49. Os efeitos de Uma Palavra

Êxodo 4.10-14

Introdução

  1. Se na busca do poder de Deus temos colocado a santificação como alvo de nossa vida e se temos confessado nossos pecados quando eles atrapalham esse alvo, o passo seguinte é perceber a importância que nossa fala tem para que o poder de Deus se manifeste.
  2. Na história do povo de Israel, entre a possibilidade de ser destruído pelos egípcios ou de ver aberto o Mar Vermelho, existiram dois tipos de palavras.

2.1. Um grupo de pessoas abriu a boca e disse palavras de medo, palavras negativas, palavras pessimistas, palavras de morte.

2.2. Moisés abriu a boca e disse palavras confiantes, positivas, corajosas e de vida.

Desenvolvimento

  1. Para estimular crentes a verem a manifestação do poder de Deus, associada a um tipo de palavra que dizem, como uma palavra imprescindível, alguns evangélicos estão fazendo diferença entre o significado dos termos gregos “logos” e “rhema” usados no Novo Testamento.

1.1. Explicam que “logos” foi usado para se referir à palavra escrita, no caso a Bíblia. O seu efeito espiritual ocorre quando as pessoas lêem a Bíblia.

1.2. No caso do termo “rhema”, foi usado para se referir à palavra falada. Seu efeito espiritual ocorre quando o crente fala, expressando sua fé. Quando a palavra de Deus é falada o poder de Deus se manifesta.

1.3. Do ponto de vista da gramática grega, os estudiosos do Novo Testamento não concordam com essa diferença. Para os eruditos, tanto “logos” quanto “rhema” podem significar palavra falada. Por mais que seja interessante esse tipo de estimulação para ajudar os crentes a usarem mais a sua fala de fé, não é verdade que o Novo Testamento faz essa diferença.

  1. Ocorre, todavia, que ao ler as histórias que narram a manifestação do poder de Deus, vocês não conseguem deixar de ver que sempre o poder de Deus se manifestou quando crentes abriram a boca e fizeram afirmações de fé, expressando que Deus iria agir.

2.1. Este episódio na vida de Moisés, antes das águas do mar se abrir mostra esse fato.

2.2. Quando Josué precisou que o dia se alongasse como expressão do poder de Deus, o texto bíblico registrou que ele abriu a boca e disse: “Sol, detém-te em Gibeom e tu, lua, detém-te no vale de Ajalom”. Ninguém mais conseguiu tal feito ao abrir a boca. Para acontecer com ele, foi necessária a sua palavra de fé, confiando no que Deus lhe revelara (Josué 10.12-14).

2.3. Ao ter que enfrentar seus inimigos, o rei Josafá se pôs diante do povo e abrindo a boca, afirmou: “Não temas, nem vos assusteis por causa dessa grande multidão, pois a peleja não é vossa, senão de Deus. O Senhor será convosco” (II Crônicas 20.15-17).

2.4. A propósito de terem visto a figueira se secar depois de Jesus a ela falar, os apóstolos ouviram Jesus ensinar-lhes: “Qualquer que não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que lhe disser será feito” (Marcos 11.23).

Conclusão

  1. Se não vamos aderir a essa doutrina de que palavra “rhema” é diferente da palavra “logos”, para justificar a necessidade de usar a boca para fazer afirmações de fé, precisamos perceber que se duvidarmos em nosso coração e expressarmos essa dúvida na fala negativa, duvidosa, pessimista, amedrontada, ou se crermos no coração mas ficarmos silentes, ausentes, indiferentes, evasivos, não estamos sendo instrumentos para a manifestação de Deus.
  2. O poder de Deus se manifesta quando existem crentes que creem no coração e fazem afirmações de fé com a boca. Quando afirmam confiantemente “Deus vai nos abençoar!