97. Governo Humano

I Samuel 8.4-7

GOVERNO HUMANO

Introdução

  1. Desde os tempos mais antigos e em todos os lugares, os governos dos povos e nações sempre foram exercidos por mãos humanas. Se algum povo ou nação em algum lugar teve um governo religioso, este também foi de natureza humana. Apenas em Israel, durante o início da formação desse povo, existiu um governo de origem divina. Mesmo exercido através de líderes humanos, a autoridade do governo, a origem da legislação e a deliberação das ações eram atribuídas a Deus, o Pai Celestial.
  2. Esse governo genuinamente teocrático, isto é, exercido por Deus, todavia teve seu fim na ocasião quando Samuel era um dos líderes e exercia também seu ministério profético. Dois motivos principais foram apresentados a Samuel para o encerramento do governo divino em Israel: ele estava idoso e necessitava de um substituto imediato; tinham visto outros povos sob a liderança de reis e perceberam que era a oportunidade de fazer a substituição da pessoa e do modelo de governo. Não queriam mais Deus como governante (teocracia) e quiseram um homem como rei (monarquia).

Desenvolvimento

  1. A partir desse momento, à semelhança de outros povos e nações, Israel também passou a ter uma sucessão de reis, cujos relatos das ações estão registrados nos Livros de Reis e Crônicas. Conforme havia sido prevenido por Deus através de Samuel, a maioria deles se tornou déspota, idólatra ou ateísta, levando o povo ao sofrimento.
  2. Embora o regime político de monarquia tenha sobrevivido apenas em alguns povos e países, sendo substituído pelo imperialismo ou pela república, esses e outros tipos continuaram sendo exercido por mãos humanas. No caso da República, onde um presidente é eleito periodicamente, o governo continua sendo humano. Se o sistema para eleição é democrático, mesmo que se atribua ao povo a origem do poder, o governo permanece humano. Em suma: Deus, o Pai Celestial que foi rejeitado na época do profeta Samuel continua rejeitado pelos povos e países na atualidade, seja qual for o regime político.
  3. À luz dessa realidade histórica, quais as opções para os crentes em Jesus Cristo, principalmente os que tem um acentuado desejo de ver o governo de Deus na terra?

3.1. Uma delas é seguir as orientações dadas nas cartas apostólicas diante do que começaram a viver naquela época. Os apóstolos recomendaram aos primeiros cristãos a prática da submissão e intercessão em favor dos governantes, para que pudessem fazer a vontade de Deus e pudessem viver em paz: Romanos 13.1-5; I Timóteo 2.1-3.

3.2. A outra opção é viver a própria vida cristã, inserido apenas no governo espiritual, eterno e invisível de Jesus Cristo, procurando cumprir seus deveres e obrigações de cidadão da melhor forma possível, consciente de que todo e qualquer governo humano será imperfeito e decepcionante.

3.3. Finalmente, a opção de acreditar na possibilidade de exercer influência cristã através de participação político-partidária, colocando-se à disposição para promover justiça social, igualdade de direitos, distribuição de riqueza, combate à corrupção, desenvolvimento sustentável, etc.

Conclusão

Seja qual for a sua opção de vida cristã em termos políticos, é necessário ficar claro e inegável que neste mundo e neste tempo não teremos mais um governo humano onde a plena vontade de Deus seja feita.

Podemos continuar recitando o salmo que diz: “Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor”, mas essa recitação precisa sempre ser entendida como um desejo de nosso coração que somente se cumprirá quando Jesus Cristo voltar a este mundo e estabelecer o Reino de Deus.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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