175. Voltar a Viver

Jó 14.7-14

VOLTAR A VIVER

Introdução

  1. Mesmo através de uma rápida leitura destas palavras proferidas por Jó em seus dias de enfermidade, vendo a possibilidade de o dia de sua morte chegar, podemos perceber quão grande era o seu desejo de um dia voltar a viver se realmente morresse e fosse sepultado.

1.1. Para ilustrar seu desejo de voltar à existência, ele lançou mão de um fato da natureza, quando mesmo uma árvore é cortada ou seu o tronco definha ou sua raiz envelhece, sob a presença e efeito da água ela volta a viver, seu tronco rejuvenesce e seus ramos voltam a brotar.

1.2. Para confirmar seu desejo de voltar a viver um dia, após a sua morte e sepultamento, ele declarou que seria capaz de esperar o tempo que fosse. Onde quer estivesse após a morte, ele esperaria ansiosamente. Na sua ideia, à luz do seu conhecimento, ele estaria na sepultura onde iria esperar o tempo necessário.

  1. Essa experiência desejada por Jó para depois de sua morte e sepultamento, em toda a Bíblia se chama “ressurreição”. No Velho Testamento a palavra “koots” significa despertar, levantar. No Novo Testamento a palavra “egeírō” também significa despertar do sono, levantar, chamar de volta da morte.

Desenvolvimento

  1. Ainda que a ideia da ressurreição não fosse tão presente nas páginas do Velho Testamento, podemos encontra-la pelo menos em alguns textos.

1.1. Através do profeta Ezequiel, Deus promete na visão do vale dos ossos secos, fazer com que todos os mortos de Israel voltassem a viver, inclusive como um povo (Ezequiel 37.1-13).

1.2. Através do profeta Daniel, em sua palavra escatológica, Deus declarou que fará a ressurreição de dos mortos, inclusive para o juízo final (Daniel 12.2).

1.3. O profeta Isaías, em sua oração, menciona essa expectativa da ressureição do seu corpo nos dias finais (Isaías 26.19).

1.4. O salmista, também em sua oração sobre o que lhe acontecerá no futuro, manifestou a expectativa de ser ressuscitado (Salmo 71.20).

  1. No entanto, foi na experiência de Jesus Cristo e nos ensinos dos apóstolos que a promessa e a garantia da ressurreição ganharam força.

2.1. Jesus ressuscitou o filho da viúva de Naim, a filha do chefe da Sinagoga e Lázaro. Também depois de morto e sepultado, Jesus ressuscitou dentre os mortos, voltando a aparecer aos seus discípulos por 40 dias.

2.2. Principalmente o apóstolo Paulo, escrevendo aos coríntios, ministra esse ensino com uma forte argumentação que compromete a própria fé cristã, caso não venha a acontecer (I Coríntios 15.12-58).]

2.3. Ainda escrevendo aos tessalonicenses, Paulo apóstolo quer esclarecer essa promessa como senso certa, para que não existam dúvidas (I Tessalonicenses 4.13-18).

  1. Como consequência, doutrinariamente falando, a esperança de Jó se cumprirá no final dos tempos, quando Jesus Cristo voltar a este mundo. Mesmo que após a nossa morte tenhamos a promessa da ida ao Céu ou Paraíso, em espírito, essa é uma experiência incompleta, pois nesse estado estaremos incompletos, isto é, sem corpo. Em outras palavras, ressurreição significa voltar a viver e viver em um novo corpo imortal, eterno, perfeito.

Conclusão

Quando as pessoas morrem e são sepultadas, às vezes seus entes queridos costumam deixar gravada alguma expressão, além do nome e da data de nascimento e morte.  Dizem que no túmulo do famoso jornalista Rubem Braga, escritor de várias obras, está escrito: “De volta às cinzas”. No meu túmulo, se alguém quiser escrever alguma coisa, poderá ser: “Foi para o Céu e um dia vai ressuscitar”.

Seja sepultado na terra, seja consumido no fogo, seja dissolvido na água, a pessoa que morrer crendo em Jesus Cristo voltará a viver através da ressurreição.