135. A Fidelidade de Deus

II Timóteo 2.13

A FIDELIDADE DE DEUS

Introdução

  1. Um dos ensinos de Jesus Cristo aos seus seguidores, seja por parábolas, seja por mensagens literais, foi a necessidade de as pessoas serem fies a Deus. Tendo esse objetivo em mente, os apóstolos prosseguiram nesse ensino em suas cartas endereçadas às igrejas. Transmitindo a palavra de Jesus Cristo, o apóstolo João escreveu da Ilha de Patmos no Apocalipse: “Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida” (Apocalipse 2.10).
  2. Todavia, à luz da realidade de nossas limitações e fragilidades humanas, qual seria a reação de Deus se não conseguíssemos ser fieis a Ele em algumas situações normais da vida e muito menos na ameaça de perigos e morte? Se por acaso agirmos como infiéis, como Deus agirá conosco?

Desenvolvimento

  1. Um dos ensinos do Velho Testamento era o de associar a fidelidade de Deus à fidelidade do homem. Nesse sentido, o profeta Azarias disse ao rei Asa: “O Senhor está convosco, enquanto vós estais com Ele, e, se 0 buscardes, o achareis; porém, se o deixardes, vos deixará". (II Crônicas 15.1,2). Azarias declarou que a fidelidade de Deus estava condicionada à fidelidade do crente.
  2. Com base nesse ensino veterotestamentário, muitos pregadores em nossos dias têm se dirigido aos crentes, no propósito de estimular a fidelidade total, afirmando que haverá a mesma reação da parte de Deus.

2.1. Em uma pregação atual, alguém escreveu: “E conosco não é diferente. Deus exige exclusividade na nossa vida. E enquanto estivermos na presença Dele, Ele estará conosco, nos protegendo, nos guiando e nos dando livramentos” (http://www.mulherespreciosas.com/2017/11/o-senhor-esta-conosco-se-estivermos-com.html). Claramente a pessoa manteve essa ideia para nos manter perto de Deus.

2.2. Outro pregador nos dias de hoje deixou escrito: “O profeta deixa claro ao povo que Deus estará sempre voltado ao fiel, porém se o povo o deixasse abandonando os seus estatutos e mandamentos, ele também os deixaria” (https://www.portalrevelacao.com/minha-biblia/mensagens-a-t/2-cronicas/tema-a-vossa-obra-tem-uma-recompensa-texto-ii-cronicas-1507/). Sem sombra de dúvidas, o pregador manteve a reação de Deus.

  1. Ainda que compreendamos a intenção de se fazer esse tipo de pregação nos dias atuais para motivar as pessoas a se manterem fiéis a Deus em todas as situações, tanto as limitações e fragilidades humanas quanto o ensino do Novo Testamento apontam uma outra reação por parte de Deus. Essa outra reação foi ensinada pelo apóstolo Paulo, inclusive à luz de sua própria experiência de vida com Jesus Cristo. Ele ensinou que “se formos infiéis, Deus permanece fiel, porque não pode negar-se a si mesmo”.

3.1. Se antes havia essa condicional, o fato de nos tornarmos crentes em Jesus Cristo fez com que a condicional deixasse de existir, pois Jesus Cristo e seu sacrifício vicário na cruz do Calvário proporcionaram ao crente uma nova atitude por parte de Deus.

3.2. Se os crentes em Jesus Cristo cometem pecados, estes são perdoados mediante o arrependimento e a confissão (I João 1.7,9). Com o perdão de nossa infidelidade Ele permanece fiel e a sua graça prevalece nessa situação.

Conclusão

É evidente que o chamado à fidelidade por parte do crente para com Deus permanece como um propósito a ser sempre alcançado, inclusive diante da ameaça de perseguição e morte, mas se houve qualquer falha de nossa parte, a sua graça a nós concedida através de Jesus Cristo manterá sua relação conosco.

Quem se torna crente em Jesus Cristo, mesmo que cometa falhas e erros terá sempre a fidelidade de Deus. Se há alguma condicional, esta é de que as pessoas se tornem crentes em Jesus Cristo.

Não é uma prévia autorização para que os crentes possam cometer pecados, mas a afirmação de que sua graça é suficiente e de que Deus não pode negar a si mesmo sendo infiel para os que creem em Jesus Cristo.