Mateus 24.13
Introdução
- Para algumas pessoas, ao fazer esta afirmação, Jesus estava se referindo ao “fim” no sentido de fim da história humana na Terra. Outros acham que Jesus queria falar sobre o fim da vida de cada um de nós. Para mim, o que importa é que Jesus acentuou a necessidade de todos os que nele acreditam também serem perseverantes até o fim, seja em que significado for.
- Perseverar que dizer: insistir, permanecer, persistir, continuar, ser constante, ser assíduo, não desistir, não renunciar, não recuar, não ceder, não renegar, não abdicar...
Desenvolvimento
- Foi a partir deste desafio colocado por Jesus que surgiu a doutrina da perseverança do crente.
1.1. Doutrinariamente, o teólogo e apóstolo Paulo ensina sobre ela usando outras expressões com o mesmo sentido: Efésios 1.13; Filipenses 1.6; II Tessalonicenses 3.3; II Timóteo 1.12. Nestas suas afirmações, em outras palavras, a perseverança é resultado do poder de Deus na vida do crente e não de seu esforço pessoal.
1.2. Doutrinariamente, o teólogo batista Walter Conner escreveu: “O mesmo Deus que pelo seu Espírito gerou no princípio a vida cristã e a fé em nosso coração conserva viva essa fé... O homem é livre em sua fé perseverante e ele principia numa fé que é livre e continua livre... O mesmo Espírito conservará a fé viva sem violar-lhe a vontade” (pg. 211). Em outras palavras: perseverança do crente é resultado do poder de Deus, sem incluir o esforço humano de quem quer que seja.
- O próprio Jesus Cristo falou dessa realidade humana de desistir da fé cristã, quando contou a história do agricultor que plantava sementes. Algumas delas caíram em terrenos que não germinaram para se tornar planta frutífera. Explicando uma situação, Jesus disse: “A semente é a Palavra de Deus... Os que estão sobre a pedra, estes são os que ouvem a palavra e a recebem com alegria, mas como não tem raiz, apenas creem por algum tempo e no tempo da tentação se desviam” (Lucas 8.11-13).
2.1. Jesus já se antecipou esclarecendo que algumas pessoas que creem só o fazem por um tempo. São crentes apenas por 1, 2, 5, 10 anos... Depois de algum tempo, deixam a igreja e voltam para o mundo.
2.2. Exatamente pensando na importância da perseverança, costumo perguntar: “O que afasta as pessoas que se dizem crentes são as tentações e os pecados? E o fato de não conseguirem viver sem pecar?” Deus já providenciou recursos para o crente que pecou possa perseverar. Deus já nos ofereceu o arrependimento, a confissão e o perdão. O problema, portanto, não é pecar, mas adotar um estilo de vida pecaminoso que o faz voltar ao mundo, desistindo da fé cristã: (Provérbios 24.16; Mateus 18.20-22; I João 1.8;2.1).
- O Dr. Conner, em seu livro clássico de Teologia Sistemática escreveu: “O ensino do Novo Testamento é que a iniciativa da salvação pertence a Deus. Isto está de acordo com a ideia de que o crente persevera porque Deus o preserva. A vida de fé no homem é uma atividade criadora durante todo o curso. A salvação não é um trabalho de cooperação da parte de Deus e do homem. É Deus quem opera em nós tanto o querer quanto o fazer no sentido de realizar a sua boa vontade em nossa salvação. A salvação não é parcialmente de Deus, mas inteiramente. É errado afirmar que Deus faz a maior parte da salvação. Ele faz tudo” (pg. 212). Em outras palavras: é inevitável que os verdadeiros crentes sejam perseverantes, pois Deus mesmo os sustenta.
Conclusão
Se alguém começa uma vida cristã e depois desiste, na verdade não teve uma genuína experiência de conversão que lhe produziu regeneração, isto é uma nova natureza que o manterá no exercício contínuo da fé. A sua experiência foi baseada em outros fatores, quais sejam: emocionalismo, racionalismo, interesses secundários, má compreensão do evangelho, pregação distorcida.
Seja até o fim de sua vida neste mundo, seja até o fim do mundo, sua salvação inclui sua perseverança, pois é obra de Deus em seu coração.