48. Vocação Espiritual

Lucas 6.13-16

VOCAÇÃO ESPIRITUAL

Introdução

  1. No sentido profissional, vocação é a inclinação, a tendência, o direcionamento de uma pessoa para uma certa atividade de trabalho. Fatores hereditários, culturais e acadêmicos explicam porque uma pessoa escolheu uma determinada profissão. É verdade que existem muitas pessoas trabalhando em atividades para as quais não tem vocação, mas isto se explica tanto pela falta de oportunidade no mercado de trabalho quanto pelo interesse em ganhar mais dinheiro numa atividade mais valorizada. De qualquer maneira, a pessoa sempre admite, mais cedo ou mais tarde, que não está fazendo o que teria vocação para fazer.
  2. No sentido espiritual, sem ignorar fatores genéticos, culturais e acadêmicos, uma pessoa começa a perceber em seu coração que Deus a está escolhendo e chamando para atuar no serviço cristão, seja como pastor, missionário, músico ou educador religioso. Uma voz interior como a voz de Jesus Cristo, através do Espírito Santo, começa a falar mais alto do que a genética, a cultura, o preparo acadêmico, o mercado de trabalho e os altos salários. Acontece com a pessoas algo semelhante ao que aconteceu com os doze apóstolos quando Jesus o escolheu e nomeou.

Desenvolvimento

  1. Fazendo estudo de casos ocorridos conforme registros nas páginas da Bíblia, é possível perceber alguns detalhes muito interessantes para ajudar pessoas a confirmar o que estejam sentido nesse sentido.

1.1. Isaías e Jeremias foram chamados para o ministério profético ainda no ventre materno (Jeremias 1.5; Isaías 49.1). Mesmo que a consciência desse chamado e a execução dele só ocorram mais tarde, quando jovens ou adultos, o fenômeno acontece quando da gestação. Isto significa, que outras palavras, que os vocacionados nascem neste mundo para servir a Deus, mesmo que só o façam posteriormente ou até que nunca o façam por decisão pessoal.

1.2. Quando o apóstolo Paulo escreve a Timóteo sobre sua vocação espiritual para o ministério, ele menciona a participação de Timóteo como algo que ele começou a desejar em seu coração (I Timóteo 3.1). Esse querer que algumas pessoas sentem, essa vontade de ser pastor, missionário, músico pode significar que é um vocacionado. Também pode significar que a vocação espiritual não é imposta por Deus a quem quer que seja. Para servir ao Senhor, a pessoa também precisa sentir desejo de fazê-lo.

  1. Há que se observar, ainda, que mesmo Deus vocacionando e a pessoa querendo, a igreja de Jesus Cristo também participa do processo.

2.1. A igreja participa quando reconhece o fato e, consequentemente, endossa a vocação através da identificação dessas pessoas (Atos 9.15; 13.2).

2.2. A igreja participa quando envia essas pessoas vocacionadas, assumindo com elas responsabilidade pública através da imposição de mãos (Atos 13.3).

2.3. A igreja participa quando assume o sustento desses vocacionados através da oração e das ofertas de amor, sendo suporte deles para que não esmoreçam (Efésios 6.18,19; Filipenses 4.13-18).

Conclusão

Ninguém deve entrar no ministério se não tiver vocação espiritual. Ninguém deve se tornar pastor porque sente inclinação para falar em público. Ninguém deve se tornar músico porque gosta de cantar ou tocar instrumentos. Ninguém deve se tornar missionário porque sente desejo de viajar e conhecer lugares turísticos. Ninguém deve ser educador religioso porque sente necessidade de ensinar aos outros. Há várias profissões que estão de portas abertas para receber as pessoas que estão tendo essas experiências.

Todavia, se há uma vocação espiritual queimando em seu coração e que pode ser identificada como um chamado de Deus para o serviço cristão e se há um desejo nessa direção que vai cada vez mais se tornando irresistível, então tome a decisão de fazer o que Jesus quer, separando você para o ministério.