MENSAGEM PREGADA EM VÁRIAS SOLENIDADES DE ORDENAÇÃO E POSSE DE PASTORES EM VÁRIAS IGREJAS
João 21.15-17
'PASTOR POR AMOR"
Introdução
Para alcançar êxito no exercício do ministério, a maioria dos pastores estuda Homilética pensando em pregar da melhor forma possível, analisa os princípios da comunicação para que seja bem compreendido, esmera no marketing pessoal para ter uma boa imagem, além de ir a congressos, clínicas e cursos de atualização para adquirir mais qualificação. No entanto, eu continuo acreditando que de todas as atitudes, ações e ferramentas, a decisão de estar sempre na presença de Jesus Cristo continua sendo imprescindível, incomparável e insubstituível.
Desenvolvimento
- Aliás, no registro feito por Marcos, embora Jesus tenha dado poder e autoridade aos primeiros 12 pastores para curarem enfermidades e expulsarem demônios, eles foram escolhidos para que com Ele estivessem: “E subiu ao monte e chamou para si os que ele quis; e vieram a ele. E nomeou doze para que estivessem com ele e os mandasse a pregar e para que tivessem o poder de curar as enfermidades e expulsar os demônios” (Marcos 3.13,14).
1.1. Esse “estar com Jesus Cristo” foi mais tarde reconhecido como o segredo do êxito deles, inclusive pelos seus adversários: “Então, eles, vendo a ousadia de Pedro e João e informados de que eram homens sem letras e indoutos, se maravilharam; e tinham conhecimento de que eles haviam estado com Jesus” (Atos 4.13).
1.2. Pensando e acreditando que “estar com Jesus Cristo” é o mais importante, podemos melhor compreender essa experiência ao analisarmos a atitude de Eliseu para com Elias, depois de ter sido chamado para o ministério, na ocasião quando Elias jogou sobre ele a sua capa. Eliseu ficara admirado com o êxito do ministério de Elias. Havia previsto uma grande seca. Orou para que a chuva viesse. Multiplicou o azeite da viúva e ressuscitou seu filho. Enfrentou os profetas de Baal e fez descer fogo céu. Dividiu as águas do Jordão. Querendo também ser abençoado no ministério que iria iniciar, foi categórico com Elias, dizendo: “Vive o Senhor que não me apartarei de ti”. Sabia que não poderia começar sem ter o Espírito de Deus em seu coração e para isso insistia em estar com Elias. Muitos anos antes, Moisés também havia dito a Deus: “Se tua presença não for conosco, não nos faças subir daqui” (Êxodo 33.15).
1.3. Considerando os desafios ainda maiores no século XXI, quando os tempos são trabalhosos, com “homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, blasfemos, desobedientes, ingratos, profanos, sem afeição natural, irreconciliáveis, caluniadores, cruéis, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus.” (II Timóteo 3.1-4) e estando às vésperas da volta de Jesus Cristo e do fim do mundo, nossa oração deve continuar sendo a mesma: “Jesus, não te deixarei”. Seja em momentos devocionais de leitura da bíblia e orações, seja no meio das atividades diversificadas do ministério, sejam nas horas de lutas, problemas e dificuldades, sejam nas ocasiões de ações de graças e louvores, mantenha sua decisão de sempre estar na presença de Jesus Cristo, pois Ele também disse: “Estarei com vocês todos os dias até a consumação dos séculos”.
1.4. Estar com Jesus, que conosco também quer estar, continua sendo o segredo de um ministério pastoral abençoado. Nesse sentido, Ele foi muito incisivo quando declarou: “Sem mim nada podeis fazer” (João 15.5). Se a aquisição de competências, ferramentas, habilidades contribui para o aperfeiçoamento do ministério pastoral, toda essa capacitação será inútil ou não produzirá resultados espirituais e eternos se os pastores não admitirem que estar com Jesus é a atitude fundamental para terem autoridade e poder verdadeiramente espirituais, para o pleno êxito de seus afazeres.
- Outro aspecto de suma importância é a consequente motivação que alguém tenha a respeito de sua atividade pastoral. Se algumas pesquisas periodicamente realizadas revelam motivos que não seriam os mais indicados para essa atividade, o relacionamento contínuo com Jesus Cristo é que vai proporcionar a motivação do amor. Em vez de enveredar pelo ministério pastoral tendo como motivo ascensão social, prestígio espiritual, escolha por uma profissão remunerada, imitação da liderança existente e até mesmo uma recomendação eclesiástica, a pessoa tem como motivação exclusiva o amor a Jesus.
2.1. Essa idéia foi a determinante para que Pedro apóstolo assumisse o pastorado. Depois de evangelizar e fazer missões durante a primeira fase de seu relacionamento com Jesus, uma vez tendo sido escolhido entre os 12, Jesus Cristo apresentou a ele o desafio do pastorado tendo como base o amor. Por três vezes Jesus perguntou a Pedro se o amava. Nas três ocasiões o desdobramento prático do sentimento de amor foi a prática do ministério pastoral: “E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros. Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas. Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas” (João 21.15-17).
2.2. Aliás, a bem da verdade, diante dos inúmeros e inesperados desafios que fazem parte do ministério pastoral, somente o amor a Jesus dará condições de alguém exercer o pastorado pensando no sublime objetivo de receber de Jesus mesmo aprovação de seu trabalho, perseverando até que esse dia chegue. Resumindo numa expressão: ser pastor por amor.
Conclusão
Ao iniciar seu ministério pastoral minhas duas recomendações a você é que passe o maior tempo de sua vida na presença de Jesus e que só exerça sua atividade motivado exclusivamente pelo amor, seja amor a Jesus Cristo, seja amor às pessoas que nele passam a crer, pessoas que passam a estar sob seus cuidados.