Atos 16.30,31
INTEGRAR A FAMILIA NA IGREJA
Introdução
- Penso que todos já sabem sobre a necessidade de os novos crentes serem imediatamente integrados à igreja. Depois de ouvir a pregação e se converter a Jesus Cristo, precisam se tornar membros da igreja, aprendendo continua e crescentemente as doutrinas básicas da fé cristã. Em tempos antigos, essa necessidade foi muito bem exposta no clássico livro “Integração Segundo o Novo Testamento”, de William Moore. Nos tempos atuais, esse procedimento tem sido enfatizado através dos “Cursos de Discipulado”, cujo objetivo é fazer os novos crentes seguirem os ensinos de Jesus Cristo.
- O que precisamos, também, por outro lado, é estender essa ação evangelizadora e integradora individualizada também aos familiares dos novos crentes. Não apenas pensar em evangelizar e integrar uma pessoa à igreja, numa visão individualizada da salvação. Precisamos ver em nossos dias também o que o texto de Atos mostra ter acontecido no primeiro século várias vezes. Assim como o carcereiro de Filipos se converteu e também seus familiares, ver o mesmo acontecendo em nossa igreja.
Desenvolvimento
- É evidente que a salvação eterna tem uma dimensão individual. Doutrinariamente a Bíblia ensina que “cada um dará conta de si mesmo a Deus” (Romanos 14.12). Provavelmente com essa interpretação de que Deus vai julgar cada pessoa individualmente (Salmo 62.12; Mateus 16.27), foi que o carcereiro perguntou a Paulo apóstolo sobre o que fazer para ser salvo: “Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar?”. Estava pensando apenas na sua própria salvação.
- Respondendo à sua pergunta sobre como ter a salvação, Paulo apóstolo foi um pouco mais além e incluiu a sua família. Paulo lhe disse: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa”. Lembrou que ele tinha uma família, que igualmente necessitava de salvação.
2.1. Para chegar a esse nível de interpretação, precisamos compreender que Deus também quer salvar pessoas e suas famílias. Deus quis salvar Noé e sua família. Deus quis salvar Ló e sua família. Deus quis salvar Zaqueu e sua família. Deus quis salvar Lídia e sua família.
2.2. Para chegar a esse nível de interpretação, precisamos agir como o carcereiro de Filipos, que ao saber dessa verdade, imediatamente levou o apóstolo Paulo para dentro do seu lar, a fim de sua família ouvisse o evangelho. A salvação dos familiares depende, portanto, do interesse de Deus e do testemunho do familiar que se converteu. É ele quem leva os evangelistas, os pregadores, os cultos para a sua casa.
- Um dos resultados das igrejas que adotam o método de grupos familiares ou grupos nos lares ou grupos de comunhão ou igrejas em células é que, havendo estudos bíblicos, orações, louvores e confraternização nas casas, familiares ainda não convertidos, familiares indiferentes, familiares que jamais entrariam num templo passam a ter uma compreensão melhor a respeito da fé cristã. Nessas igrejas, às vezes ocorre de famílias inteiras serem batizadas e se tornarem membros da igreja. Se não acontece de repente, vai acontecendo ao longo do tempo.
- Por outro lado, encarando a realidade de que nem todos podem se converter, mesmo com todo o esforço e empenho do crente e mesmo sendo essa vontade de Deus, é preciso aceitar a rejeição daqueles não querem ser crentes. Aliás, Jesus mesmo advertiu antecipadamente que, dependendo da situação, os inimigos de um crente poderão ser seus próprios familiares. Jesus disse: “Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; E assim os inimigos do homem serão os seus familiares” (Mateus 10.35,36).
Conclusão
Uma família integrada na igreja não é um passe de mágica, mas resultado da vontade de Deus, do agir do crente em pensar na família e de cada familiar em também querer a salvação. A conjugação desses três fatores certamente continuará reproduzindo em nossos dias o que aconteceu no primeiro século, com a família do carcereiro de Filipos.