Mateus 18.20
PRESENÇA ESPIRITUAL DE JESUS
Introdução
- A mais excelente experiência que os apóstolos e seus discípulos tiveram no primeiro século foi desfrutar da presença física de Jesus Cristo entre eles. Era tão relevante, que um dos efeitos dessa experiência foi a atitude deles de irem sempre aonde Jesus ia e de estarem sempre onde Jesus estava. Caminhando em todas as direções, estando em todos os lugares, eles sempre procuravam desfrutar da sua presença.
- Considerando esse apreço e essa necessidade foi que Jesus fez essa promessa de sempre estar com eles, onde quer que se reunissem. Mais ainda: fez a promessa de estar com seus seguidores em todos os dias e em todos os lugares até o fim dos tempos: “Estarei convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mateus 28.20)
2.1. O detalhe, todavia, que caracteriza essas promessas é o fato de que não seria uma presença física, mas uma presença espiritual. Afinal, depois de sua morte e ressurreição, Jesus Cristo subiu para o Pai celestial, desaparecendo entre as nuvens do céu.
2.2. Esse fato foi testemunhado por eles na ocasião da ascensão e foi confirmado ao ouvirem a voz de anjos que lhes diziam: “Homens galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir” (Atos 1:10,11)
Desenvolvimento
- Ciente e consciente desse fato, o apóstolo Paulo clarificou anda mais a ideia, anos mais tarde, ao escrever uma de suas cartas à igreja em Corinto. Ele disse elucidando o fenômeno: “ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos deste modo.” (2 Coríntios 5:16). Depois da ida de Jesus Cristo para o céu, o cumprimento de sua promessa de estar conosco e entre nós acontece de maneira espiritual.
1.1. Paulo apóstolo estava fazendo essa afirmação com base em sua experiência de conversão, quando Jesus Cristo lhe apareceu em visão e se apresentou diretamente, declarando: “Eu sou Jesus a quem tu persegues” (Atos 9.5).
1.2. Anos mais tarde, na experiência de pregação e perseguição na Macedônia, Paulo novamente recebe a presença de Jesus Cristo e Lucas, o escritor, deixou registrado assim: “E disse o Senhor em visão a Paulo: Não temas, mas fala, e não te cales; porque eu sou contigo, e ninguém lançará mão de ti para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade” (Atos 18:9,10)
- Quando estava na Ilha de Patmos, exilado pelo império romano, o apóstolo João desfrutou dessa presença espiritual através de uma experiência de arrebatamento dos sentidos. João deixou escrito: “Eu fui arrebatado no Espírito no dia do Senhor e ouvi detrás de mim uma grande voz, como de trombeta, que dizia: Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o derradeiro; e o que vês, escreve-o num livro, e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia: a Éfeso, e a Esmirna, e a Pérgamo, e a Tiatira, e a Sardes, e a Filadélfia, e a Laodiceia” (Apocalipse 1:10,11). A partir daí, João apóstolo foi escrevendo tudo o que Jesus Cristo mesmo em sua presença espiritual lhe dizia para escrever.
- Para solidificar e materializar a certeza dessa presença, algumas igrejas cristãs fizeram uma redução da mesma, restringindo-a ao momento da celebração da Ceia do Senhor, quando Jesus estaria presente nos elementos ou estaria presente por causa do ato celebração. Todavia, essa redução e restrição não estavam presentes nas promessas de Jesus Cristo. Sua promessa foi ampla, estabelecendo como critério básico o fato de os cristãos estarem reunidos em seu nome, nele acreditando e seguindo seus ensinos, a partir da conversão: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” (Apocalipse 3:20).
3.1. Nesse sentido, Jesus chegou mesmo a associar sua presença espiritual com a presença de Deus, o Pai Celestial. Ele disse: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada” (João 14:23). Eles estão entre nós e em nós, num ato espiritual.
3.2. O clímax dessa experiência e sua explicação racional, para que o fenômeno seja entendido, está associado com a vinda do Espírito Santo, que também é chamado na Bíblia de Espírito de Deus e Espírito de Cristo. Jesus ensinou: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; o Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós. Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós” (João 14:16-18). Se somos capazes de, doutrinaria e experimentalmente, afirmar que o Espírito de Deus está em nós e entre nós, em outras palavras estamos também explicando a maneira como Jesus Cristo cumpre a promessa de estar conosco todos os dias.
Conclusão
Ao ter convicção sobre a presença do Espírito Santo em seu coração e em nosso meio, tenha também a convicção de que essa presença traz a presença de Deus e a presença prometida de Jesus Cristo. Se ela não vai ser experimentada por você, através de uma experiência de arrebatamento dos sentidos ou de uma visão mística, a presença de Jesus em seu coração e em nosso meio é experimentada através da fé. Por isso, antecipadamente, falando a Tomé sobre a importância da fé, Jesus disse: “Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram” (João 20:29). Foi bem aventurado ver Jesus fisicamente, experimentar sua presença por arrebatamento e por visões, mas também é bem aventurado acreditar que Jesus Cristo está entre nós e em nosso coração pela fé.