Salmo 137.1-6
Introdução
- Salgueiros são plantas encontradas em várias partes do mundo, inclusive na beira de rios. É uma árvore cujos galhos tem a peculiaridade de serem muito flexíveis e podem ser trançados, semelhantes ao vime, razão porque eram e são usados para o fabrico de cestos e moveis. Também eram usados na construção de tendas por ocasião da festa dos tabernáculos (Levítico 23.40).
- O problema é que em vez de usarem a árvore com essas finalidades, eles a usaram para pendurarem suas harpas. Em vez de usarem as harpas para louvarem e exaltarem a Deus, como sempre fizeram, eles penduraram nos galhos da árvore porque não tinham mais vontade de cantar e louvar ao Senhor. E explicaram o motivo: estavam abatidos, infelizes, deprimidos pelo fato de terem sido deportados da cidade de Jerusalém.
Desenvolvimento
- Eu admitido que passar pelo que eles passaram havia sido uma terrível experiência. Seu país fora invadido por inimigos, seu templo destruído, a cidade arrasada, as famílias desagregadas, as esposas violentadas, os filhos mortos e os que restaram foram levados cativos para uma terra estranha. Havia muita dor, sofrimento e traumas. A única coisa que conseguiam fazer era chorar copiosamente, sentados à beira do rio do lugar para aonde haviam sido levados. Narrando esta atitude, o salmista inicia seu texto: “junto aos rios de Babilônia nos assentamos e choramos”.
- Se não bastasse tudo o que havia acontecido e toda dor que sentiam, para agravar a situação, seus inimigos com ar zombaria e escárnio diziam a eles: “Cantai-nos um dos cânticos de Sião”. Em outras palavras, estavam dizendo: “Vocês dizem ser um povo que sempre se alegra com Deus. Então cantem agora! Mostrem que ainda tem fé em Deus, cantando e louvando mesmo no sofrimento, na dor e nas perdas”. Realmente a música sempre tivera uma importante função na adoração a Deus. Celebravam várias festas e todas elas com muitos cânticos e louvores, lembrando vitórias e mais vitórias que tinham experimentado.
- À luz dessa dramática situação, poderíamos encerrar esta meditação, compreendendo o lamento deles e reconhecendo que necessitavam realmente de consolação por parte do Pai Celestial.
3.1. Ocorre, todavia, que eles mesmos revelaram que estavam sendo desafiados a mostrar sua fé e confiança em Deus no meio da adversidade. Isto significa que se nós cremos em Deus e testemunhamos nossa fé quando tudo vai bem, quando o vento sopra a favor, quando a situação é favorável, então este é o tipo de fé que, infelizmente, dará lugar à murmurações e será mais cedo ou mais tarde, sendo substituída pelo ateísmo. Não só penduraremos as harpas, calaremos o violão, silenciaremos o piano, emudeceremos a voz... Também deixaremos a igreja e a vida de oração.
3.2. Por isso, sem condenar o que fizeram, pois estavam sofrendo muito, devemos, por outro lado, olhar para Paulo apóstolo, que estando na prisão, depois de ter sido açoitado, foi capaz de continuar acreditando e testemunhando através do louvor. Perto da meia-noite, ele e outros crentes “cantavam hinos a Deus”. Os outros presos ouviram e em vez de zombar, reconheceram a resiliência deles: “Como esses crentes conseguem louvor a Deus, mesmo depois de tanto sofrimento?”.
Conclusão
Porque eu mesmo já passei por situações amargas, sei que não é fácil permanecer em atitude de louvor nessas ocasiões. Aprendi, por isso mesmo, o significado da letra do hino 278 CC para cantar nesses momentos. Em sua letra, as duas experiências estão presentes: sofrimento e louvor. É também cantando nas horas difíceis que podemos experimentar o que se conhece como o “poder do louvor”.