Hebreus 11.24-26
RADICALIMSO CRISTÃO
Introdução
- Vez por outra alguém declara que certas atitudes, posicionamentos e crenças dos crentes não passam de radicalismo religioso. É como se estivessem dizendo que os crentes não deveriam ser radicais, isto é, não deveriam discordar aberta e frontalmente de certas atitudes, posicionamentos e crenças da sociedade onde estão inseridos. É como reivindicar que os crentes deveriam ser flexíveis, tolerantes, complacentes, condescendentes, com o que é errado, injusto, mau, imoral e mal.
- Ocorre, todavia, que se o crente em Jesus Cristo não for radical em suas atitudes, posicionamentos e crenças, ele estará negando que esta é também uma necessidade da igreja atual, assim como foi da igreja ao longo dos tempos. Sobre esse ponto de vista, o teólogo Richard Niebuhr disse: “O comportamento radical foi vital para a preservação da fé cristã, chegando a dizer que se hoje existe fé, essa fé não teria resistido não fosse atitudes radicais de cristãos que não se dobraram diante as grandes ameaças de aniquilação a essa mesma fé” (https://www.ultimato.com.br/comunidade-conteudo/radicalismo-uma-necessidade-vital-para-a-igreja-hoje).
Desenvolvimento
- Eu sei que fica mais fácil se conformar com o mundo e a sociedade: fazer o que os outros fazem, pensar o que a maioria pensa, usar o que todos usam. Fica mais fácil fazer de conta que está certo, fazer vista grossa ao mal, ignorar as práticas injustas, calar-se diante do que é mau, negar que seja imoral. Agindo assim, os crentes poderiam ser mais aceitos, poderiam ser tido como amigos e até poderiam desfrutar de muitas oportunidades.
- Essa, todavia, não foi a atitude de Moisés quando se viu diante da possibilidade de flexionar, tolerar, condescender com o que estava sendo oferecido para desfrutar de privilégios no mundo egípcio e na sociedade onde estava inserido.
2.1. O registro do ocorrido informa que ele “recusou” algo que seria de muito status para ele. Significa, em outras palavras, que ele também sabia dizer “não” às melhores ofertas que pudessem existir. Por mais forte que sejam as ofertas, em nossos dias, o crente é desafiado a ser radical, isto é, a dizer “não” ao que possa comprometer e prejudicar seus princípios e valores cristãos. Aliás, achei muito interesse o título de um livro: “Quem sabe dizer sim, sabe dizer não”.
2.2. Ele também “escolheu” algo que lhe traria sofrimento e dores. Significa, em outras palavras, ter capacidade de saber que as consequências de ser crente podem ser desagradáveis, adversas, aflitas. Por mais fortes que sejam as consequências nesse sentido, os crentes que tiveram uma verdadeira experiência de conversão foram informados que no pacote também estariam padecimentos. Paulo apóstolo foi muito claro nesse sentido: “Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele” (Filipenses 1.29). A vida cristã em confronto com a sociedade e o mundo pode não ser um mar de rosas num céu azul.
Conclusão
Mesmo perdendo posição social, poder político, recursos financeiros, prazeres carnais, status palaciano, Moisés levou em consideração a visão de que as recompensas espirituais em Jesus Cristo eram suficientes para agir como agiu.
É preciso, todavia, perceber que não devemos confundir radicalismo cristão com intolerância religiosa, com partidarismo político, com extremismo cultural. Quando falamos de radicalismo cristão estamos nos referindo à atitude de preservar as crenças, valores e princípios que nos foram deixados por Jesus Cristo e seus apóstolos. Estamos falando de ter como propósito a vontade de Deus acima de todas as coisas.