151. O Valor da Pregação

I Coríntios 1.21; Gálatas 3.2,5

O VALOR DA PREGAÇÃO

Introdução

  1. Numa igreja há muitas atividades que realmente são interessantes para as pessoas que dela participam. Quem não gosta de ouvir um coro infantil com suas graciosas crianças louvando ao Senhor? Quem não se emociona com uma peça dramatizada que traz para nossos dias cenas bíblicas que nos são tão preciosas? Quem não fica admirado com uma apresentação musical através da coreografia de adolescentes dedicados ao Senhor? Quem não se enleva espiritualmente com um culto cantado em que ricas músicas nos arrebatam à presença do Senhor? Inegavelmente há várias atividades que uma igreja pode introduzir em seus atos de cultos.
  2. O que nós não podemos, todavia, é esquecer da importância de uma pregação para a vitalidade da igreja, para edificação dos crentes e para a salvação de pecadores. Nesses textos lidos, o apóstolo Paulo destaca exatamente o valor da pregação quanto à salvação dos perdidos e a edificação do povo de Deus. Para ele, nem mesmo a exposição da Lei de Deus tinha o mesmo valor que a pregação da Palavra de Deus.

Desenvolvimento

  1. Muitas vezes algumas pessoas não compreendem a importância da pregação como principal parte do culto, ainda que existam outras atividades, porque a veem apenas como um discurso humano repleto de palavras difíceis e expressões obscuras, sem aplicação à vida de cada um.

1.1. Ainda que um ou outro pregador seja realmente prolixo em sua fala e distante das necessidades das pessoas, a pregação na maioria das vezes é, na verdade, um instrumento pelo qual Deus se manifesta, revelando sua natureza, seus propósitos e seus meios de agir neste mundo. Em outras palavras: a pregação vai além da figura do pregador e de sua fala.

1.2. Escrevendo aos tessalonicenses, o apóstolo Paulo traz à tona essa maneira como as pessoas recebem a pregação quando a ouvem. Mesmo que ele dissesse, como Pedro apóstolo reconheceu mais tarde, palavras de difícil entendimento (II Pedro e 3.16), a igreja em Tessalônica entendeu claramente o que ele fazia. Ele escreveu: “Por isso também damos, sem cessar, graças a Deus, pois, havendo recebido de nós a palavra da pregação de Deus, a recebestes, não como palavra de homens, mas (segundo é, na verdade), como palavra de Deus, a qual também opera em vós, os que crestes” (I Tessalonicenses 2.13).

  1. A relevância da pregação está no fato de que através dela, Deus fala às pessoas. Além da voz do pregador, há uma outra voz que chega ao coração das pessoas, produzindo iluminação espiritual. Por isso repetidas vezes é dito: “Quem ouvidos, ouça o que o Espírito diz”.

2.1. Através da pregação Deus fala para aqueles que precisam de salvação, revelando seus segredos e convidando-os a se arrependerem de seus pecados. Um folheto evangelístico ou um texto bíblico selecionado são instrumentos valiosos para sensibilizar pessoas, mas é a pregação, a palavra viva proclamada, que produz efeito profundo na alma do pecador. É a palavra viva proclamada que faz com que o pecador veja Jesus Cristo claramente e se renda aos seus pés, recebendo-o como Senhor e Salvador.

2.2. Através da pregação Deus fala ao coração dos que já creram, no processo de discipulado, seja através da doutrina ou da edificação espiritual, acentuando seu relacionamento através da oração e da intercessão.

  1. Um crente que não é sensível a pregação da palavra viva de Deus aos poucos vai se tornando indiferente, legalista, desanimado, desinteressado.

3.1. Se com pregação, o crente corre o risco de não buscar a santificação, sem pregação é que sua vida vai se tornando cada vez mais mundana.

3.2. Se com pregação, o crente corre o risco de não trabalhar no serviço de Deus, sem pregação é que seu viver vai se tornando cada vez mais inútil para a causa do evangelho, anulando seus dons espirituais.

33.. Se com pregação, o crente corre o risco de não entregar dízimos e ofertas, sem pregação é que sua mão vai cada vez mais se fechando e se tornando cada vez mais desobediente.

  1. Embora a pregação tenha a forma de um discurso humano, ela possui característicos exclusivos que a tornam palavra viva de Deus.

4.1. A pregação traz como base de sua mensagem um conteúdo bíblico. É como diz a Bíblia: “A fé vem pelo ouvir e ouvir a palavra de Deus” (Romanos 10.17).

3.2. A pregação invade o coração das pessoas, camada por camada, até chegar à parte mais íntima, mostrando como a pessoa é na verdade (Hebreus 4.12).

3.3. A pregação alcança as necessidades que as pessoas estão vivenciando, assim como seus sonhos e projetos pessoais, seus objetivos e metas, afirmando que Deus quer abençoar.

Conclusão

A pregação é mais do que um discurso, uma fala, para esclarecer, arrazoar, sensibilizar, convencer, persuadir, despertar, motivar. É o instrumento pela qual o Espírito de Deus leva homens e mulheres, adultos e crianças, pobres e ricos, brancos e negros, intelectuais e indoutos a fazerem a vontade do Pai Celestial através de Jesus Cristo.

Se quereremos verdadeiros convertidos, se queremos crentes obedientes, se queremos igrejas realmente cristãs, não podemos abrir mão da pregação.