Salmo 133.1
O PROPÓSITO DA COMUNHÃO
Introdução
- Um dos assuntos que tem sido bastante enfatizado nos dias atuais é o que trata da importância dos relacionamentos. A principal base para se falar dessa importância é a de que o ser humano é um ser social por natureza. Significa que uma de suas necessidades é da convivência com outras pessoas de modo saudável, construtivo e afetivo.
- A importância dos relacionamentos interpessoais tem sido enfatizada por profissionais da medicina, da psicologia e da sociologia. Tem sido objeto de estudos por parte desses profissionais e tem sido recomendado como parte integrante para uma saúde equilibrada, para sucesso nas relações no ambiente de trabalho e para êxito na convivência das atividades escolares.
- Como não poderia deixar de ser, a importância dos relacionamentos é ainda maior na igreja de Jesus Cristo. É tão importante entre os crentes, que o salmista exclama com profundidade: “Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união”. Por isso, a igreja não pode existir sem que tenha esse propósito também, além dos propósitos da adoração, da evangelização, do ensino e da beneficência.
Desenvolvimento
- Na linguagem bíblica, o relacionamento interpessoal se chama “comunhão”. A palavra original “koinonia” significa fraternidade, participação conjunta, relação afetiva. No Dicionário Teológico, comunhão é “o vínculo de unidade fraternal mantida pelo Espírito Santo e que leva os cristãos a se sentirem um só corpo em Jesus Cristo”.
1.1. Assim que a igreja de Jerusalém foi formalizada com a descida do Espírito Santo, conforme registro no livro de Atos, somos informados de que os crentes praticavam a comunhão: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (Atos 2.42). Escrevendo uma de suas cartas, o apóstolo João ensina que a comunhão é um dos efeitos da conversão: “Se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros” (I João 1.7).
1.2. Em termos práticos, traz consigo a ideia de cooperação, união, unidade, afetividade, companheirismo, socorro aos necessitados, encorajamento. Lança fora a ideia de competição, conflito, contenda, divergência, oposição, confronto. Procurando explicar claramente o que seja comunhão, o autor Ear Blackburn escreveu: “Comunhão não significa reunir-se com outros crentes para falar sobre esportes, diversões, clima, economia ou política, embora não exista qualquer prejuízo em fazermos isso. Pelo contrário, comunhão é compartilhar, de coração, uns com os outros, as coisas do Senhor Jesus e de sua Palavra. A singularidade da comunhão cristã se encontra em sermos capazes de conversar e compartilhar, juntos, as alegrias, a felicidade, as vitórias, os problemas, as tentações, as tristezas e as bênçãos de nosso andar com Deus” (https://voltemosaoevangelho.com/blog/2020/03/comunhao-como-se-entrosar-na-igreja/).
- O relacionamento interpessoal cristão ou a comunhão espiritual dos crentes é resultado do ensino de Jesus Cristo quando disse: “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13.34,35). Também é resultado de uma percepção sutil ao ler sua palavra quando disse sobre o meio de desfrutar de sua presença: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mateus 18.20). Além de prometer sua presença, estava estimulando a comunhão dos crentes.
Conclusão
A fé em Deus não é para ser vivenciada solitariamente, por mais que uma pessoa diga que basta a presença de Jesus Cristo em sua vida. Pensar assim seria repetir aquele velho slogan já ultrapassado, que dizia: “Cristo Sim! Igreja Não!”. Aliás, desde o início, o apóstolo João procurou corrigir essa maneira de viver a fé cristã. Em seu argumento, deixou escrito: “Se alguém diz: Eu amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também a seu irmão” (I João 4.20,21). O propósito da comunhão é levar os crentes a se amarem uns aos outros.