125. O Derramar do Espírito

Joel 2.28,29

O DERRAMAR DO ESPÍRITO

Introdução

  1. Se há um assunto controverso entre os evangélicos é o relativo à doutrina do Espírito Santo. Em vários outros assuntos os evangélicos têm doutrinas semelhantes, mas neste tema as divergências são inegáveis, inclusive distinguindo-os entre tradicionais, pentecostais e neo pentecostais.
  2. Embora concordem em que o Espírito Santo é um dom concedido por Deus, as diferenças são em torno do momento quando o Espírito é concedido e quanto às evidências de sua presença na vida do crente em Jesus Cristo.

Desenvolvimento

  1. Antes de mais nada, precisamos lembrar que o Espírito Santo, que também se chama Espírito de Cristo e Espírito de Deus sempre esteve presente na história humana desde a época da Criação.

1.1. Em Gênesis 1.1 e 2 o texto bíblico nos revela que Ele estava presente na face da terra. O verbo diz que Ele se movia e a ideia do original é que pairava sobre as águas, parte predominante. Sendo o mundo sem forma e vazio naquele momento, sua obra foi dar forma e plenitude, o que foi sendo feito por Deus em cada dia da criação, até ver que “tudo era muito bom”.

1.2. Durante os primeiros tempos até a época do Dilúvio, o Espírito ainda se fazia presente na história humana, inclusive atuando em Noé para a construção da arca. Todavia, como a humanidade pré-diluviana chegou ao seu limite de tolerância, como reação Deus determinou retirar seu Espírito desse ministério que não encontrava resposta no homem. Deus então disse: “O meu Espírito não permanecerá para sempre no homem”. Em outras traduções: contenderá ou agirá (Gênesis 6.3). Com o dilúvio, o Espírito de Deus também se retirou.

1.3. A partir daí, o Espírito de Deus passou a atuar apenas especificamente em algumas pessoas, ora dando-lhes poder e capacitações, ora concedendo inteligência e sabedoria como ocorreu com Moisés, Josué, Samuel, Elias, Davi, Isaías, Jeremias e demais profetas (Êxodo 31.1-5; Números 27.18; Juízes 3.10; II Samuel 23.2; Neemias 9.30; Isaías 48.16; II Pedro 1.21).

  1. A partir do profeta Joel, como fato novo que estava sendo prometido, haveria a partir de um determinando momento o que ele chamou de “derramamento do Espírito”. A atuação do Espírito Santo deixaria de ser seletiva e se tornaria universal, sendo derramado sobre toda a carne, sem distinção, sem discriminação, sem medida.
  2. Isto que era uma promessa através do profeta Joel ocorreu no dia de Pentecostes, conforme registro no livro de Atos.

3.1. Durante o ministério de Jesus Cristo os 12 apóstolos ainda não tinham visto esse derramamento, sendo que o Espírito de Deus havia sido dado a eles individualmente (Lucas 9.1; João 20.22).

3.2. Durante seu ministério, Jesus também prometeu esse derramamento para todos os que nele cressem (João 7.37-39; 14.16,17; Lucas 24.49; Atos 1.4,5).

  1. Então, no dia de Pentecostes, ao ver o que estava ocorrendo, imediatamente o apóstolo Pedro interpretou o acontecimento com a profecia de Joel, afirmando que tal profecia estava se cumprindo naquele momento (Atos 2.16-18).

4.1. Era o cumprimento histórico da vinda do Espírito Santo para cumprir os propósitos de Deus na vida de cada pessoa que se tornasse crente em Jesus Cristo.

4.2. Experimental e individualmente esse derramamento do Espírito na vida de uma pessoa ocorre quando ela se converte (Efésios 1.13; Atos 19.1,2; Romanos 8.9).

4.3. Esse Espírito Santo é quem concede aos crentes os dons e o fruto (I Coríntios 12.7-11; Gálatas 5.22).

4.5. Uma vez tendo recebido o Espírito de Deus quando se converteu, todos são chamados também a serem “cheios do Espírito Santo”, para que experimentem sua plenitude (Efésios 5.18,19).

Conclusão

O Espírito de Cristo ou Espírito de Deus ou Espírito Santo foi derramado conforme promessa no dia de Pentecostes como fato histórico. A partir da conversão a Jesus Cristo cada crente passa a ter o Espírito Santo, sendo convidado a ser também dele cheio. O Espírito concede vários dons e não apenas um deles, assim como seu fruto se expressa de forma variada. Não existe, portanto, crente sem o Espírito Santo que fica esperando até ser por ele batizado. Não é verdade que a única evidência de ter o Espírito é o dom de falar em línguas, pois esse é apenas um deles o Espírito pode conceder variados dons.