Apocalipse 6.1-17; 8.1-4
OS SELOS DO APOCALIPSE
Introdução
- A principal razão para destacar, no estudo do livro do Apocalipse, a abertura dos sete selos é o fato de que a maioria dos acontecimentos que eles revelam está diretamente relacionada com o fim de todas as coisas, já em curso na história da humanidade.
- Esse fim de todas as coisas não só está diante de nossos olhos como resultado da superpopulação, da poluição, das tragédias ambientais, mas também tem sido admitido por eminentes cientistas que estudam os fenômenos em nosso planeta, conforme estudos que tem publicado. Como consequência, cineastas tem produzido filmes que se tornam evidência de que realmente a ficção estaria se tornando realidade, tais como “Armagedom”, “Impacto Profundo”, “A Soma de Todos os Medos”, “O Dia de Amanhã”, “Guerra dos Mundos”, “2012 – O Fim do Mundo”.
- Dentro dos propósitos de Jesus Cristo, desde quando fez as revelações ao apóstolo João, na Ilha de Patmos, o conhecimento antecipado desses acontecimentos finais nos ajudarão a lidar com eles quando ocorrerem.
O PRIMEIRO SELO
“Havendo o Cordeiro aberto um dos selos, olhei, e ouvi um dos quatro animais, que dizia como em voz de trovão: Vem, e vê. E olhei, e eis um cavalo branco; e o que estava assentado sobre ele tinha um arco; e foi-lhe dada uma coroa, e saiu vitorioso, e para vencer”.
1.1. Aparência desse cavaleiro é como se fosse Jesus Cristo, cavalgando num cavalo branco, tendo uma coroa e um arco e vindo para vencer. Aliás, alguns intérpretes até pensam assim por causa da semelhança com o cavaleiro que está referido em Apocalipse 9.11.
1.2. Na verdade, todavia, esse cavaleiro é o anticristo profetizado por Paulo em II Tess 2.1-3. A palavra anticristo significa “contra Cristo”, mas também significa “em vez de Cristo”, isto é, no lugar de cristo, uma imitação de cristo. Ele é um enganador.
1.3. Essa interpretação é facilmente confirmada pela sequência de abertura dos outros selos, os quais são anunciadores de tragédias.
O SEGUNDO SELO
“E, havendo aberto o segundo selo, ouvi o segundo animal, dizendo: Vem, e vê. E saiu outro cavalo, vermelho; e ao que estava assentado sobre ele foi dado que tirasse a paz da terra, e que se matassem uns aos outros; e foi-lhe dada uma grande espada”.
1.1. Os povos e nações lutam desde o princípio, inclusive a partir de Caim e Abel. A história da humanidade é uma história de guerras. No último século existiram a I e a II Grande Guerra Mundial. Na 1ª morreram 11 milhões. Na segunda, morreram mais de 72 milhões de pessoas. Durante a segunda metade do século 20, as guerras no mundo mataram três vezes mais pessoas do que se estimava anteriormente. Só para vocês perceberem: no século XVI morreram 1.600.000 pessoas; no século XVIII, 7.000.000; no século XX, quase 110 milhões.
1.2. O cavaleiro brandindo sua espada será cada vez mais visível nos últimos tempos, seja através da energia nuclear, seja através de bombas de última geração. Os tempos que nos esperam serão de mais guerras e mais mortos em todas as partes do mundo.
O TERCEIRO SELO
“E, havendo aberto o terceiro selo, ouvi dizer o terceiro animal: Vem, e vê. E olhei, e eis um cavalo preto e o que sobre ele estava assentado tinha uma balança em sua mão. E ouvi uma voz no meio dos quatro animais, que dizia: Uma medida de trigo por um dinheiro, e três medidas de cevada por um dinheiro; e não danifiques o azeite e o vinho”.
1.1. Embora sempre tenha existindo, em nosso tempo a fome vai se tornando cada vez maior. As estatísticas informam que no mundo 11 mil crianças morrem de fome por dia; mais de 800 milhões de pessoas são atingidas pelo flagelo da fome; 1 pessoa a cada 7 padece e fome; a cada 3,5 segundos morre um ser humano por fome.
1.2. Mais do que estatística para ser usada por políticos em campanhas eleitorais, a disponibilidade alimentar estará custando cada vez mais cara, tornando possível apenas aos que terão muito dinheiro a condição de se alimentar com fartura ou pelo menos adequadamente.
O QUARTO SELO
“E, havendo aberto o quarto selo, ouvi a voz do quarto animal, que dizia: Vem, e vê. E olhei, e eis um cavalo amarelo, e o que estava assentado sobre ele tinha por nome Morte; e o inferno o seguia; e foi-lhes dado poder para matar a quarta parte da terra, com espada, e com fome, e com peste, e com as feras da terra”.
1.1. Poucas pestes foram registradas ao longo da história, mas em uma, entre 1330 e 1340, chamada Peste Negra, foram registradas 25 milhões de pessoas mortas. Depois do século XIV até o século XVIII 10 pandemias (doenças que se espalham pelo mundo) foram registradas. Em nosso tempo, pelo menos 30 novas doenças foram descobertas em diversas partes do mundo nos últimos 20 anos. Os anos de 2021 e 2022 viram a morte de milhões de pessoas pelo coronavírus.
