II Timóteo 4.14
PESSOAS QUE MALTRATAM
Introdução
- Sobre a natureza humana, vários estudos já concluíram que algumas pessoas são más e outras são boas. Também que às vezes pessoas boas fazem coisas más e pessoas más fazem coisas boas. Enfim, de acordo com fatores genéticos, socioculturais e circunstanciais, os seres humanos podem ser bons ou maus de maneira contínua ou alternada.
- Além de ter reconhecido a influência bondosa de muitas pessoas em seus relacionamentos, conforme outras cartas escritas, neste texto endereçado a Timóteo, Paulo aposto menciona especificamente uma pessoa que lhe fez “muitos males”. Não nos fornece muitas informações sobre o que havia ocorrido, mas apenas seu nome e sua atividade profissional: Alexandre, um ferreiro, isto é, um artífice em metais.
Desenvolvimento
- Se não fôssemos crentes em Jesus Cristo, nossa experiência humana neste mundo seria naturalmente inserida nessa realidade sobre as pessoas fazerem mau umas as outras e até estaríamos a isto acostumados. Aliás, teríamos histórias a contar sobre pessoas que nos maltrataram e também teríamos constantes lembranças de maldades que fizemos a outras pessoas. Seria um estilo de vida, com o qual já estaríamos acostumados e até competindo e fazendo retaliações reiteradas. Essa maldade estaria presente com frequência nos ambientes familiares, profissionais, estudantis, comerciais, vizinhança e outros relacionamentos sociais.
- Ocorre, todavia, que a experiência cristã de conversão e seus respectivos ensinos, além de fatores genéticos e socioculturais, recomendam a prática da bondade para com os outros e a expectativa de também sermos tratados pelos outros com bondade. Essas recomendações e expectativas, quando não são atendidas, nos causam frustrações, desencantos, tristezas, infelicidade, afetando nossa alegria de viver, nossa fé em Jesus Cristo e nosso louvor a Deus.
2.1. Uma vez experimentando esses sentimentos negativos, porque ainda somos humanos mesmo sendo cristãos, estamos sujeitos a reagir de várias maneiras. Por exemplo: nós mesmos revidar o mal com o mal, isto é, praticar a vingança; desejar e esperar que a pessoa também sofra o mal por parte de outros, para sentir na pele o que nós sentimos; orar para que a pessoa seja punida e castigada por Deus como sistema de compensação e justiça carnal.
2.2. Diante do que experimentou sobre o mal que Alexandre lhe havia feito, Paulo apóstolo compartilhou sua reação. Ele deixou escrita a seguinte expressão: “O Senhor lhe pague segundo as suas obras”. Outras traduções podem nos ajudar a entender o que estava dizendo: “O Senhor lhe dará a retribuição pelo que fez” (NVI), “O Senhor lhe dará a recompensa de acordo com o que ele fez” (NTLH), “O Senhor com certeza lhe retribuirá conforme as suas atitudes” (VKJ).
2.3. Analisando sua reação, concluímos que Paulo apóstolo não fez um pedido a Deus para que houvesse vingança, pois seria contrário aos ensinos cristãos. Também não ficou na expectativa de que alguém faria o mesmo com Alexandre. Ele deixou os desdobramentos do que iria acontecer a Alexandre nas mãos de Deus, descansando no que a Bíblia já ensinava desde os tempos antigos sobre essa situação. Em Salmo 62.12 está escrito: “O Senhor retribuirá a cada um segundo a sua obra”. Em Provérbios 24.12: “Deus pagará de acordo com que cada um fizer”. Em Romanos 2.6: “Deus retribuirá a cada um conforme o seu procedimento”.
Conclusão
Quando alguém lhe fizer o mal que você não esperava e com o qual você foi surpreendido, a Bíblia lhe ensina duas reações cristãs: perdoe a pessoa o que ela fez e, se não conseguir, deixe a pessoa nas mãos de Deus. Consequentemente, agindo assim, não permita que essa pessoa e o ocorrido lhe estraguem a vida, tirando sua alegria e esperança sobre a mudança dos efeitos em sua história pessoal e familiar. Mais ainda: procure nunca fazer o mal às pessoas, esforçando-se para ter a prática da bondade como um estilo de vida.