I Tessalonicenses 1.1: II Tessalonicenses 1.1.
MINISTÉRIO COLEGIADO
Introdução
- Todos nós já sabemos que Barnabé, Timóteo, Silas, Silvano, Tito faziam parte da equipe missionária-pastoral de Paulo. Se a descoberta desse fato pode ser percebida pela leitura de vários textos bíblicos, nestas duas cartas à igreja que estava em Tessalônica, a existência desse fato se tornou inequívoco. Ao se dirigir a essa igreja, Paulo mencionou claramente que Silvano e Timóteo faziam parte de sua equipe. Era, portanto, um ministério colegiado.
- Em outras, palavras, além de ter sido instrumento de Deus para despertamento da vocação deles, além de ter apoiado o preparo teológico para que estivessem capacitados a realizar a obra de Deus, o apóstolo Paulo os colocou ao seu lado para juntos evangelizarem e juntos cuidarem das igrejas que iam sendo organizadas. Embora mais tarde cada um deles tenha ficado como responsável por uma igreja específica, no primeiro momento, eles atuavam juntos.
Desenvolvimento
- Assim como aconteceu nos dias do apóstolo Paulo, em nosso tempo, seja em várias igrejas de grandes cidades, seja em algumas igrejas de pequenas cidades e localidades, esta tem sido também uma experiência definitivamente estabelecida.
1.1. Junto com o pastor titular e sob a supervisão dele, pastores têm sido convidados e recebem delegação para cuidar especificamente de idosos, de jovens e adolescentes, de crianças, evangelização e missões, da assistência às congregações, da visitação aos doentes nos lares e hospitais, da liderança de cultos nos lares, do discipulado.
1.2. Em várias atividades que são exercidas por aí afora, os profissionais estão se capacitando para áreas específicas. Como exemplo, podemos citar a medicina onde hoje em dia temos anestesistas, pediatras, geriatras, cardiologistas, oftalmologistas, pneumologistas, ortopedistas, oncologistas. Da mesma forma, cada vez que as necessidades espirituais dos membros de uma igreja vão se multiplicando, essas igrejas estão convidando pastores para atuarem em áreas específicas.
- Se no passado distante e recente os pastores poderiam se dar por satisfeitos em suas igrejas por realizarem as três principais atividades do ministério, isto é, evangelizar, doutrinar e interceder, sendo assistidos por diáconos, que os auxiliavam, em nossos dias cada vez mais os desafios estão crescendo, as demandas estão aumentando, as necessidades estão ser multiplicando, de modo a que muitos desses pastores estão ficando sobrecarregados e até doentes por exercerem um ministério sozinhos.
2.1. Comentando esse fato, o Ministério de Apoio aos Pastores e Igrejas, o MAPI, como um braço da Sepal, publicou a seguinte informação sobre causa de pastores ficarem frágeis nas tentações e doentes nas provações: “Ativismo exagerado, que não deixa tempo para a família ou o descanso; tentações que surgem inesperadamente; feridas emocionais e conflitos não resolvidos; desgaste com a liderança, enfrentando líderes autoritários e que não cooperam”. (https://pastorpaulodepaula.blogspot.com/2012/05/pastores-estao-ficando-doentes.html).
2.2. Um estudo sobre as razões pelas quais vários pastores estão sendo diagnosticados com depressão, um articulista escreveu: “Entende-se que vários fatores ocasionam a depressão. Segundo o teólogo Wedel, o ritmo de trabalho frenético, a desatenção com cuidados básicos de saúde, como: alimentação, sono, equilíbrio emocional, descanso e lazer, a espiritualização em demasia de sua condição emocional, podem levar os ministros ao quadro depressivo” (https://www.fabapar.com.br/blog/ministerio-pastoral-e-os-desafios-da-depressao/).
- A formação de um ministério colegiado à semelhança da experiência do apóstolo Paulo com Silvano e Timóteo, tem como objetivo contribuir para que as várias atividades ministeriais da atualidade sejam satisfatoriamente atendidas. Em nossos dias, não é apenas evangelizar, doutrinar e interceder. Também é necessário, visitar, aconselhar, administrar, liderar, servir à denominação e estar disponível dia e noite.
3.1. Buscando outros modelos desse tipo de atuação pastoral colegiada, podemos lembrar de Moisés e os chefes de famílias, Davi e seus valentes, Jesus Cristo e seus apóstolos.
3.2. Escrevendo sobre o assunto, o Pr. Petrônio Borges disse: “Exercer o ministério pastoral de forma colegiada ou associada é mais saudável tanto para os próprios pastores quanto para a igreja local e a comunidade. Esse modelo de atuação oportuniza o exercício do dom e da liderança no ambiente da amizade, enriquece o púlpito e o ensino, potencializa a abrangência e o impacto. Apascentar, aconselhar e supervisionar são funções bíblicas que devem ser exercidas através de uma equipe pastoral. Um único obreiro, mesmo que seja eventualmente o presidente, não será capaz de responder pelo pastoreio, ensino e direção do rebanho confiado por Deus de forma plena” (https://pastorcomciencia.blogspot.com/2015/10/ministerio-pastoral-colegiado.html).
Conclusão
Ao terminar esse arrazoado, alguém poderia naturalmente perguntar se estou sugerindo que, após esta ordenação, o Pastor Lucas Cunha seja convidado para fazer parte de um ministério colegiado a convite do Pr. Wesley Hott. Alguém poderia, consequentemente, também perguntar sobre as implicações financeiras desse convite. Minha resposta é que, se esse convite for feito, será por decisão do Pr. Wesley e esta igreja. Financeiramente, no primeiro momento, considerando a atividades profissional do Pr. Lucas, poderá ser um serviço voluntário, com ajuda de custo, sendo ele digno de toda confiança para receber delegação de atividades a serem exercidas, a convite do Pr. Wesley e desta igreja.
Todavia, não quero apenas enxergar o presente. Quero pensar no futuro, imaginando que, de acordo com a vontade de Deus e de um convite que possa surgir, o Pastor Lucas Cunha possa estar á frente de uma igreja local, tendo a oportunidade de exercer seu ministério pastoral, ouvindo Jesus lhe dizendo: “Amas-me? Apascenta as minhas ovelhas”. Poderá ser um ministério de tempo parcial, se continuar exercendo sua profissão, à semelhança de muitos outros, ou um ministério de tempo integral, se uma igreja o convidar para tal. Deixo esse futuro nas mãos de Deus!