II Tessalonicenses 2.1,2
SOBRE A VOLTA DE JESUS
Introdução
- Por causa da ameaça da energia nuclear global, da destruição crescente do meio ambiente, das crescentes catástrofes naturais e do surgimento de novas pandemias, mais uma vez há uma expectativa a respeito da proximidade do fim do mundo e da volta de Jesus Cristo.
1.1. Se, para um grupo dos crentes, essa expectativa estimula uma maior evangelização, uma crescente santificação e uma ardorosa certeza de ver novos céus e nova terra, para a maioria das pessoas, muitas vezes, constata-se um clima de ansiedade, inquietação, temor e perturbações, que podem chegar às raias do desespero.
1.2. Tais reações em nosso tempo não são diferentes das que ocorreram nos dias do apóstolo Paulo, quando ele também pregava sobre o fim do mundo a volta de Jesus Cristo. Esse tipo de mensagem apocalíptica provocava perturbações até mesmo entre alguns membros da igreja, alterando comportamentos sociais e familiares.
- Por isso, percebendo o que estava acontecendo com a proclamação do repentino fim do mundo e da iminente volta de Jesus Cristo, o apóstolo Paulo tomou a iniciativa de escrever esta segunda carta aos tessalonicenses, para esclarecer que o fim do mundo volta de Jesus não iria acontecer tão rapidamente quanto eles pensaram no primeiro momento.
Desenvolvimento
- A bem da verdade, os estudiosos dos textos das cartas apostólicas chegaram à conclusão de que realmente a maioria das pessoas estava esperando o fim do mundo e a volta de Jesus Cristo a ocorrer ainda no primeiro século.
1.1. As perseguições sofridas, a dispersão deles para outros lugares, a destruição do templo no ano 70 eram acontecimentos que os levavam a interpretar assim. “Segundo o historiador Charles Freeman, os primeiros cristãos esperavam a volta de Jesus dentro de no máximo uma geração após sua morte” (Segunda Vinda de Cristo, Wikipédia).
1.2. Por isso, não há como não interpretar o ardor evangelístico deles e o propósito de estarem preparados espiritualmente como decorrentes desse fato, assim como a desorganização social que muitos deles permitiram viver e que foi objeto de censora do apóstolo Paulo, nesta carta: “Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto, que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também. Porquanto ouvimos que alguns entre vós andam desordenadamente, não trabalhando, antes fazendo coisas vãs” (II Tessalonicenses 3.10.11). Eles diziam, em outras palavras: “Pra que trabalhar se o mundo vai terminar e Jesus vai voltar logo”. Paulo então tinha que esclarecer: “Não fiquem perturbados, como se o dia de Cristo já estivesse perto”.
- Os anos e séculos seguintes não foram diferentes. Vez por outra determinados acontecimentos levaram interpretes apocalípticos a mais uma vez anunciarem o fim do mundo e a volta de Jesus Cristo, gerando os mesmos efeitos: ardor evangelístico, maior consagração e perturbações sociais.
2.1. O ano de 999, no final do primeiro milênio, foi encarado como o último dia da humanidade na terra. Descrevendo os acontecimentos da época, alguém escreveu: “As pessoas abandonavam seus empregos; os fazendeiros cessavam de plantar ou de colher; casas e prédios eram abandonados; os historiadores paravam de registrar os fatos. O rico e o nobre, os príncipes e os bispos, abandonaram os amigos e as suas famílias e correram para a Palestina, para ficar onde Cristo retornaria. Ele iria voltar e estabelecer um trono terreno no Monte Sião. As pessoas abandonaram fortunas - os reis e os imperadores pediam para serem aceitos nos mosteiros para se juntar à ordens santas. Multidões de pobres dormiam nos pórticos dos prédios santos - ou pelo menos à suas sombras! O povo começou a ter fome, mas não havia milho, nem trigo, nem gado ou colheitas. Não foram feitas provisões porque breve tudo iria se acabar” (https://www.worldchallenge.org/pt/jesus-cristo-est%C3%A1-voltando). Se o apóstolo Paulo estivesse vivo, também teria escrito: “Não fiquem perturbados, como se o dia de Cristo já estivesse perto”.
2.2. Novamente no século XIX, William Miller, um pregador leigo, fez a surpreendente revelação de que Jesus voltaria em 1843. Ele havia se convertido e após quatorze anos de estudos, calculou que Jesus voltaria em 1843 em uma data específica. O seu livro “Provas Bíblicas e Históricas da Segunda Vinda de Cristo” continha tabelas, cálculos de minutos, certas provas de que 1843 seria o ano. Então, de 1839 até 1843 milhares de crentes de todas as denominações se convenceram de que Jesus voltaria. A data que ele havia marcado chegou. Multidões de pessoas, vestidas de roupa branca, depois de deixarem tudo para trás, foram até um monte esperar a vinda do Senhor. Tudo em vão. Miller remarcou a data, mas foi inútil. Houve muita evangelização e santificação, mas nem ele e nem as multidões tinham lido o que havia escrito o apóstolo Paulo: “Não fiquem perturbados, como se o dia de Cristo já estivesse perto”.
Conclusão
Falou-se que seria o fim do mundo e da volta de Jesus Cristo por ocasião da aproximação do cometa Halley, do alinhamento dos planetas, da chegada do ano 2000, das alterações na face do sol, da datação do calendário Maia. Há dias, uma jovem senhora, assustada com os atuais acontecimento mundiais, perguntou-me: “O Senhor não acha que estamos perto do fim do mundo e da volta de Jesus”. Logo, lembrei as palavras do apóstolo Paulo como base segura para lidar com tudo o que acontece em cada época: “Não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto. Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, o qual se opõe, e se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus”. O mundo vai acabar sim. Jesus Cristo vai voltar sim. Mas primeiro precisam aparecer o Anticristo e os sinais que serão vistos no universo.