161. Divindade Contestada

João 5.18

DIVINDADE CONTESTADA

Introdução

  1. Alguém já disse que Jesus não afirmou ser divino, isto é, ser igual a Deus em natureza e essência. Esta ideia teria sido resultado de um mal entendimento dos apóstolos a respeito de suas palavras, estabelecendo uma doutrina errada. Sendo seus amigos, os apóstolos teriam exagerado na compreensão de quem realmente era Jesus Cristo.
  2. Esse pensamento até poderia ter alguma procedência se apenas seus amigos assim tivessem entendido e exagerado. Ocorre, todavia, que também seus adversários assim compreenderam as palavras de Jesus Cristo sobre si mesmo. Eles entenderam tão claramente que o acusaram de blasfêmia e, com base nas leis do Velho Testamento, recorreram ao apedrejamento como penalidade por suas declarações a respeito de sua divindade.

Desenvolvimento

  1. Acompanhando os momentos quando Jesus Cristo fez declarações a respeito de sua divindade, descobre-se que ele fez isto em três ocasiões diferentes.

1.1. Ele declarou sua divindade quando a si mesmo atribuiu o título de Senhor (João 13.13). Se hoje em dia essa expressão significa apenas um pronome de tratamento e, se em determinadas épocas, significava o título dos proprietários de escravos, naquela ocasião o termo era atribuído somente a Deus (Isaías 43.11-15). Por isso, os judeus contestaram suas palavras, entendendo claramente o que havia dito.

1.2. Ele declarou sua divindade quando a si mesmo se identificou como o “primeiro e o último”, o “alfa e o ômega”, o “princípio e o fim” (Apocalipse 1.8,17; 2.8; 22.13-16). Somente Deus assim havia se identificado (Isaías 41.4; 48.12). Por isso, os judeus contestaram sua palavra, entendendo claramente o que havia dito.

1.3. Ele declarou sua divindade quando aplicou a si mesmo o nome de Deus mais respeitado desde os dias de Moisés. Deus havia dito a Moisés quando se apresentou: “Eu Sou” (Êxodo 13.14). Esta expressão hebraica é composta por quatro letras, conhecidas como Tetragrama Sagrado. Em João 8.57-59 encontra-se o registro de quando Jesus assim se identificou. Por isso, os judeus contestaram sua palavra, entendendo claramente o que havia dito.

  1. Se as pessoas não querem acreditar na divindade de Jesus Cristo, tem todo o direito de assim fazer, mas o que não podem é negar que Ele declarou claramente esta verdade, o que foi inequivocamente compreendido até pelos seus adversários, os quais pegaram em pedras para matá-lo por sua blasfêmia.

2.1. Não digam, portanto, que a doutrina da divindade de Jesus Cristo é consequência de uma interpretação errada de suas palavras, principalmente por parte dos apóstolos que teriam exagerado na compreensão das mesmas.

2.2. Não digam, portanto, que a doutrina da divindade de Jesus Cristo fere a doutrina da unicidade de Deus, como se estivéssemos criando dois Deuses, em flagrante heresia teológica. A doutrina da divindade de Jesus está associada à sua declaração quando disse: “Eu e o Pai somos um” (João 10.30). Junto com o Espírito Santo, eles formam a Triunidade Divina, isto é, Deus existe em três pessoas que formam uma unidade. Apenas para ilustrar didaticamente, o ovo é uma unidade constituída de casca, clara e gema. Também a água é uma substância que existe em estado líquido, sólido e gasoso. Em qualquer dos estados é água.

Conclusão

Em vez de duvidar da divindade de Jesus Cristo ou de rejeitar essa divindade, você é convidado a acreditar nela, principalmente por causa de suas implicações, quais sejam: acreditando na divindade de Jesus Cristo fica claro que não acreditamos num homem igual aos outros homens; acreditando na divindade de Jesus Cristo compreendemos porque Ele tem todo o poder no céu e na terra; acreditando na divindade de Jesus Cristo entenderemos porque diante dele se dobrará todo o joelho no céu, na terra e debaixo da terra, e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.