183. Uma Roupa Nova

Efésios 4.22-32

UMA ROUPA NOVA

Introdução

  1. É natural que a expressão “roupa nova” nos leve a pensar naquele famoso conjunto musical da MPB, que alcançou seu ápice de fama na década de 1980 e que continua sendo ouvido por seus fãs na atualidade. Todavia, não é sobre esse conjunto musical que desejamos tecer comentário, inclusive porque alguns críticos consideram suas letras musicais “brega” ou “cafona”, isto é, não teria nada de novo.
  2. Também não estamos pensando naquelas pessoas paupérrimas que ao receberem doações de roupas costumam dizer que estariam usando uma roupa nova, quando, na verdade, a maioria das roupas doadas já foi usada por seus doadores e não são novas. Algumas roupas, inclusive, são remendadas, manchadas, desbotadas.
  3. A roupa nova a que estamos nos referindo é a figura de linguagem mencionada no Novo Testamento quando diz que uma pessoa se tornou crente em Jesus Cristo e passou a ter novos comportamentos. Paulo apóstolo usa a expressão “retirar a roupa velha e colocar uma nova roupa”: “vos despojeis do velho homem e nos revistas do novo homem” em Cristo Jesus.

Desenvolvimento

  1. Para que a interpretação da figura de linguagem não ficasse tão abstrata, incompreensível, obscura, vaga e sujeita a distorções sobre o que ele queria dizer, Paulo apóstolo lançou mão de exemplos concretos, visíveis, perceptíveis, reais, tangíveis e expressos em comportamentos e atitudes.

1.1. Primeiro ele mencionou comportamentos e atitudes negativas. Ele escreveu: “Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo. Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira. Não deis lugar ao diabo. Aquele que furtava, não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem. E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o dia da redenção. Toda a amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia e toda a malícia sejam tiradas dentre vós”. Na cultura e linguagem em nossos dias, Deus acrescenta, dizendo: "Não bebam, não fumem, não usem drogas, não participem de subornos, não se deixem levar pela criminalidade e coisas semelhantes a estas".

1.2. Em seguida, o apóstolo Paulo relacionou comportamentos e atitudes positivas: “Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo”. Nas recomendações para nossos dias, Deus diz aos cristãos: "Sejam solidários, pratiquem a beneficência, paguem suas dívidas, cumpram o horário no trabalho, contribuam para as causas humanitárias".

  1. A partir dessa proposta de vestir uma nova roupa ou ter um novo estilo de vida, uma das discussões que se trava diz respeito à possibilidade ou não das pessoas mudarem suas atitudes e comportamentos. Embora a Bíblia ensine que “aquele que está em Cristo, nova criatura é” (Gálatas 5.20), há controvérsias sobre várias pessoas não conseguirem mudar.

2.1. Alguns psicólogos dizem: “Mudar o comportamento não costuma ser uma tarefa simples. Não importa se a mudança envolve hábitos, dependências, exercícios físicos, ideais, pensamentos ou alimentação, a modificação comportamental é um dos feitos mais difíceis que o ser humano tem de encarar ao longo da vida”. No objetivo de relacionar razões porque pessoas não conseguem mudar, os especialistas mencionam: “motivações ruins, visão de desfecho negativo, abraçar mais do que consegue, negligenciar recursos e conhecimentos, falta de comprometimento, não saber como lidar com recaídas” (https://www.psicologoeterapia.com.br/blog/por-que-e-dificil-mudar-6-explicacoes-de-acordo-com-a-psicologia/).

2.2. Isto significa que mudanças de hábitos e comportamentos realmente não irão ocorrer na vida de muitas pessoas se não existirem razões que sejam determinantes, entre as quais são mencionados sofrimentos, influência social, motivação pessoal, amadurecimento psicológico, crenças e valores.

2.3. Em outras palavras, o crente em Jesus Cristo não é convidado a mudar comportamentos e atitudes pura e simplesmente. As mudanças são uma consequência da experiência de conversão, isto é, do arrependimento de seus pecados, da fé em Jesus Cristo do recebimento do Espírito Santo (Efésios 1.13).

Conclusão

Depois que se converte a Deus através de Jesus Cristo, o crente tira sua roupa velha, isto é, deixa de agir de acordo com seu estilo de vida anterior. O crente veste uma roupa nova, isto é, passa a ter um novo modo de viver. Nesse sentido, sempre me lembro da história do lenhador que vendia lenha cortada a metro para alimentar chaminés e fogão antigo. Ele cortava os pedaços de lenha com menos de um metro. Um dia, correu a notícia no povoado de que havia se tornado crente em Jesus Cristo e mudado de vida. Diante das dúvidas, alguém disse que saberia como verificar se era verdade ou não. Bastava medir os pedaços de lenha. Quando foram verificar, os pedaços estavam com um metro e até com centímetros a mais.  Realmente ele mudara de vida porque havia se tornado crente em Jesus.