Romanos 11.25,26
O FUTURO DE ISRAEL
Introdução
- Os acontecimentos ocorridos em l947, quando foi reconhecido pela ONU a existência do Estado de Israel, assim como os consequentes conflitos ocorridos ao longo dos últimos anos, principalmente promovidos pelos palestinos que se manifestam contra esse fato, continuam colocando esse povo periodicamente no palco das notícias internacionais.
- Se grupos terroristas já declararam abertamente o propósito de destruir essa nação, o que encontra ressonância em alguns países que lhes fornecem armamento, treinamento e estratégias, sempre surgirão perguntas sobre o futuro de Israel, seja em termos geográficos, políticos, econômicos, científicos, históricos, seja em termos bíblicos. Pensando especificamente em termos bíblicos, uma pergunta é se aos olhos de Deus existiria um futuro para esse povo, principalmente em termos espirituais e eternos? Outra pergunta é se esse povo, que rejeitou Jesus Cristo como Messias e assim continua agindo até o presente momento, terá por parte de Deus também sua condenação eterna, mesmo que continue figurando geograficamente na relação das nações que habitam a Terra?
Desenvolvimento
- Foi no objetivo de responder a essas perguntas, que o apóstolo Paulo resolveu incluir, em sua carta escrita aos cristãos da cidade de Roma, uma palavra que pudesse esclarecer os pensamentos de todos os que estivessem interessados nesse assunto.
1.1. À luz do Velho Testamento, não há como negar que esse povo foi escolhido por Deus, diferentemente de outros povos, para manifestar sua glória e poder entre os homens. Desde os dias do pacto feito com Abraão, assim como de sua formação através de Moisés como nação e dos desdobramentos que surgiram com os reinados de Davi e Salomão, que expandiram suas fronteiras geográficas, a Bíblia revela que Deus fez desse povo um instrumento para que seus desígnios fossem conhecidos. Cada um dos profetas, que lembrou esse propósito e advertiu pelo seu não cumprimento, manteve a ideia de que Deus fizera deles um povo escolhido.
1.2. O clímax desse propósito divino de abençoar todas as famílias dos povos, através desse povo, seria alcançado através da chegada do Messias prometido. Sobre a vinda desse Messias foram feitas várias profecias fornecendo detalhes, a fim de que sua chegada pudesse ser reconhecida e aceita. Admitindo o fato de que mais de 300 profecias foram cumpridas em Jesus Cristo, das quais foram destacados o seu nascimento de uma virgem, a cidade onde nascer, sua descendência, seu poder, sua rejeição, prisão, morte e ressurreição, inegavelmente seus primeiros discípulos eram judeus. Num certo sentido, seria correto dizer que judeus receberam e creram em Jesus Cristo como Messias, inclusive o próprio apóstolo Paulo que usa sua experiência pessoal como prova desse fato (Romanos 11.1).
1.3. Ocorreu, todavia, que o povo judeu, como nação escolhida por Deus para receber o Messias, não viveu esse papel. Pelo contrário, se vários judeus o receberam e nele acreditaram, outros judeus o rejeitaram, perseguiram, prenderam e promoveram sua morte por crucificação. Este fato histórico é, portanto, conhecido como a rejeição de Israel ao Messias. Este fato, consequentemente, levaria Israel a também ser rejeitado por Deus, sendo substituído, como alguns teólogos assim argumentam, pela Igreja.
- Por tudo isso é que o apóstolo Paulo se propôs a explicar qual será o futuro de Israel, como povo escolhido que rejeitou o Messias. Sua afirmação é contundente em dizer que “Deus não rejeitou o seu povo” (Romanos 11.1).
2.1. Paulo apóstolo interpreta que Deus usou essa incredulidade de Israel para abrir as portas da salvação eterna para os outros povos (Romanos 11.11), a fim de que em seu reino estejam pessoas de “todas as nações, tribos, povos e línguas” (Apocalipse 7.9).
2.2. Paulo apóstolo interpreta que, passado o tempo para as pessoas de todas as nações, tribos, povos e línguas conheçam o evangelho e creiam em Jesus Cristo como Salvador, o povo de Israel, como nação, será salvo: “o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. E assim todo o Israel será salvo”.
Conclusão
O esclarecimento de Paulo apóstolo é encerrado neste ponto, sem fornecer detalhes sobre como Israel aceitará Jesus Cristo como Messias. Na visão do apóstolo João, na ilha de Patmos, por ocasião do fim do mundo e da volta de Jesus Cristo, está revelado que serão selados 144 mil indivíduos de todas as tribos de Israel (Apocalipse 7.4). Considerando que este é também um livro simbólico, esse número de 144 mil pessoas certamente é simbólico, mas explicita que são de todas as tribos, isto é, fazem parte da nação. Evidentemente, à semelhança do que ocorre com outros povos e nações, também haverá entre os israelitas pessoas que permanecerão incrédulas, rejeitando Jesus Cristo como Messias. O futuro, todavia, de Israel, como povo é também participar da salvação eterna, tem Jesus Cristo como seu Messias Salvador e Senhor.