161. Amar a Si Mesmo

Mateus 22.39

AMAR A SI MESMO

Introdução

  1. Muitas pessoas têm experimentado amor a si mesmas, o que tem sido chamado de elevada autoestima. Essa experiência é visível em algumas atitudes, tais como vaidade, admiração diante do espelho, elogios às próprias competências, cuidados com o corpo, com o comportamento e com a vida em si mesma. Algumas chegam a exagerar nesse amor próprio se tornando narcisistas, a ponto de desenvolverem patologias. Foi a partir do pressuposto da experiência de amar a si mesmo que Jesus Cristo lembrou o mandamento de também amar o próximo ou o semelhante.
  2. Outras pessoas, todavia, por diversas razões, não conseguem amar a si mesmas, tendo o que se convencionou chamar de baixa autoestima. Esta experiência é visível no pouco valor que dão a si mesmas, na autoimagem negativa, ausência de admiração por quem é, falta de confiança no que faz, sentimento de rejeição, desvalorização de conquistas pessoais, críticas infundadas, dúvidas sobre si, complexo de inferioridade, exagero em agradar os outros, perfeccionismo, deficiência no ato de cuidado próprio, indiferença pela vida, pouco se importando em morrer.

Desenvolvimento

  1. Dependendo de cada pessoa, as razões da ausência de amor a si mesma ou baixa autoestima podem ser variadas. Têm sido diagnosticadas: críticas duras e constantes recebidas durante o desenvolvimento, excesso de cobrança por parte de familiares próximos na formação, experiência de rejeição e abandono em determinados momentos, exposição a constrangimentos públicos e bullying, experiência de abusos diversos, prática de atitudes erradas com sentimento de culpa. Para sentir baixa autoestima não é necessário ter todas essas causas; basta apenas uma delas.
  2. Além da baixa autoestima ser prejudicial à personalidade em sua imagem de si mesma e nos relacionamentos sociais, outros desconfortos e problemas psicológicos podem surgir como efeito: autossabotagem, ansiedade, síndrome de pânico, síndrome de impostor, transtorno bipolar, depressão, desejo de morrer. São efeitos percebidos quando a ausência de amor a si mesmo vai se prolongando na existência e outros sofrimentos se tornam estímulo associado. Por mais que esses quadros patológicos possam ser tratados pelos psiquiatras através de medicação e terapia, se a baixa autoestima não for resolvida, os tratamentos médicos são paliativos.
  3. Os profissionais da psicologia tem se colocado à disposição para atender essas pessoas, principalmente ajudando a identificar a ausência de amor a si, prejudicando o bem estar emocional, mental e social. Por não ser um distúrbio psicológico, os profissionais não tem um tratamento com uma terapia específica. Geralmente as estratégias estão relacionadas com a conscientização do problema e o aprendizado de formas para alterar esse sentimento, fortalecendo e elevando o amor a si mesmo. Sugestões são oferecidas como descobrir a causa principal, reverter essas causas, considerar-se valioso diante de si, evitar comparações com outrem, aceitar a si mesmo, livrar-se da culpa de acontecimentos, minimizar a crítica aos defeitos e erros, enxergar virtudes e qualidades, receber o amor de pessoas, agradecer sempre alguma dádiva recebida, olhar no espelho com outros olhos, valorizar a vida.
  4. Uma das experiências reconhecidas como transformadora da baixa autoestima é de natureza espiritual, quando pessoas conhecem o amor de Deus, visível num relacionamento pessoal com Jesus Cristo. Quando isto acontece, o testemunho é de que a experiência do amor de Deus passa a ser suficiente para desenvolver também o amor a si mesmo, além do amor ao próximo. Os atributos do amor de Deus, tais como incondicionalidade, graciosidade e eternidade transformam a mente e os sentimentos da pessoa, alterando inclusive os padrões estabelecidos na atividade cerebral através da sua plasticidade. Os pensamentos de autodestruição são substituídos por pensamentos de amor á vida, apesar dos pesares.

Conclusão

Muitos de nós sabemos das experiências humanas de Davi, cuja história está registrada na Bíblia, desde quando era pastor de ovelhas, depois guerreiro nas lutas e finalmente rei de um povo. O livro de salmos reproduz muito do que se passava em seu coração e em sua mente, registrando suas vitórias e derrotadas, conquistas e fracassos, virtudes e pecados, amizades e inimizades. Há uma expressão por ele proferida e registrada num dos salmos que mostra o quanto ele se sentiu amado por Deus a ponto de desenvolver amor a si próprio, apesar de tudo. Nesse salmo, em linguagem atualizada, aplicada a si, ele deixou escrito: “Quem sou eu para que me conheças e tenha amor por mim?” (Salmo 144.3). Se alguém nos levou a ter baixa autoestima, podemos aprender com Jesus Cristo a ter elevada autoestima. Basta crer e praticar.