1.2. Acontecendo guerras e fomes torna-se inevitável a chegada de doenças através de vírus, bacilos, bactérias de maneira incontrolável, mesmo com o avanço da medicina. A morte sentada no cavalo amarelo irá ceifando vidas, inclusive através de animais.
O QUINTO SELO
“E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram.
E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? E foram dadas a cada um compridas vestes brancas e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam de ser mortos como eles foram”.
1.1. Vários hinos cristãos tem em sua letra as declarações a respeito do destino das pessoas que morrem em Jesus Cristo ao longo dos tempos. Esses hinos mencionam uma “terra feliz”, “lar celestial”, “querido lar”. Um desses hinos diz: “Para o céu por Jesus irei” e outro “Eu avisto uma terra feliz, aonde irei para sempre morar”. Essa experiência espiritual, celestial, eterna aguardada pelos cristãos para a hora da morte neste mundo foi vista pelo apóstolo João na Ilha de Patmos.
1.2. A visão não somente confirma o destino dos que acreditam em Jesus, mas também ensina que após a morte o que nos espera não é reencarnação, sem sono da alma, nem ficar na sepultura, nem purgatório, nem o fim. Mais ainda: é um estado consciente em que os salvos desfrutam de bênçãos representadas no relacionamento com Deus, nas “vestes brancas” e no “descanso”.
O SEXTO SELO
“E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue; E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte . E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares. E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas; E diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro; Porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?”
1.1. A abertura deste selo tem a peculiaridade de chamar nossa atenção para acontecimentos que vão ocorrer no céu, alterando o sol, a lua, as estrelas, cuja consequência é de alterar a crosta da terra, produzindo um terremoto de magnitude nunca vista antes.
1.2. Sobre o sol, é dito que ele vai escurecer. Em linguagem da astronomia significa o fim de suas atividades como estrela de 5ª grandeza. Isaías previu que o sol vai aumentar sua luminosidade sete vezes mais até desaparecer (Isaias 30.26). Em linguagem astrofísica significa que o gás hidrogênio hoje queimado vai acabar e começará a queimar apenas o gás hélio, fazendo com seu brilho aumente muito, tornando-se uma estrela gigante vermelha, até ser totalmente consumido, tornando-se em seguida uma estrela anã.
1.3. Sobre as estrelas caindo, em outras palavras significa uma chuva de meteoros. Essa chuva de meteoros está sempre ocorrendo e pode ser constantemente vista. Em linguagem mais simples, vocês conhecem como estrela cadente. A diferença desta chuva de meteoros aqui descrita e as que sempre estão acontecendo é que esta vai cair sobre a terra e produzir um inigualável terremoto.
1.4. Será um caos de tamanha proporção que apenas algumas imagens tem sido imaginadas em filmes apocalípticos, mas suficientes para causar pavor até mesmo aos que estão assistindo esses filmes nas salas de cinemas ou nas poltronas em seus lares. É visível que todos serão atingidos, desde os pequenos até os grandes, desde as casas mais simples até os mais altos edifícios. Serão cenas de terror, pavor, horror abalando todos os que rejeitaram Jesus Cristo.]
O SÉTIMO SELO
“E, havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora. E vi os sete anjos, que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas. E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono. E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus”
1.1. A abertura deste selo tem a singularidade de mostrar a importância que Deus dá às nossas orações, às intercessões que são feitas pelas pessoas, aos clamores que fazemos em ocasiões de angústia e aperto, aos suspiros que expressamos em nosso íntimo no dia a dia, às ações de graças que prestamos com outras pessoas em nossos lares.
2.1. Nesta cena do apocalipse, há detalhes que não podemos deixar de registrar em nosso coração.
2.1. Nossas orações realmente subiram e estão diante do altar de Deus. Assim como as orações de Davi estão registradas na Bíblia e você pode lê-las 3.000 anos depois, as nossas orações estão registradas nos céus, onde Deus as tem guardado uma por uma.
2.2. Não apenas as orações de alguns, mas de “todos os santos”, isto é, de “todos os crentes”, porque é isto que a expressão “santo” significa: crentes em Jesus Cristo, membros de uma igreja local.
2.3. Os anjos levam as orações até Deus. Elas são feitas aqui na terra e ouvidas por Deus no céu, mas são os anjos que as levam uma por uma: centenas, milhares, milhões de anjos sobem e descem para levar as orações até Deus.
Conclusão
Os sete selos eram um instrumento para que um livro, isto é, um pergaminho, fosse mantido fechado, depois de escrito. Quando Daniel recebeu uma revelação e recebeu a ordem de escrevê-la, também lhe foi dito para selar o livro, isto, vedar seu acesso às pessoas. Na Ilha de Patmos, João teve a visão de um livro fechado, mas não sabia quem poderia torná-lo acessível, abrindo os selos que o vedavam e tornar os acontecimentos públicos. Foi nessa hora que Jesus apareceu e abriu o livro, rompendo os selos (Apocalipse 5.5). Em outras palavras, Jesus Cristo quis que nós soubéssemos claramente o que irá acontecer antecipadamente no final dos tempos.
