Mateus 8.1-4
NOSSA PARTICIPAÇÃO NOS MILAGRES
Introdução
- Uma das mais importantes declarações do apóstolo Paulo quanto à nossa participação no que Deus faz neste mundo e em nossa vida está escrita em suas cartas: “Nós somos cooperadores de Deus” (I Coríntios 3.9; II Coríntios 5.1; I Tessalonicenses 3.2). Significa trabalhar também em parceira com Deus.
- Além da participação na pregação do evangelho, teologicamente somos participantes na salvação eterna. Desde o início de nossa conversão, aprendemos que existe uma parte feita por Deus e outra pelas pessoas. Na salvação eterna, a parte humana é o arrependimento de pecados e a fé em Jesus Cristo.
- Lendo as histórias de milagres realizados por Jesus, também precisamos aprender que existe uma parte humana a ser feita. Dependendo do milagre, a parte humana varia de pessoa para pessoa e de necessidade para necessidade. Analisando o milagre feito por Jesus na purificação do leproso, podemos destacar três atitudes dele, que mostram qual foi sua participação.
Desenvolvimento
- Vitimado por uma doença incurável, esse homem mencionado no texto tinha seu sofrimento agravado pela marginalização. Contraída a enfermidade que lesava a pele, mucosas e nervos, era também objeto de segregação social. Vivia, por isso mesmo, dois tipos de sofrimentos: o físico e o psicossocial. Ao perceber que Jesus estaria perto do local onde se achava, reuniu coragem para se aproximar, acreditando que seria aceito e se ajoelhou diante de Jesus. Para experimentar um milagre, precisamos também nos aproximar de Jesus Cristo e o reverenciarmos.
- Outra atitude sua foi expressa no que disse a Jesus: “Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo”.
2.1. É relevante apreciar a primeira parte de sua fala. Ao dizer “se quiseres”, estava respeitando o querer de Deus. Muito diferente das ocasiões quando precipitadamente dizemos: “É claro que Deus quer”. Também muito diferente quando alguém quer nos ensinar a dar ordens a Deus. O fato de Deus já ter declarado seu querer em várias situações não significa que Deus quer tudo o que queremos. Em sua soberania, Deus faz o que quer e não o que determinamos que faça.
2.2. Mais tarde, Tiago salientou a importância de respeitar esse querer de Deus, quando escreveu o que está registrado em Tiago 4.13-16.
2.3. Quem somos nós para falarmos em nome de Deus? Quando Deus disse que Ele quer fazer tudo o que determinamos? Essa é uma postura pretensiosa que vai se espalhando nos meios religiosos. É falta de percepção a respeito da soberania de Deus.
- No conteúdo seguinte de sua fala, ele diz: “podes tornar-me limpo” Nesta parte de sua fala, mostrou total confiança no poder de Deus.
3.1. Da mesma forma Jesus diria em outra ocasião: “Para Deus nada é impossível”.
3.2. Aliás, em termos de conceituação, Deus é Deus porque pode todas as coisas. A experiência dos milagres está associada a esta verdade bíblica. Deus faz milagres porque para Ele não existem impossíveis.
Conclusão
- Ao se dirigir a Jesus Cristo reverentemente em oração e aplicando a experiência do leproso às situações por que passamos, em vez de duvidarmos do poder de Deus, deveríamos considerar que talvez Deus não queira fazer o que pedimos ou exigimos. Também a intenção de fazer Deus nosso serviçal é uma inversão do ensino bíblico. Deveríamos esperar Deus nos dizer qual é o seu querer.
- No final do episódio, Jesus disse ao leproso: “Eu quero”. Ao acreditar no absoluto poder de Deus, espere que Jesus diga qual é o seu querer. Você estará respeitando o agir de Jesus e tornando possível um milagre também em sua vida. O milagre que você tanto espera talvez esteja dependendo do seu respeito à vontade de Deus e de sua total confiança no seu poder.
.