Lucas 20.34-36
CASAMENTOS NO CÉU
Introdução
- A propósito da belíssima música romântica que foi cantada pela cantora canadense Céline Dione, por ocasião da abertura dos jogos olímpicos em Paris, na Franca (2024), eu voltei a pensar no assunto a respeito de como serão as relações humanas lá no céu, principalmente quanto ao relacionamento das pessoas casadas.
1.1. A história romântica da cantora é impressionante, tendo se apaixonado pelo homem com que se casou quando estava com 12 anos de idade e ele com 38. Depois de passarem por várias experiências, finalmente eles se casaram, estando ela com 26 anos e ele com 52. Aos 62 anos de idade, depois 16 anos de casamento, ele morreu, interrompendo o romance deles.
1.2. Ouvi-la cantando em Paris a música “Um Hino ao Amor” fica impossível não perceber o amor pelo seu marido e seu desejo de encontrar com ele no céu, após a sua morte também. A música diz assim no final: “Quando enfim a vida terminar e dos sonhos nada mais restar, num milagre supremo, Deus fará no céu te encontrar”.
1.3. Acredito que muitas pessoas apaixonadas também teriam esse mesmo desejo, continuando a amar seu cônjuge por toda a eternidade, permanecendo juntos no céu como marido e mulher.
- Ocorre, todavia, que por mais que eu fique sensibilizado com esse tipo de expectativa matrimonial, não posso esquecer o ensino de Jesus Cristo a respeito de como serão as relações matrimoniais no céu. Jesus ensinou que no céu ou na eternidade ou após a ressurreição final as pessoas não se conhecerão mais como marido e mulher. Ele disse: “Não se casam e nem se dão em casamento, mas serão como os anjos no céu”.
Desenvolvimento
- O assunto foi levado a Jesus a propósito de uma tradição cultural israelita. Essa tradição estava baseada em Deuteronômio 25.5: “Se irmãos morarem juntos e um deles morrer sem deixar filho, a mulher do falecido não se casará com homem estranho, de fora; seu cunhado estará com ela, e a tomará por mulher, fazendo a obrigação de cunhado para com ela”.
1.1. Para que pudessem apanhar Jesus em alguma falha quanto aos seus ensinos, os saduceus criaram uma estória onde sete irmãos teriam se casado com uma mulher e queriam saber de quem ela seria esposa, após a ressurreição (Lucas 20.27-33).
1.2. Nesse momento Jesus deixou um ensino que serviu para eles e que também deve ser aplicado a nós, principalmente quando somos motivados pela expectativa romântica de continuarmos nos amando no céu, como marido e mulher. Jesus esclareceu, portanto, que no céu não existirão laços matrimoniais, mas nosso relacionamento será espiritual à semelhança dos anjos.
- Além de ter feito esse esclarecimento doutrinário, podemos desdobrar os efeitos dele em outros dois outros ensinos.
2.1. Se realmente nos amamos aqui na terra como namorados, noivos e casais, precisamos trazer para esta realidade terrena as atitudes que gostaríamos de ter no céu. Em outras palavras, precisamos fazer do nosso casamento um paraíso na terra. Precisamos realmente ser gentis e meigos, românticos e afetuosos, cuidadores e responsáveis, amigos e solidários, fiéis e leais, companheiros e próximos, perdoadores e reconciliadores, amantes e amados.
2.2. Perceber que não havendo relacionamento matrimonial, haverá, todavia, algum tipo de relacionamento suficiente para que nos sintamos bem uns com os outros, quando estivermos no céu. Esta percepção tem como base bíblica a experiência do encontro de Jesus com Moisés e Elias, no monte da transfiguração. Mesmo que Moisés, Elias e os apóstolos João, Pedro e Tiago não tivessem vivido juntos, na mesma época e lugar, ao estarem com Jesus no monte da transfiguração, eles se conheceram espiritualmente, inclusive conversando (Mateus 17.1-8: Lucas 9.29-36).
Conclusão
Romanticamente, gostei de ouvir mais uma vez a música cantada por Céline Dione. Também gostei do romantismo expresso na letra da música. Até aceito o seu final como “licença poética”. Todavia, não consigo deixar de acreditar no ensino de Jesus Cristo a respeito de como serão os relacionamentos humanos no céu. Jesus foi claro: no céu não se casam e nem se dão em casamento, mas são como anjos.