Hebreus 13.7
DE OLHO NO PASTOR
Introdução
- Sempre que alguém quer salientar sua desconfiança em quem quer que seja, costuma lembrar um velho provérbio que diz: “Estou com um olho no padre e outro na missa”. A pessoa quer dizer que está prestando atenção em tudo o que acontece ao seu redor.
- Referindo-se aos líderes das primeiras igrejas cristãs, o autor da carta aos Hebreus recomendou a mesma atitude, tanto em uma como em outra tradução: “contemplando o fim do seu procedimento” ou “atentando para sua maneira de viver”. Os crentes deveriam ficar de olho em seus guias espirituais ou pastores, observando sua maneira de viver.
Desenvolvimento
- Claramente a ênfase da recomendação foi direcionada positivamente, para que o crente olhe a fé que seus guias ou pastores exercem, a fim de que a mesma seja imitada. A palavra original e “miméomai”, que significa realmente imitar.
1.1. A expressão também foi usada pelo apóstolo Paulo com o mesmo significado ao escrever aos tessalonicenses. Ele disse em dois momentos: “pois, vós mesmas, estais cientes do modo por que vos convém imitar-nos, visto que nunca nos portamos desordenadamente entre vós” e “não porque não tivéssemos esse direito, mas por termos em vista oferecer-vos exemplo em nós mesmos, para nos imitardes” (II Tessalonicenses 3.7,9).
1.2. Uma vez que os guias espirituais ou pastores ao pregarem a Palavra de Deus demonstram também ser possuidores de uma grande fé, razão porque pregam para que pessoas se tornem também crentes, essa fé em Deus e essa fé em Jesus Cristo, essa fé salvífica ou realizadora, essa fé que veicula o cumprimento das promessas feitas na Bíblia, essa fé que abre as portas do céu deve ser objeto de imitação.
- Ocorre, todavia, que junto com a recomendação positiva para imitar a fé, o autor da carta aos Hebreus também incluiu o olhar para “sua maneira de viver” ou “contemplando o fim do seu procedimento”. A palavra original “ékbasis”, traz a ideia de “resultado, balanço, imagem final”. Em outras palavras, observar o testemunho que os guias espirituais ou pastores tem deixado durante seu ministério, como balanço final.
2.1. Uma vez que também os líderes de uma igreja estão sujeitos a falhas, imperfeições e erros, não conseguindo ter uma vida perfeita, o julgamento deve ser feito pelo todo.
2.2. Mesmo que Abraão tivesse falhado em alguns momentos de sua história, na avaliação final ele foi chamado de “Pai da Fé” e “Amigo de Deus”.
2.2. Mesmo que Davi tivesse falhado em alguns momentos de sua vida, na avaliação final ele foi considerado “Um Homem Segundo o Coração de Deus”.
2.3. Mesmo que Pedro tivesse falhado em alguns momentos de sua vida, na avaliação final ele recebeu a tarefa de “Apascentar as Ovelhas de Jesus”.
Conclusão
É inegável que nem todos os guias espirituais ou pastores poderão ser objeto desse olhar positivo e de grata lembrança. Infelizmente, ao final da vida, não deixam nem um modelo a ser imitado e nem um tipo de fé exemplar. Para esse tipo de líder, o apóstolo João deixou a seguinte recomendação: “Amado, não imites o que é mau, senão o que é bom. Aquele que pratica o bem procede de Deus; aquele que pratica o mal jamais viu a Deus” (III João 1.11).
Portanto, fiquem de olho no pastor, seja para enxergar quando não deve ser imitado, seja para imitar quando demonstra ter uma grande fé, seja para valorizá-lo quando mostra ter um estilo de vida aprovado por Deus.