os cometer, a pessoa fazer confissão e pedir perdão. É dessa maneira que você caracteriza as atitudes de cada vez mais ser santo: não pecar e, quando pecar, confessar e pedir perdão.
2.2. Vou ler para vocês um trecho do livro: “Infelizmente, na igreja cheia de programas, a purificação espiritual profunda é ignorada totalmente ou comentada rapidamente de forma superficial... Sem uma profunda purificação espiritual, mesmo a mais brilhante das estratégias não terá poder para trazer o despertamento maciço.... Mesmo as elaboradas estratégias de oração terão um poder limitado sem o acompanhamento de um movimento de profundo arrependimento. (pág 11)”. É o propósito de se purificar ainda mais que faz o crente se arrepender, confessar e pedir perdão, para que sua santificação concedida por Jesus Cristo ganhe visibilidade e reconhecimento.
Conclusão
- Santidade não é uma experiência a ser vivida apenas por algumas pessoas que vão para o céu. É uma exigência a ser plenamente vivenciada por todos os crentes que estão aqui na terra e que estão esperando Jesus voltar do céu.
- Se não é suficiente o fato de Deus ser santo, se não basta o fato de ser necessária a santificação para que milagres ocorram, se não é satisfatório o fato de todos serem chamados de crentes nas cartas apostólicas, então sejamos todos santos em todo o modo viver porque o mundo está acabando e Jesus vai voltar! A hora é de todos serem santos!