91. Responsabilidade Mútua

Gênesis 4.9

RESPONSABILIDADE MUTUA

Introdução

  1. A convivência entre pessoas tanto pode ser positiva e construtiva quanto negativa e destrutiva. Sejam os relacionamentos profissionais, artísticos, esportivos, estudantis, sejam os relacionamentos familiares ou fraternos, eles têm sido objeto de notícias, quer através de conversas informais, quer através dos diferentes tipos de mídias.
  2. Ao longo da história e em todos os lugares não faltam exemplos de ambas as situações. Um dos mais conhecidos foi o do relacionamento entre dois irmãos chamados Caim e Abel. Num ambiente de hostilidades em que estavam presentes ciúme, egoísmo e inveja, essa convivência negativa e destrutiva chegou ao seu ápice com a atitude de Caim matar Abel, tornando-se o primeiro caso de fratricídio na face da terra.

Desenvolvimento

  1. Esta história poderia ser semelhante à de muitas outras que continuaram ocorrendo no mundo e que já foram noticiadas pela mídia. Houve, todavia, um fato que a distinguiu dos demais casos. Trata-se da intervenção divina que estabeleceu um diálogo espiritual sobre o que ocorrera.

1.1. Deus entrou na história e perguntou onde estava seu irmão Abel. No primeiro momento, Caim quis evadir-se dizendo que não sabia. Em seguida, mostrando uma certa agressividade fez um questionamento sobre sua responsabilidade com seu irmão. Perguntou: “Por acaso sou eu guardador do meu irmão?”. Em outras palavras, Caim estava dizendo que ele tinha a sua própria vida e o irmão a dele, razão porque não se sentia responsável pelo mesmo.

1.2. Deus então trouxe à tona o assassinato que havia acontecido e as penalidades consequentes que lhe seriam impostas. Afinal de contas, além de saber que era responsável pelo irmão, as infrações e crimes cometidos não ficariam sem consequências no Juízo Divino.

  1. Destacando especificamente a questão da responsabilidade mútua que Deus tornou clara à consciência de Caim, nós precisamos aprender de uma vez por todas que diante de Deus todos os seres humanos são responsáveis uns pelos outros em relação a tudo o que acontece.

2.1. Podemos enriquecer essa ideia de responsabilidade mútua com a prática da solidariedade. A palavra de origem francesa significa exatamente responsabilidade recíproca. Sendo um dos valores imprescindíveis no relacionamento humano, a Organização das Nações Unidas promulgou o dia 20 de dezembro como o “Dia Internacional da Solidariedade Humana”. Uma vez praticada, a responsabilidade recíproca ou solidariedade resulta na cooperação entre pessoas, identificação interdependente, comunhão de sentimentos, pensamentos e atitudes.

2.2. Nas páginas da Bíblia e principalmente no Novo Testamento, a propósito do relacionamento entre os irmãos das igrejas, a responsabilidade mútua aprece naquilo que chamamos de mutualidade: “orar um pelos outros”, “servir uns aos outros”, “aceitar uns aos outros”, “amar uns aos outros”, “falar bem uns dos outros”, “cumprimentar uns aos outros”, “cuidar uns dos outros”, “sujeitar-se uns aos outros”, “suportar uns aos outros”, “perdoar uns aos outros”, “ensinar uns aos outros”, “aconselhar uns aos outros”, “consolar uns aos outros”.

Conclusão

Assim como Deus quis que Caim cuidasse de Abel em vez de odiá-lo e mata-lo, Jesus Cristo também quer que nós sejamos responsáveis uns pelos outros. Aliás, Jesus deixou claro que a sociedade saberá que nós somos cristãos, verdadeiros cristãos, quando amamos uns aos outros (João 13.35). É claro que a responsabilidade mútua inclui a solidariedade e a mutualidade, porém vai muito mais além quando se torna um estilo de vida.