105. Implicações da Presença de Deus

I Coríntios 14.23-25

Introdução

  1. Ano após ano, os crentes ouvem a afirmação de que ao se ajuntarem em ato de culto desfrutam da presença de Deus. Jesus disse: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu, no meio deles”, Também disse: “Eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”.
  2. Se de fato acreditamos que estamos juntos na presença de Deus, isto deveria fazer com que nossas atitudes e ações fossem calibradas, cuidadas, depuradas considerando a santidade do Senhor.
  3. Mais ainda: segundo o argumento de Paulo apóstolo, dependendo do que venhamos a fazer, pessoas não crentes que estejam presentes no culto podem concluir que estamos loucos, isto é, que perdemos o juízo, o bom senso, a sensatez. Na sua época, isto iria ocorrer a propósito de falarem línguas estanhas. Por isso, orienta a que o testemunho e a pregação inteligível fossem praticados para que as pessoas não crentes pudessem entender e adorar, reconhecendo a presença de Deus na congregação.

Desenvolvimento

  1. Em nossos dias e em nossas congregações poderíamos correr o risco de pessoas entrarem e, por outras atitudes e comportamentos nossos, julgarem que também estamos loucos?

1.1. Pessoas pensariam que perdemos o juízo se começarmos a gritar a propósito de fazer orações? Lembram de Elias no monte Carmelo? Ele disse aos profetas de Baal para gritarem porque Baal poderia estar ocupado ou dormindo (I Reis 18.27). Deus, porém, não é surdo e ouviu até o sussurrar de Ana em sua oração (I Samuel 1.12).

1.2. Pessoas pensariam que perdemos o bom senso se começarmos a fazer do ato do culto uma oportunidade dançante, a propósito de louvar ao Senhor e justificando em Davi que saltava diante do Senhor? É verdade que Davi dançava e que as danças religiosas fazem parte do judaísmo, budismo, maometanismo, do espiritismo, da macumba... Porém não existe no Novo Testamento nenhum registro de que Jesus e os apóstolos se requebravam e rodopiavam diante do Pai Celestial. A recomendação paulina  de decência e ordem continua em vigor (I Coríntios 14.40).

1.3. Pessoas pensariam que perdemos a sensatez se a título de reverência e solenidade nos comportássemos no ato culto como se estivéssemos numa cerimônia fúnebre pela morte de alguém? É verdade que Jesus morreu, mas ressuscitou e está vivo. Não sei como alguém pode prestar culto ao Deus vivo de modo inexpressivo, desinteressado, passivo, apático. Somos orientados a ser crentes fervorosos e avivados que expressam alegres cânticos e hinos de louvor a Deus, com intensas ações de graças (Efésios 5.18-20).

  1. Considerando que no ato culto realmente desfrutamos da presença prometida de Deus, razão porque o adoramos e podemos testemunhar pessoas não crentes se convertendo, devemos ser crentes que não façam do culto um ato de rotina religiosa, ritual mecânico, solenidade social, cerimônia vazia, gritaria insana, danceteria inacreditável.

Conclusão

Quando estamos na igreja, precisamos perceber que estamos diante de Deus e que os não crentes que se fazem presentes também precisam perceber que em cada um de nós existe juízo, bom senso e sensatez para que sejamos usados como instrumentos de conversão deles e possam adorar a Deus, reconhecendo a presença do Senhor entre nós.