114. Fazer e Cumprir Votos

Atos 18.18

FAZER E CUMPRIR VOTOS

Introdução

  1. Há alguns anos, conheci um crente que, depois de muito jogar bola, acabou machucado numa das partidas de futebol. Sentindo muita dor, ele fez um voto de que dali por diante nunca mais faltaria à sua classe da Escola Bíblica Dominical. Ao ouvir sua história, soube que já haviam se passado 25 anos e, muito admirado, senti no meu coração o desejo de honrar seu voto feito e cumprido. Entreguei-lhe publicamente um Certificado de Honra ao Mérito.
  2. O relato bíblico nos mostra um momento na vida do apóstolo Paulo quando ele também havia feito um voto a Deus. Chegando na cidade de Cencreia, cumpriu o referido voto feito, isto é, cortou seu cabelo. Independentemente de saber qual foi o motivo que o levara a fazer o voto de deixar o cabelo crescer e até mesmo de discutir se era ou não o voto do nazireu (Números 6.18), o que nos chama a atenção foram suas atitudes de fazer um voto e de cumprir o voto feito.

Desenvolvimento

  1. Mesmo que essa prática não seja useira e divulgada publicamente em nossas igrejas atuais, a verdade é que vez por outra lançamos mão dela em determinadas situações.

1.1. Fazemos votos quando estamos em momentos difíceis, situações angustiantes, circunstâncias adversas que desejamos ver alteradas.

1.2. Fazemos votos quando desejamos alcançar determinados alvos ou resultados, quando almejamos obter vitórias ou conquistas.

1.3. Há dois momentos quando o ato de fazer votos é vivenciado naturalmente em nossos dias. Um desses momentos é quando duas pessoas se casam e fazem os votos matrimoniais. Outro momento é quando pessoas comparecem nos julgamentos e fazem o voto de dizer a verdade e somente a verdade e nada mais do que a verdade.

  1. No caso dos crentes em Jesus Cristo, embora essa atitude não seja divulgada e nem praticada publicamente, eles sempre são motivados a fazer votos em virtude da leitura que fazem de determinados textos da Bíblia.

2.1. O salmista dizia: “Fazei votos, e pagai ao Senhor vosso Deus; tragam presentes, os que estão em redor dele, àquele que é temível” (Salmo 76.11), “Pagarei os meus votos ao Senhor, na presença de todo o meu povo” (Salmo 116.18), “Entrarei em tua casa com holocaustos; pagar-te-ei os meus votos” (Salmo 66.13).

2.2. Jacó em seu desafio de uma nova vida fora de casa, disse: “Se Deus for comigo, e me guardar nesta viagem que faço, e me der pão para comer, e vestes para vestir;
E eu em paz tornar à casa de meu pai, o Senhor me será por Deus; e esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo” (Gênesis 28.20-22).

2.3. Ana, em seu desejo de ter um filho, disse a Deus: “Senhor dos Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, mas à tua serva deres um filho homem, ao Senhor o darei todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha” (I Samuel 1.11).

2.4. Orientando sobre a melhor maneira de lidar com esse assunto, o autor de Eclesiastes deixou-nos escrito: “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. Melhor é que não votes do que votares e não cumprires” (Eclesiastes 5.4,5).

  1. Consequentemente, vez por outra podemos encontrar pessoas fazendo os mais diferentes tipos de votos, como por exemplo: “De hoje em diante não vou mais beber”, “A partir do mês que vem vou entregar os dízimos”, “Nunca mais vou tratar mal minha família”, “Se conseguir um novo emprego farei o melhor que puder”, “Não vou mais falar mal de ninguém”, “Se Deus me curar, irei aos cultos todos os domingos”.

Conclusão

Para tornar esse assunto mais fácil de entender, basta lembrar que fazer um voto é a mesma coisa que prometer ou fazer um propósito. Compreendido o seu significado, podemos dizer que não há problemas em fazer votos ou fazer promessas ou fazer propósitos. O problema é fazer barganha com Deus, numa atitude de troca-troca. O problema é fazer levianamente, deixando de cumprir e revelando um caráter irresponsável e inconstante. Por isso é sempre bom repetir o que fez Paulo, declarando com o salmista: “Pagarei os votos que fiz ao Senhor”