118. De Olho no Pastor

Hebreus 13.7

DE OLHO NO PASTOR

Introdução

  1. Sempre que alguém quer salientar sua desconfiança em quem quer que seja, costuma lembrar um velho provérbio que diz: “Estou com um olho no padre e outro na missa”. A pessoa quer dizer que está prestando atenção em tudo o que acontece ao seu redor.
  2. Referindo-se aos líderes das primeiras igrejas cristãs, o autor da carta aos Hebreus recomendou a mesma atitude, tanto em uma como em outra tradução: “contemplando o fim do seu procedimento” ou “atentando para sua maneira de viver”. Os crentes deveriam ficar de olho em seus guias espirituais ou pastores, observando sua maneira de viver.

Desenvolvimento

  1. Claramente a ênfase da recomendação foi direcionada positivamente, para que o crente olhe a fé que seus guias ou pastores exercem, a fim de que a mesma seja imitada. A palavra original e “miméomai”, que significa realmente imitar.

1.1. A expressão também foi usada pelo apóstolo Paulo com o mesmo significado ao escrever aos tessalonicenses. Ele disse em dois momentos: “pois, vós mesmas, estais cientes do modo por que vos convém imitar-nos, visto que nunca nos portamos desordenadamente entre vós” e “não porque não tivéssemos esse direito, mas por termos em vista oferecer-vos exemplo em nós mesmos, para nos imitardes” (II Tessalonicenses 3.7,9).

1.2. Uma vez que os guias espirituais ou pastores ao pregarem a Palavra de Deus demonstram também ser possuidores de uma grande fé, razão porque pregam para que pessoas se tornem também crentes, essa fé em Deus e essa fé em Jesus Cristo, essa fé salvífica ou realizadora, essa fé que veicula o cumprimento das promessas feitas na Bíblia, essa fé que abre as portas do céu deve ser objeto de imitação.

  1. Ocorre, todavia, que junto com a recomendação positiva para imitar a fé, o autor da carta aos Hebreus também incluiu o olhar para “sua maneira de viver” ou “contemplando o fim do seu procedimento”. A palavra original “ékbasis”, traz a ideia de “resultado, balanço, imagem final”. Em outras palavras, observar o testemunho que os guias espirituais ou pastores tem deixado durante seu ministério, como balanço final.

2.1. Uma vez que também os líderes de uma igreja estão sujeitos a falhas, imperfeições e erros, não conseguindo ter uma vida perfeita, o julgamento deve ser feito pelo todo.

2.2. Mesmo que Abraão tivesse falhado em alguns momentos de sua história, na avaliação final ele foi chamado de “Pai da Fé” e “Amigo de Deus”.

2.2. Mesmo que Davi tivesse falhado em alguns momentos de sua vida, na avaliação final ele foi considerado “Um Homem Segundo o Coração de Deus”.

2.3. Mesmo que Pedro tivesse falhado em alguns momentos de sua vida, na avaliação final ele recebeu a tarefa de “Apascentar as Ovelhas de Jesus”.

Conclusão

É inegável que nem todos os guias espirituais ou pastores poderão ser objeto desse olhar positivo e de grata lembrança. Infelizmente, ao final da vida, não deixam nem um modelo a ser imitado e nem um tipo de fé exemplar. Para esse tipo de líder, o apóstolo João deixou a seguinte recomendação: “Amado, não imites o que é mau, senão o que é bom. Aquele que pratica o bem procede de Deus; aquele que pratica o mal jamais viu a Deus” (III João 1.11).

Portanto, fiquem de olho no pastor, seja para enxergar quando não deve ser imitado, seja para imitar quando demonstra ter uma grande fé, seja para valorizá-lo quando mostra ter um estilo de vida aprovado por Deus.