121. Inteligência Espiritual

Colossenses 1.9

INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL

Introdução

  1. Um renomado professor de Psicologia Experimental da USP, Fernando César Capovilla, tornou-se conhecido também por explicar que, além da inteligência tradicional, existem outros tipos tais como inteligência lógico-matemática, inteligência espacial, inteligência linguística, inteligência pessoal, inteligência comunicativa, inteligência musical, inteligência experimental, inteligência corporal, inteligência contextual, inteligência estratégica. Nessa linha de descobertas, Daniel Goleman ganhou fama ao escrever sobre inteligência emocional.
  2. Paulo Apóstolo, todavia, se antecipando a todos esses e outros mestres, compartilhou neste texto aos colossenses que estava orando no objetivo de que nós também tivéssemos inteligência espiritual.

2.1. Se diferentes tipos de inteligência explicam competências e capacitações as mais variadas, somente a inteligência espiritual é que nos dá condições de compreender conteúdos celestiais, eternos e divinos.

2.2. Sem inteligência espiritual, por mais que tenhamos os outros tipos, encontraremos dificuldade principalmente para compreender os propósitos de Deus para nossa vida também neste mundo. Se o ser humano nasce com apenas com 30% de suas conexões cerebrais feitas, como declarou o geneticista francês Albert Jaquard, seu desenvolvimento pode chegar à casa dos trilhões, inclusive através do uso da inteligência espiritual (Revista Veja, 21/11/1990, pg. 65,66).

Desenvolvimento

  1. Esse tipo de inteligência referido pelo apóstolo Paulo no primeiro século também se tornou objeto de estudos mais recentemente por Danah Zohar, física e filósofa americana, autora do livro QS Inteligência Espiritual. “Seu trabalho está baseado em pesquisas divulgadas há pouco tempo por cientistas de várias partes do mundo que descobriram um “centro espiritual interno”, localizado entre conexões neurais nos lobos temporais do cérebro. Essa área é responsável pelas experiências espirituais das pessoas, embora não exista relação necessária com religião. De acordo com Zohar, um alto quociente espiritual (QS) implica em ser capaz de usar o espiritual para ter uma vida mais rica e mais cheia de sentido, adequando senso de finalidade e direção pessoal”

(https://www.pulserh.com.br/blog/o-que-e-inteligencia-espiritual/)

  1. O renomado psicólogo Richard N. Wolman também escreveu um livro com esse título, publicado em 2001, com o mesmo tipo de abordagem. Pesquisando há muitos anos a natureza da espiritualidade concluiu que, assim como no tocante à inteligência propriamente dita, cada um de nós possui uma inteligência espiritual distinta. Essa inteligência trata das questões essenciais do ser e nos faz dar significado ao existir.
  2. Se esses e outros autores apresentam a existência de uma inteligência espiritual sem necessariamente ter uma dimensão religiosa, esse não era o pensamento do apóstolo Paulo. Para ele, a inteligência espiritual é uma dádiva de Deus, resultado de oração e iniciada através de um relacionamento pessoal com Jesus Cristo. Em outras palavras: quem tem Jesus Cristo recebe inteligência espiritual, que será também por Jesus desenvolvida.

3.1. Associada com o raciocínio, podemos ver essa inteligência espiritual sendo desenvolvida por Jesus através da sua maneira de fazer perguntas. Um estudioso chegou a dizer que Jesus fez 154 perguntas e outro, que se acham nos evangelhos mais de 100 perguntas diferentes (J.M. Price, A Pedagogia de Jesus, pg. 137). Ele perguntava: “Que vos parece?”; “Quem dizeis que eu sou?”; Podeis beber o cálice que eu bebi?”; Porque me chamais bom?”; Que quereis que vos faça?”. Jesus nos faz raciocinar mais profundamente com suas perguntas.

3.2. Jesus nos alarga a imaginação usando histórias e parábolas. Um famoso filósofo norueguês chamado Jostein Gaarder, autor do livro “O Mundo de Sofia”, disse: “Uma boa história para crianças é uma boa história para adultos. O cérebro humano é feito para histórias. Acredito na história. Os seres humanos tem uma linguagem mãe em comum. Falamos diferentes idiomas, mas a linguagem mãe é a história. O cérebro humano foi feito para ela” (O Estado de Minas, Caderno Espetáculo, pg. 1, 28.10.98).

3.3. Jesus procurava fazer com que as pessoas aplicassem suas conclusões às questões da vida. Um dos problemas da atualidade é que na multidão de informações e dados disponíveis através da tecnologia da informação, muitas pessoas não sabem onde usar esse conhecimento que vai se acumulando. Não tem capacidade de resolver os problemas da vida através do conhecimento disponível. Nessa perspectiva, o cientista Antônio Carlos de Aro, doutor em Medicina Nuclear na Inglaterra e trabalhando em Harvard, disse: “Nos ambientes onde o público é de cientistas e intelectuais, quase não existe questionamento sobre a parte científica; há, porém, uma grande preocupação com a questão espiritual. Cientistas estão hoje mais voltados para o campo espiritual, pois a ciência não consegue responder a questões cruciais da humanidade” (Jornal Batista, 13-19/10/96, pg. 16). Ao tratar de questões cruciais como morte e vida, culpa e pecado, perdão e paz, verdade e hipocrisia, esgotamento e frustração, ansiedade e desespero, Jesus nos ensina a viver inteligentemente neste mundo.

Conclusão

Deus nos capacitou ao nos conceder o cérebro com um tremendo potencial, para que pudéssemos ser cada vez mais inteligentes. Se nem todos temos o mesmo tipo de inteligência para atuar neste mundo, todos podemos ter inteligência espiritual, principalmente para lidar com assuntos divinos, celestiais e eternos. Certamente que com a inteligência espirituais podemos ter ainda mais conexões cerebrais desenvolvidas, inclusive para lidar com as questões cruciais da vida.