174. Provar os Espíritos

I João 4.1-3

PROVAR OS ESPÍRITOS

Introdução

  1. O significado da palavra “espírito”, no original “pneuma”, dentro e fora da Bíblia é bastante amplo. Pode significar a parte imaterial do ser humano em sua constituição e que sobrevive após a morte do corpo. Pode significar uma entidade sobrenatural que existe no mundo invisível e que às vezes quer dizer anjo. Por último, também pode significar o Espírito Santo de Deus, a terceira pessoa da Triunidade Divina.
  2. Neste contexto, o apóstolo João certamente está se referindo aos espíritos que existem no mundo sobrenatural e que atuando através de falsos profetas levam pessoas a crenças e doutrinas erradas. Neste texto de João apóstolo, esses espíritos se contrapõem ao Espírito de Deus que revela verdades a respeito de Jesus Cristo.
  3. O ato de provar ou testar os espíritos que guiam os falsos profetas que levam pessoas a erros de crenças e de doutrinas se torna possível quando prestamos atenção às afirmações que são feitas a respeito de Jesus Cristo. Neste sentido, João é muito claro em afirmar que essa é a maneira dos crentes evitar serem enganados.

Desenvolvimento

  1. No Velho Testamento existe uma história muito elucidativa a respeito tanto da existência desses espíritos sobrenaturais, quanto à capacidade deles atuarem através de profetas para enganar pessoas.

1.1. Na época de Jeosafá, rei de Judá e de Acabe, rei de Israel, quando precisavam de uma orientação sobre fazer ou não fazer guerra contra a Síria, o profeta Micaías lhes dizia que seriam derrotados, diferentemente do que haviam dito outros quatrocentos profetas chamados para profetizar.

1.2. Como foi criado um impasse entre ele e os quatrocentos profetas, Micaías abriu as cortinas do céu e mostrou o que havia acontecido: “Então ele disse: Ouve, pois, a palavra do Senhor: Vi ao Senhor assentado sobre o seu trono, e todo o exército do céu estava junto a ele, à sua mão direita e à sua esquerda.
E disse o Senhor: Quem induzirá Acabe, para que suba, e caia em Ramote de Gileade? E um dizia desta maneira e outro de outra. Então saiu um espírito, e se apresentou diante do Senhor, e disse: Eu o induzirei. E o Senhor lhe disse: Com quê? E disse ele: Eu sairei, e serei um espírito de mentira na boca de todos os seus profetas. E ele disse: Tu o induzirás, e ainda prevalecerás; sai e faze assim. Agora, pois, eis que o Senhor pôs o espírito de mentira na boca de todos estes teus profetas, e o Senhor falou o mal contra ti
(I Reis 22.19-23).

  1. Nas páginas do Novo Testamento está registrado que, logo após o início do ministério de Jesus Cristo, esses espíritos que enganam e prejudicam pessoas começaram a atuar com mais intensidade ainda.

2.1. Marcos registra os seguintes episódios: “E os espíritos imundos vendo-o, prostravam-se diante dele, e clamavam, dizendo: Tu és o Filho de Deus” (Marcos 3.11); “E, saindo ele do barco, lhe saiu logo ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo; o qual tinha a sua morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias o podia alguém prender;
Porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões em migalhas, e ninguém o podia amansar.
E andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes, e pelos sepulcros, e ferindo-se com pedras
” (Marcos 5.2-5).

2.2. Lucas descreve uma cena assim: “E ensinava no sábado, numa das sinagogas. E eis que estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade, havia já dezoito anos; e andava curvada, e não podia de modo algum endireitar-se. E, vendo-a Jesus, chamou-a a si, e disse-lhe: Mulher, estás livre da tua enfermidade.
E pôs as mãos sobre ela, e logo se endireitou, e glorificava a Deus
” (Lucas 13.10-13).

  1. Orientando os membros das primeiras igrejas cristãs, o apóstolo Paulo escrevia sobre esses espíritos enganadores dizendo: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.
    Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, com razão o sofreríeis
    ” (II Coríntios 11.3,4).

Conclusão

Cada crente em Jesus Cristo precisa estar alerta quanto à necessidade de não se deixar enganar por profetas que são conduzidos por espíritos enganadores. É preciso prestar atenção ao que dizem, principalmente a respeito de Jesus Cristo e que seja diferente do que esteja escrito no Novo Testamento. Os espíritos imundos, espíritos maus, espíritos demoníacos, espíritos enganadores continuam atuando inclusive através de falsos profetas. Portanto, só devemos ouvir a voz do Espírito de Deus também em todos os assuntos da vida cristã.