Salmo 115.1-13
DEUS E OS DEUSES
Introdução
- Em nosso tempo, a maioria das pessoas religiosas em todo o mundo pode ser dividida em dois tipos: os que acreditam nos ídolos, nas estátuas, nas imagens que tem diante de si e os que acreditam num único Deus, invisível e que está nos céus.
- Estes dois tipos de pessoas também existiam na época do salmista, quando escreveu este texto, inclusive como motivo de discussão entre eles. Os que eram politeístas, acreditando nos deuses a quem prestavam culto, perguntavam-lhes: “Onde está o seu Deus?”. Os monoteístas, acreditando em um só Deus invisível, respondiam: “Nosso Deus está nos céus!”.
Desenvolvimento
- Pensando em qual seria a relevância dessa discussão principalmente em nossos dias, quero lhes mostrar algumas diferenças entre acreditar nos deuses ou acreditar em Deus.
1.1. O Deus em quem acreditamos é espírito pessoal. Esta é uma das idéias que o salmista quer deixar claro quando diz se referindo aos ídolos, estátuas e imagens: “têm boca, mas não falam, têm olhos, mas não veem, têm ouvidos, mas não ouvem, tem nariz, mas não cheiram, têm mãos, mas não apalpam, tem pés, mas não andam, nem som algum sai da sua garganta.” Por isso, Jesus Cristo afirma: “Deus é espírito e importa que aqueles que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (João 4. 24). Por isso, ensinando sobre a natureza do espírito, Jesus esclareceu aos seus primeiros seguidores: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne e nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lucas 24.39). Mais ainda: Deus é espírito pessoal porque pensa, sente, tem vontade e consciência de si mesmo.
1.2. O Deus em que acreditamos não é criatura, mas criador. Esta é a idéia quando do salmista afirma: “Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens.” Por serem ídolos, estátuas, imagens, são fabricados pelas próprias pessoas que lhes prestam homenagem, veneração ou adoração. Aliás, o profeta Isaías faz uma clara descrição dessa atitude de fabricar deuses de troncos de árvores: Isaías 44. 14-18. Em consequência, Deus mesmo afirmou: “Assim diz o Senhor que te criou que te formou desde o ventre...”(Isaías 44.2). O Deus em que nós cremos é criador. Criou os céus e a terra. Criou os mares, os lagos e os rios. Criou os animais, as aves e os peixes. Deus nos criou à sua imagem e semelhança. Nós não criamos Deus! Ele nos criou!
1.3. O Deus em que acreditamos é perfeito em suas virtudes. Se os deuses são criados pelas pessoas, isto significa que, consequentemente, eles têm os mesmos defeitos das pessoas. Este é um dos aspectos que os estudiosos reconhecem, quando se referem aos deuses da mitologia grega, romana ou de qualquer outro povo. Como são projeções das pessoas, têm os mesmos vícios, mazelas e pecados nossos. Diferentemente de nós, Deus só têm perfeitas virtudes. Em Teologia nós chamamos de atributos: Santidade, Justiça, Verdade e Amor; Onipresença, Onisciência, Onipotência e Eternidade. Por isso, o salmista diz: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua benignidade e da tua verdade”.
1.4. O Deus em que acreditamos realmente nos abençoa. Se os deuses, as estátuas e as imagens não têm vida, são feitas por mãos e carregadas nos ombros, então nada podem verdadeiramente fazer em benefícios das pessoas que os adoram e cultuam. Não têm nenhum poder! Por isso, o salmista faz o apelo às pessoas de sua época, dirigindo-se à nação, aos líderes, aos religiosos, a todo o povo: “Confiem em Deus!”.
- Vendo as diferenças que existem entre Deus e os deuses, todos nós também somos chamados a depositar inteira confiança em Deus, pois Deus tem todo o poder no céu e na terra. Deus pode todas as coisas. Para Deus nada é impossível. Deus nos ama e quer nosso bem. Deus age em nosso favor. Não há problema em sua vida que Deus não possa resolver.
Conclusão
- Eu sei que religião não se discute e que em nome de discussões religiosas até guerras têm sido travadas e milhões de pessoas têm morrido. Por isso, eu digo: se eles querem acreditar em deuses, (ídolos, estátuas e imagens), respeitamos a atitude religiosa deles e não somos iconoclastas.
- Se, por outro lado, pessoas querem adorar o único Deus, eterno, invisível, criador de todas as coisas e abençoador das pessoas que o cultuam, precisamos ajuda-los a terem uma experiência pessoal com Deus através de Jesus Cristo. Jesus é quem torna a experiência com Deus uma experiência real, pois Jesus mesmo deixou claras duas afirmações: “Ninguém vem ao Pai, senão por mim” e “Eu e o Pai somos um”. Através de Jesus Cristo, além de Deus habitar no céu, também estará em cada coração.