Gênesis 26.8
BRINCAR PARA NÃO BRIGAR
Introdução
- Quando as pessoas formam parcerias, seja por amizade, por sociedade comercial ou por enlace conjugal, elas também têm que lidar com diferenças de personalidade, o que já temos estudando.
1.1. Uma dessas diferenças diz respeito a uma pessoa ter personalidade séria e outra ter personalidade brincalhona. Normalmente as pessoas extremamente sérias não gosta de brincadeiras e a pessoa extremamente brincalhona se sente mal com a seriedade.
1.2. Se já aprendemos que a vida não deve ser “nem tanto ao mar e nem tanto à terra”, principalmente em termos de casamento, já sabemos que na verdade a idéia das diferenças no relacionamento conjugal é para que um complete o outro.
1.3. Em outras palavras: aqueles que são muito sérios também se tornem brincalhões e os que são muito brincalhões também levem a vida a sério.
- Mais ainda: no caso do matrimônio, um pouco de brincadeira ajuda as pessoas a brigarem menos. Um pouco de bom humor sempre é componente saudável no relacionamento conjugal para diminuir tensões, aliviar estresse, desfazer mal-entendidos, diminuir conflitos.
Desenvolvimento
- O texto bíblico que retrata a vida matrimonial de Isaque e Receba mostra uma ocasião na vida do casal quando eles separaram um momento para brincar.
1.1. No caso deles, aquele momento de brincadeira a dois era extremamente importante, pois estavam chegando numa cidade estranha, não sabiam o que poderia lhes acontecer, tinham até medo de morrer.
1.2. Os desafios da vida atual, os compromissos financeiros, a responsabilidade de educar os filhos, a definição da vida profissional, os cumprimentos de deveres também levam os casais a descobrirem a importância de brincarem para não brigarem.
1.3. Embora não seja o ideal, mas sendo o real, às vezes acontece um desentendimento, uma rusga, um atrito. O problema é quando isto se torna constante. Um modo de evitar essa constância do conflito é alterná-lo com brincadeiras. Assim o casamento vai se tornando agradável, o dois passam a rir mais e a relação vai se tornando duradoura.
- Há algum tempo, quando resolvi novamente comentar esse assunto, fiz um estudo exegético sobre a palavra “brincar” aqui registrada em nossa tradução. Confirmei que realmente o significado original da palavra hebraica “צָחַק” (tsâchaq) é sorrir, brincar, gracejar, divertir. Tem o mesmo significado nas outras passagens bíblicas em que a palavra aparece.
2.1. Fiz o estudo porque alguém teria sugerido que o texto seria um eufemismo, querendo dizer que eles estavam tendo intimidade conjugal num tipo de brincadeira que faziam. Estavam se acariciando um ao outro. Por isso, o rei, de longe, ao ver a brincadeira deles, percebeu que eram marido e mulher, pois somente marido e mulher poderia brincar como eles estavam brincando.
2.2. De qualquer maneira, seja numa interpretação literal, seja numa figura de linguagem, a cena significa que um casamento saudável que vai aprofundando seus vínculos é aquele em que as brincadeiras próprias de uma intimidade conjugal também dele fazem parte, pois através delas o casal vai se tornando mais espontâneo, livre e próximo.
Conclusão
- “Li sobre um estudo que indica que as pessoas que riem vivem mais. O humor é um solvente da tensão. É um antídoto para a ansiedade. É um tranquilizante sem nenhum efeito colateral. O riso é o amortecedor nos choques da vida”. (Rick Warren, em "Poder Para Ser Vitorioso", pg. 95 - Ed Vida).
- Eu sempre gosto de lembrar a entrevista que uma repórter da BBC de Londres fez a um casal que completava 75 anos de casamento. Indagado sobre os motivos, eles citaram três: “sempre se perdoaram, sempre estavam de mãos juntas, sempre se beijavam” (inclusive, na hora, a esposa deu um beijo no esposo).
- À luz da Bíblia e do relacionamento de Isaque Rebeca, eu acrescento mais essa atitude: procurem sempre brincar no sentido de brincadeira e no sentido de intimidade.