II Crônicas 18.15-17
MENSAGENS DESAGRADÁVEIS
Introdução
- É sempre bom ouvir palavras agradáveis que soam em nossos ouvidos como melodias aprazíveis, enchendo nosso coração de paz e tranquilidade. Aliás, às vezes são essas palavras que nós precisamos e procuramos, principalmente quando nos sentimentos ansiosos e angustiados. O livro de Provérbios chega a dizer: “As palavras agradáveis são como um favo de mel. São doces para alma e cura para os ossos” (Provérbios 16.24).
- Acredito que com base nessa verdade, vocês podem muito bem entender a reação do rei Acabe quando o rei Jeosafá quis ouvir o profeta Micaias. Acabe disse: “Há um homem por quem podemos consultar ao Senhor; porém eu o odeio, porque nunca profetiza de mim o que é bom, senão sempre o mal; este é Micaías, filho de Inlá” (18.7).
Desenvolvimento
- Mesmo que o rei Acabe pensasse assim do profeta Micaías, o rei Jeosafá quis ouvi-lo também, além dos outros profetas que já havia falado. Como não poderia deixar de ser naquela situação e ocasião, o profeta Micaías revelou que o sonho deles não se realizaria, o projeto não alcançaria êxito, a empreitada não teria sucesso. O profeta declarou: “Vi a todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas que não têm pastor”.
- Nós também precisamos entender em nosso viver diário que nem sempre o que Deus dirá a respeito de nossos sonhos, projetos e empreitadas será agradável. Nem sempre o que Deus dirá a respeito de nosso estilo de vida e de nossas atitudes serão palavras de aprovação. Nem sempre o que Deus dirá a respeito de nossa religiosidade ou vida espiritual será uma palavra de concordância.
- Por isso, quando associamos as mensagens de Deus com o ministério de profetas, de padres, pastores e missionários e conselhos de pessoas conhecidas, precisamos também estar atentos para não nos deixar levar por mensagens que sejam apenas agradáveis, motivacionais, positivas, aprovadoras.
3.1. Jeosafá percebeu que a vitória de sua vida não estava nos 400 profetas que só falaram palavras de bênçãos, pois estavam sendo guiados por espíritos malignos em vez de estarem na unção do Espírito de Deus.
3.2. Por causa dessa associação de palavras que buscamos e ouvimos da parte de profetas, pastores, padres, missionários e amigos que podem estar sendo conduzidos por espíritos malignos, o apóstolo João nos advertiu de modo incisivo: “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (I João 4.1). Daí o alerta dado pelo apóstolo Paulo se estivermos agindo assim: “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência” (I Timóteo 4.1,2).
- Foi em virtude dessa postura de não querer ouvir mensagens difíceis que muitos se afastaram de Jesus Cristo, quando ele pregou o sermão que ficou registrado em João 6.32-50. O texto informa que ao ouvir as palavras de Jesus, diziam: “Duro é esse discurso”. Em consequência, muitos de afastaram e não mais o seguiam como Senhor e Salvador (João 6.60, 66).
Conclusão
É inteligente estar disposto a ouvir não somente mensagens agradáveis que prometem o que desejamos ter ou endossam nosso modo de viver.
Mais ainda: profetas, padres, pastores, missionários e amigos que buscam aceitação, prestígio, fama e dinheiro realmente não estão interessados em corrigir nossos pensamentos, disciplinar nossos comportamentos, advertir sobre perigos, repreender atitudes pecaminosas.
Portanto, esteja acessível a ouvir também duros discursos ou mensagens desagradáveis, além de buscar palavras que sejam apenas doces como o mel.