169. Nossa Participação nos Milagres

Mateus 8.1-4

NOSSA PARTICIPAÇÃO NOS MILAGRES

Introdução

  1. Uma das mais importantes declarações do apóstolo Paulo quanto à nossa participação no que Deus faz neste mundo e em nossa vida está escrita em suas cartas: “Nós somos cooperadores de Deus” (I Coríntios 3.9; II Coríntios 5.1; I Tessalonicenses 3.2). Significa trabalhar também em parceira com Deus.
  2. Além da participação na pregação do evangelho, teologicamente somos participantes na salvação eterna. Desde o início de nossa conversão, aprendemos que existe uma parte feita por Deus e outra pelas pessoas. Na salvação eterna, a parte humana é o arrependimento de pecados e a fé em Jesus Cristo.
  3. Lendo as histórias de milagres realizados por Jesus, também precisamos aprender que existe uma parte humana a ser feita. Dependendo do milagre, a parte humana varia de pessoa para pessoa e de necessidade para necessidade. Analisando o milagre feito por Jesus na purificação do leproso, podemos destacar três atitudes dele, que mostram qual foi sua participação.

Desenvolvimento   

  1. Vitimado por uma doença incurável, esse homem mencionado no texto tinha seu sofrimento agravado pela marginalização. Contraída a enfermidade que lesava a pele, mucosas e nervos, era também objeto de segregação social. Vivia, por isso mesmo, dois tipos de sofrimentos: o físico e o psicossocial. Ao perceber que Jesus estaria perto do local onde se achava, reuniu coragem para se aproximar, acreditando que seria aceito e se ajoelhou diante de Jesus. Para experimentar um milagre, precisamos também nos aproximar de Jesus Cristo e o reverenciarmos.
  2. Outra atitude sua foi expressa no que disse a Jesus: “Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo”.

2.1. É relevante apreciar a primeira parte de sua fala. Ao dizer “se quiseres”, estava respeitando o querer de Deus. Muito diferente das ocasiões quando precipitadamente dizemos: “É claro que Deus quer”. Também muito diferente quando alguém quer nos ensinar a dar ordens a Deus. O fato de Deus já ter declarado seu querer em várias situações não significa que Deus quer tudo o que queremos. Em sua soberania, Deus faz o que quer e não o que determinamos que faça.

2.2. Mais tarde, Tiago salientou a importância de respeitar esse querer de Deus, quando escreveu o que está registrado em Tiago 4.13-16.

2.3. Quem somos nós para falarmos em nome de Deus? Quando Deus disse que Ele quer fazer tudo o que determinamos? Essa é uma postura pretensiosa que vai se espalhando nos meios religiosos. É falta de percepção a respeito da soberania de Deus.

  1. No conteúdo seguinte de sua fala, ele diz: “podes tornar-me limpo” Nesta parte de sua fala, mostrou total confiança no poder de Deus.

3.1. Da mesma forma Jesus diria em outra ocasião: “Para Deus nada é impossível”.

3.2. Aliás, em termos de conceituação, Deus é Deus porque pode todas as coisas. A experiência dos milagres está associada a esta verdade bíblica. Deus faz milagres porque para Ele não existem impossíveis.

Conclusão

  1. Ao se dirigir a Jesus Cristo reverentemente em oração e aplicando a experiência do leproso às situações por que passamos, em vez de duvidarmos do poder de Deus, deveríamos considerar que talvez Deus não queira fazer o que pedimos ou exigimos. Também a intenção de fazer Deus nosso serviçal é uma inversão do ensino bíblico. Deveríamos esperar Deus nos dizer qual é o seu querer.
  2. No final do episódio, Jesus disse ao leproso: Eu quero. Ao acreditar no absoluto poder de Deus, espere que Jesus diga qual é o seu querer. Você estará respeitando o agir de Jesus e tornando possível um milagre também em sua vida. O milagre que você tanto espera talvez esteja dependendo do seu respeito à vontade de Deus e de sua total confiança no seu poder.

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