113. A Voz do Espírito

Apocalipse 2.29

A VOZ DO ESPÍRITO

Introdução

  1. Muitos crentes cometem dois erros básicos em seu relacionamento com Deus.

1.1. Um deles é pensar que esse relacionamento é uma experiência de mão única, isto é, pensar que apenas suas orações, súplicas, intercessões, ações de graças, adoração e confissão de pecados fazem parte desse relacionamento. Na verdade, também é necessário ouvir Deus através do Espírito Santo.

1.2. Outro erro é imaginar que a voz do Espírito é uma experiência semelhante à humana quando nossa voz precisa de um sistema respiratório pulmonar, equipado com diafragma, pulmões, laringe, vias aéreas superiores e vários outros músculos além de estruturas ósseas e cartilaginosas. Que precisa de um “aparelho fonador composto por um conjunto de órgãos: pulmões, brônquios, e traqueia, que produzem o ar que passa pelas cordas vocais” (https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/fonoaudiologia/a-fisiologia-da-voz/50978). Isto é, que a voz do Espírito precisa de um corpo com órgãos. Na verdade, tal fato não ocorre, pois o “espírito não tem carne e nem ossos” (Lucas 24.39).

  1. Por tudo isso, precisamos entender que o relacionamento com Deus inclui também ouvir a sua voz e de uma maneira totalmente diferente da que estamos acostumados.

Desenvolvimento

  1. Se a expressão usada por Jesus Cristo em suas revelações feitas a João apóstolo na ilha de Patmos se repetiu em todas as 7 igrejas, quando ele disse “quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz” sete vezes, isto significa que todas as igrejas, seus líderes e membros precisam ter sensibilidade espiritual para ouvir o que Deus está lhes dizendo também nos dias atuais.
  2. Jesus usou uma expressão semelhante a esta várias vezes para seus ouvintes. Ele dizia: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça” (Mateus 13.9). No caso de Jesus, era mais do que uma expressão idiomática significando disposição para dar atenção. Era uma expressão de interpretação literal chamando as pessoas para dar ouvidos, isto é, dar atenção à voz que saiu de seus lábios. Jesus falava usando seu corpo e queria que as pessoas prestassem atenção.
  3. No caso da voz do Espírito que precisamos aprender a ouvir, significa também mais do que ouvir o que Deus fala através das Escrituras, da leitura da Bíblia. É verdade que a Bíblia é a “Palavra de Deus” e que através de sua leitura podemos ouvir Deus nos falando nos textos escritos. Mas a o falar do Deus através do Espírito é uma outra experiência.
  4. Para comprovar essa possibilidade, vou usar dois argumentos mais do que suficientes para esclarecer.

4.1. A própria Bíblia é resultado dessa experiência de ouvir a voz de Deus. Vários de seus escritores dizem que escreveram o que Deus lhes falava: Jeremias 30.1; II Pedro 1.20-22).

4.2. Quem fala em nome de Deus dizendo que ouviu a sua voz tem que realmente ter vivido a experiência, senão está mentindo, se enganando ou tendo uma doença psiquiátrica de ouvir vozes.

  1. Se vocês se lembram de um testemunho dado pelo apóstolo Paulo a respeito dos seus critérios para agir e tomar decisões, vão recordar que ele declarou: “Agora, compelido pelo Espírito, estou indo para Jerusalém, sem saber o que me acontecerá ali, senão que, em todas as cidades, o Espírito Santo me avisa que prisões e sofrimentos me esperam” (Atos 20.21,22).
  2. Na verdade, muitos de nós já ouvimos a voz do Espírito em nosso relacionamento com Deus e em várias situações da vida, mas também cometemos o erro de confundi-la com a voz da consciência ou a voz da intuição. Ambas são faculdades da mente humana importantíssimas em nosso viver diário, mas a voz do Espírito é diferente.

Conclusão

Não estou dizendo que o relacionamento com Deus não pode ser constituído de nossas orações, súplicas, intercessões, ações de graças, confissão de pecados, adoração e leitura dos textos bíblicos. O que estou dizendo é que cada um de nós precisa ter sensibilidade espiritual para também ouvir o que Deus quer nos falar através do seu Espírito nos dias atuais.