155. A Santificação do Crente

I Pedro 1.15,16

A SANTIFICAÇÃO DO CRENTE

Introdução

  1. A Bíblia trata da santificação do crente de duas maneiras.

1.1. Existe uma santificação a nós atribuída, razão porque até somos chamados de santos nas cartas apostólicas. É uma santificação feita pela Palavra que chegou até nós (João 17.17). É uma santificação feita pelo sangue de Jesus sobre nós derramado (Hebreus 10.10). É uma santificação feita pelo Espírito Santo que passou a habitar em nosso coração (II Tessalonicenses 2.13).

1.2. A outra santificação é resultado da obediência a um mandamento que devemos cumprir, conforme nos foi apresentada pelo apóstolo Pedro quando escreveu esta sua carta, entre outros textos bíblicos.

Desenvolvimento

  1. Pensando especificamente na santificação como mandamento que devemos cumprir, logo de imediato percebemos que o verbo usado está no imperativo: “Sede vós santos”.

1.1. Significa que se Deus já nos atribuiu a categoria de santos, então devemos assim agir imperiosamente, não sendo, portanto, uma opção ou escolha. Não é uma solicitação, um pedido. É, sim, como imperativo, uma obrigação. Estão, assim, enganados os crentes que pensam não ter compromisso com uma vida santificada.

1.2. Josué dizia às pessoas em seus dias também dessa maneira: “Santificai-vos porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós” (Josué 3.5). As maravilhas que iriam ocorrer, os milagres que iriam acontecer, as manifestações do poder de Deus estavam condicionadas à atitude de se santificar.

1.3. Para enfatizar ainda mais esse imperativo, o autor da carta aos Hebreus chegou ao ponto de declarar: “Sem santificação ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12.14). Não há experiência de comunhão com Deus de forma real sem que não seja precedida de santificação.

1.4. Um menino que morava numa cidade do interior, certa vez ouviu de seu pai que não se aproximasse das margens do rio que havia perto da casa, pois era muito perigoso. Mas o menino em vez de fazer o que seu pai dissera, resolveu ir até à beira do rio e ficou fascinado pelas águas, dando um rápido mergulho. Ao se lembrar da recomendação do pai, voltou depressa, passando pelo pomar e encheu suas mãos de morangos para agradar ao pai, que ao vê-lo chegar lhe disse que obedecer era melhor do que dar presentes.

  1. Ainda pensando especificamente na santificação como mandamento que devemos cumprir, percebemos também que na linguagem do apóstolo Pedro ela alcança todas as áreas da vida: “Sede vós também santos em toda vossa maneira de viver”.

2.1. Isto significa que não há áreas de sua vida onde a santificação não vai ser exigida. Tudo está incluído, como por exemplo: as conversas, os negócios, o namoro, noivado e casamento, as amizades, as compras de produtos, os compromissos assumidos, os empréstimos, os pagamentos, o serviço prestado, as diversões e entretenimentos, o uso do computador, do celular e da internet, o manuseio de revistas e jornais, os filmes e vídeos assistidos. Tudo o que fizer, deve fazer como uma pessoa santificada.

2.2. A Bíblia narra a história quando Josué quis conquistar a cidade de Ai e foi derrotado. Ao cair de joelhos e perguntar a Deus o motivo, Deus lhe disse para levantar e santificar o povo. Com esse procedimento, Acã acabou confessando que havia pecado, escondendo em sua tenda despojos da batalha anterior: uma bela capa babilônica, 200 siclos de prata, uma barra de ouro (Josué 7.20,21). Para terem vitória precisaram resolver aquele problema de pecado escondido.

  1. Finalmente pensando especificamente na salvação como mandamento que devermos cumprir, percebemos ainda que a motivação dessa santidade é o próprio Deus: “Como é santo aquele que vos chamou”.

3.1. A santidade do crente, portanto, está relacionada à santidade de Deus com quem tem comunhão e a quem serve. Pertencer a um Deus santo implica em também ter santidade.

3.2. Essa associação feita pelo apóstolo Pedro foi extraída de Levítico 19.2: “Fala a toda a congregação dos filhos de Israel, e dize-lhes: Santos sereis, porque eu, o Senhor vosso Deus, sou santo”. Um mandamento que foi dado no passado aos israelitas  foi renovado para os crentes em Jesus Cristo.

Conclusão

Se Deus já nos chama de santos, consequentemente não nos resta outra alternativa senão a de praticar a santidade em toda a nossa vida cristã como um imperativo. Se não conseguirmos de maneira total, pois ainda estamos na carne, devemos lembrar que Jesus Cristo ensinou ter Ele também se santificado para completar nossa santificação (João 17.19). Mediante confissão e perdão devemos continuar a vida cristã tendo a santificação como propósito a ser cumprido integralmente.