236. Resgate Espiritual

Colossenses 1.12-14

RESGATE ESPIRITUAL

Introdução

  1. No ano de 2018, um grupo de 12 meninos de um time de futebol chamado Javalis Selvagens - e seu treinador- ficou preso em uma caverna, ao norte da Tailândia, numa excursão turística. Depois de vários dias de sofrimento, eles foram finalmente resgatados numa operação de muitos riscos. Uma reportagem da época dizia: “Não temos certeza se isso é milagre, ciência, ou, seja o que for, todos os 13 Javalis Selvagens agora estão fora da caverna”. Outro resgate que se tornou notícia no mundo inteiro foi o de 33 mineiros que ficaram presos numa mina de cobre e ouro, no Chile, em 2010. A operação de resgate durou várias semanas, requereu ações estratégicas e o relatório alusivo ao ocorrido, dizia resumidamente: “Através de um pequeno poço, foi possível enviar água, comida e remédios. Depois essa passagem foi alargada e, nela, instalada uma espécie de cápsula com capacidade para içar um mineiro de cada vez” (https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/cinco-resgates-historicos-que-tiveram-finais-felizes-115m41xmih9nazofg761g930e/)
  2. Escrevendo sua carta aos colossenses, o apóstolo Paulo também falou de um resgate espiritual, quando Deus tomou a iniciativa de nos tirar do poder das trevas e nos transportar para o reino de Jesus Cristo. Embora outras versões traduzam a palavra original por “libertar” ou “tirar”, a Nova Versão Internacional da Bíblia fez a tradução usando a palavra resgatar: “Ele nos resgatou do domínio das trevas”. È verdade que os meninos do time de futebol, os mineiros da mina de sobre e outras pessoas vítimas de terremotos, quando estiveram presas nesses lugares, ficaram privadas da luz do dia, imersos em trevas. Todavia, quando Deus nos resgatou, estávamos mergulhados em trevas espirituais, presos em nossos delitos e pecados, condenados à morte eterna. Foi, portanto, um resgate espiritual das trevas para a luz.

Desenvolvimento

  1. O verbo grego “ύομαι(rhýomai) que pode ser traduzido por tirar ou libertar ou resgatar, segundo os estudiosos, traz a ideia de “arrancar com força e poder”. A necessidade dessa força e poder para nos tirar das trevas espirituais é explicada em virtude daqueles que dominam as trevas, isto é, o Diabo e seus demônios. Descrevendo esse agir do mal, o apóstolo Paulo escreveu aos coríntios: “nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus” ( II Coríntios 4.4). Em seu ministério, Jesus Cristo veio nos arrancar das trevas: “Ele nos resgatou do império das trevas e nos transportou para a luz”. Escrevendo sobre esse objetivo na vida de Paulo apóstolo como missionário, Lucas reproduziu as palavras de Jesus Cristo a ele dirigidas: “Mas levanta-te e põe-te sobre teus pés, porque te apareci por isto, para te pôr por ministro e testemunha tanto das coisas que tens visto como daquelas pelas quais te aparecerei ainda; livrando-te deste povo, e dos gentios, a quem agora te envio, para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás a Deus; a fim de que recebam a remissão de pecados, e herança entre os que são santificados pela fé em mim” (Atos 26.16-18).
  2. O significado mais profundo, espiritualmente falando, é o fato de que o resgate objetivou nos tirar de um lugar e nos levar para outro, de nos tirar de uma situação e nos levar para outra. Fomos, portanto, tirados de um lugar de pecado e levados para um lugar de santificação. Fomos tirados de um estado de condenação por causa dos pecados e levados para um estado de perdão através da remissão. Observando esse fato, William Barclay em seu Comentário, explica assim: “Deus nos trasladou para o reino do seu Filho muito amado. A palavra que Paulo usa para trasladar é methistemi. Este verbo grego tem um uso particular. No mundo antigo quando um império obtinha uma vitória sobre outro havia o costume de trasladar inteiramente a população do vencido a outro país. Assim, por exemplo, o povo do reino do Norte tinha sido levado a Assíria e o povo de Jerusalém e do reino do Sul a Babilônia. Esta transferência de populações inteiras era uma característica do mundo antigo. Assim é como diz Paulo que Deus transferiu o cristão a seu próprio domínio e reino: tirou-o do âmbito em que costumava viver para levá-lo a seu próprio reino e poder”.

Conclusão

O passeio de um grupo de 16 pessoas terminou em momentos de tensão no Litoral do Paraná, em fevereiro de 2024. Depois de visitarem a cachoeira Salto dos Macacos, em Morretes, os turistas não conseguiram retornar pela trilha devido ao inesperado aumento do nível do Rio Nhundiaquara, causado pelas fortes chuvas que assolaram a região durante a tarde. O retorno só foi possível graças à ajuda de uma equipe composta por quatro bombeiros militares e um guarda-vidas civil, que contou também com o suporte de integrantes do Corpo de Socorro de Montanha (Cosmo). A operação durou cerca de três horas e meia. A travessia do rio foi realizada por meio de uma tirolesa, e foi dificultada pela falta de iluminação natural” (Agência Estadual de Notícias do Paraná, 19.02.2024).

Através do seu sacrifício na cruz do Calvário, quando morreu em nosso lugar, Jesus Cristo nos resgatou de nossa vã maneira de viver nas trevas e nos transportou para o seu maravilhoso reino de luz. A ele, pois, toda glória, louvor e adoração!