237. Alerta Espiritual

Judas 1.3,4

ALERTA ESPIRITUAL

Introdução

  1. Os alertas podem ser de vários tipos, entre os quais podemos citar alertas contra tempestades que se aproximam, alertas sobre áreas com radiação, alertas para disparo de mísseis em lugares de guerras, alertas sobre bebidas e alimentos venenosos, alertas sobre queda de fios elétricos de alta tensão.
  2. No caso do apóstolo Judas, ao escrever sua carta aos cristãos do primeiro século e de todas as épocas, ele quis alertar quanto a atitude de pessoas converterem a graça de Deus em dissolução. Ele escreveu: “se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus”. Era um alerta espiritual doutrinário.

Desenvolvimento

  1. Uma das mais relevantes doutrinas encontradas na experiência cristã é a doutrina da graça de Deus. Quando alguém oferece um presente, significa que quem recebe não tem de pagar pelo presente nem se esforçar por merecê-lo. Graça é o ato do amor incondicional, não dependendo do que faz a pessoa que recebe. A graça revela o bom caráter de quem dá, não o caráter de quem recebe. Por isso, a Teologia explica graça como favor imerecido. Em outras palavras: considerando que somos pecadores e que a lei condena os pecadores, todos nós deveríamos ser condenados. Então Deus transferiu nossa condenação para a cruz de Jesus Cristo e nos concede a salvação gratuitamente. Para acentuar o alcance da graça, o apóstolo Paulo deixou escrito: “Sobreveio a lei para que avultasse a ofensa; mas onde abundou o pecado, superabundou a graça, a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também reinasse a graça pela justiça para a vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor” (Romanos 5.20,21).
  2. Se a quantidade de pecados não anula a graça de Deus, um inevitável desdobramento racional humano dessa verdade é que o ser humano poderia pecar à vontade, pois todos os seus pecados seriam cobertos pela graça de Deus. Essa maneira humana de racionar gerou o que Judas começou a perceber que estava acontecendo em seus dias e que continua a acontecer até os dias de hoje. Ele chamou essa forma de pensar e agir de “dissolução”. Outra tradução chama de “libertinagem”. A palavra original usada por ele foi “σέλγεια” (asélgeia), que significava “luxúria desenfreada, excesso, licenciosidade, lascívia, libertinagem, impudência”. É uma forma de viver em que a busca desenfreada pelo prazer pecaminoso não considerar valores éticos e morais.
  3. O apóstolo Paulo também percebeu esse raciocínio humano e o rebateu na carta aos romanos, escrevendo o seguinte: “Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde? De modo nenhum. Nós, que estamos mortos para o pecado, como viveremos ainda nele?” (Romanos 6.1,2). Ele esclareceu que, uma vez se tornando crente em Jesus Cristo, há uma transformação na natureza humana, cujo efeito principal é o desinteresse pelo pecado. Se antes havia um interesse em pecar, esse interesse morreu, despareceu, sumiu. Assim como está sob a graça de Deus que cobre seus pecados, o crente em Jesus Cristo também recebe de Deus a santificação, que o faz olhar o pecado de outra maneira.

Conclusão

No caso de sinais de alertas que são dados, alguns deles costumam também ser identificados por certas cores, graduando o perigo.  Enquanto a cor amarela significa necessidade de observação, porque o risco é moderado e a cor laranja significa necessidade de atenção, porque o risco é alto, a cor vermelha significa perigo, porque o risco é muito alto. No caso espiritual, não espere a cor ficar vermelha, pois se esperar, esses homens ímpios já poderão estar dentro da nossa igreja, transformando a graça em libertinagem. Teremos a triste experiência de ver pessoas que se dizem crentes se comportando como não crentes.