I Coríntios 1.18,21
A PREGAÇÃO DA CRUZ
Introdução
- Em termos religiosos, longe esteja de mim negar o valor dos símbolos, principalmente da religiosidade cristã. Os símbolos foram criados para representar realidades espirituais em determinados momentos e situações. Exemplos desses símbolos de inegável valor para muitos cristãos foram a figura da cruz, a figura do peixe, a figura da pomba, a figura das línguas de fogo.
- Destes símbolos, o que mais permaneceu na mentalidade religiosa dos cristãos foi a cruz. Um famoso teólogo escreveu: “Parece certo que, pelo menos a partir do segundo século, os cristãos perseguidos não apenas desenhavam, pintavam e gravavam a cruz como símbolo visual de sua fé, mas também faziam o sinal o sinal da cruz em si mesmos ou nos outros” (John Stott, A Cruz de Cristo, pg. 5).
- Ocorre, todavia, que de acordo com a Bíblia, a importância, o valor, a grandeza, os benefícios, o poder, a autoridade, os resultados da cruz não estão no símbolo em si mesmo. Tudo o que a cruz pode produzir na espiritualidade das pessoas, conforme argumentou o apóstolo Paulo, depende da sua pregação. Apenas ver a cruz, sem saber o que ela significou, não gera conversão e nem transformação pessoal em quem quer que seja. Pelo contrário, a cruz pode até tornar-se apenas um objeto mágico, um amuleto, um símbolo supersticioso.
Desenvolvimento
- Neste caso, para que cruz realmente alcance seus efeitos espirituais, ela deve ser objeto de uma pregação. E, ainda neste caso, pregação precisa ser explicada como sendo relevante na vida das pessoas e não um “ralho, uma repreensão, um discurso maçante”, como define o verbete do Dicionário Aurélio. A pregação deve ser vista como a forma como uma pessoa comunica a outras pessoas a verdade divina, baseada na Bíblia. Não é, por isso mesmo, apenas um discurso com um tema religioso. Na linguagem do apóstolo Paulo, linhas adiante, é a manifestação do poder de Deus: “E a minha palavra, e a minha pregação, não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração de Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria dos homens, mas no poder de Deus” (I Coríntios 2.4,).
- Os oradores costumam fazer cursos de oratória, exatamente para aprender a sabedoria dos homens em como persuadir pessoas através de certas técnicas e certos métodos no uso das palavras. Alguém, a esse propósito escreveu: “A oratória é uma habilidade de comunicação, que envolve a realização de discursos e apresentações impactantes. Falar bem em público requer capacidade persuasiva e argumentativa por meio da retórica, a fim de informar ou convencer a plateia sobre uma determinada ideia” (https://blog.soap.com.br/o-que-e-oratoria/#:~:text=A%20orat%C3%B3ria%20%C3%A9%20uma%20habilidade,plateia%20sobre%20uma%20determinada%20ideia.).
- Assim sendo, o que vai fazer a diferença é o conteúdo da fala. Enquanto no discurso qualquer assunto pode ser muito bem explanado e entendido, nesta pregação, o assunto é a história da cruz de Jesus Cristo.
3.1. Por isso, é preciso contar a história da crucificação de Jesus Cristo, como por exemplo, fez o evangelista Marcos 15.1-39.
3.2. Mais ainda: é expor a interpretação teológica desse sacrifício de Jesus na cruz, conforme fez o apóstolo Paulo escrevendo em Romanos 5.6-10.
3.3. Ainda mais: e comparar e contrastar os resultados da morte de Jesus na cruz com outras propostas religiosas, como também fez o apóstolo Paulo em Gálatas 3.1-11.
Conclusão
Mais do que usar uma cruz pendurada no pescoço ou colocada numa parede ou erguida sobre um templo ou exibida num altar como símbolo religioso, é a pregação da cruz que, efetivamente, levará pessoas a se arrependerem de seus pecados e a crerem em Jesus Cristo, recebendo perdão e salvação eterna.
Quanto ao conteúdo das pregações, podemos falar sobre o nascimento de Jesus, seus milagres realizados, sua ressurreição, sua ascensão, sua volta a este mundo – tudo isto faz parte das pregações – mas é a pregação da cruz que continuará levando pessoas a fazerem a vontade de Deus.