238. Deus Tem Um Filho

João 19.7-9

DEUS TEM UM FILHO

Introdução

  1. Jesus Cristo foi identificado como “filho” pelo menos em quatro tipos diferentes de relacionamentos. Foi identificado como filho de Maria, filho de Davi, filho do Homem e filho de Deus. Das quatro identificações, apenas uma delas fez com que Jesus Cristo fosse acusado de blasfêmia, julgado, condenado e morto. No entendimento das pessoas de seus dias, era um absurdo religioso e racional alguém admitir que Deus pudesse ter um filho.
  2. O máximo que se poderia admitir seria uma identificação simbólica, figurada, à semelhança dos seres humanos que um dia foram e tem sido identificado na Bíblia como “filhos de Deus”: Gênesis 6.1; Isaías 1.2; Jeremias 31.20; Oseias 1.10; Mateus 5.9; Romanos 8.14; Gálatas 4.6; Filipenses 2.15; I João 3.1. A peculiaridade destas identificações não estava se referindo a uma interpretação literal, mas tão somente espiritual.

Desenvolvimento

  1. A verdade, então, é que o título atribuído a Jesus Cristo em seu relacionamento com Deus possuía uma dimensão exclusiva, um significado único, uma interpretação singular. Tanto foi assim, que seus opositores que haviam entendido suas declarações, diziam a Pilatos em seu julgamento: “deve morrer porque se fez filho de Deus”. Pilatos também compreendeu dessa maneira, razão pela qual ficou “mais atemorizado” e perguntou a Jesus Cristo: “De onde és tu?”.
  2. Um estudioso do Novo Testamento escreveu: “Afirmamos que na linguagem teológica os termos “Pai” e “Filho” não contêm nossas concepções ocidentais, mas sim as nações semíticas e orientais de “semelhança e igualdade de natureza e igualdade de ser”. Este fato indica uma relação peculiar que não pode ser afirmada a respeito de criatura alguma, nem tampouco compartilhada. Da mesma forma que qualquer filho humano se assemelha a seu pai em sua natureza essencial, isto é, possui humanidade, assim também Cristo, o Filho de Deus, era como o Pai em sua natureza essencial, isto é, possuía divindade”.
  3. Outro escritor, também entendendo o significado da expressão, verificou que o título, todas as vezes usado por Jesus Cristo, aparece na linguagem grega com o artigo, diferentemente das vezes em que aparece sem o artigo, atribuído a outras pessoas. Isto significa que Jesus se apresentou como o Filho de Deus. Os judeus e Pilatos entenderam claramente o que Jesus estava dizendo. Era, portanto uma afirmativa de sua divindade.
  4. A compreensão dessa verdade vai mais além do que distinguir o título de filho de Deus atribuído a Jesus Cristo dos demais indivíduos que assim foram e têm sido chamados. Não é apenas estabelecer a necessidade de singularizar o título, mas principalmente afirmar a natureza e essência de Jesus Cristo como divino, assim como ser a expressão de Deus entre nós, conforme deixou registrado o autor da carta aos hebreus: “o Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu Ser” (Hebreus 1.1-3).

Conclusão

Em Southampton, Inglaterra, conforme uma inscrição numa parede perto do mar, o rei Knut acentuou sua humanidade quando levou seus súditos com ele até a beira da praia. Seus súditos o bajulavam, dizendo: “Tu é grande e poderoso”. Nesse dia, na medida em que o rei ficou à beira mar e sentiu as ondas batendo em seus pés, disse: “Ordeno, ó águas, que voltem para o mar não molhem meus pés”. Mal acabou de pronunciar as palavras, veio uma onda mais forte e molhou a todos que estavam com ele. O rei então concluiu: “Que todos saibam que eu não sou Deus”.

Somente Jesus Cristo, sendo singularmente filho de Deus era Deus presente entre nós, manifestando seu poder, razão por que é adorado por nós, tem poder para nos salvar dos pecados e nos concede a vida eterna.