127. A Humanidade de Jesus

Gálatas 4.4.

A HUMANIDADE DE JESUS

Introdução

  1. Em nossos dias, uma grande parte das pesquisas e documentários sobre a identidade de Jesus Cristo afirmam, com naturalidade, muito mais a sua humanidade do que sua divindade.

1.1. Aliás, não faltam nem mesmo famosas personalidades que reconheceram sua importância na história, mas fazem questão de afirmar que Jesus teria sido apenas humano.

1.2. Uma publicação na revista Veja de 06.05.2016 diz: “Os historiadores não buscam um ser divino, que é impossível de quantificar, medir e avaliar. O Jesus da história é estritamente humano”.

  1. Ocorre, todavia, que uma das dificuldades teológicas no primeiro século foi exatamente afirmar essa humanidade de Jesus, considerando principalmente seus milagres, sua reivindicação de perdoar pecados e seu poder de garantir a vida eterna. Essas prerrogativas o tornavam muito mais divino do que humano.

Desenvolvimento

  1. Foi exatamente em função dessas dúvidas, que o apóstolo João ao escrever suas epístolas insistiu na necessidade de declarar a humanidade de Jesus Cristo. João apóstolo deixou escrito: “Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que já agora está no mundo” (I João 4.2,3). Em outra carta, também declarou: “Porque já muitos enganadores entraram no mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Este tal é o enganador e o anticristo” (II João 1.7).

1.2. Para que não houvesse dúvida, as narrativas dos evangelhos que mostram os comportamentos de Jesus Cristo informam que ele sentiu sede e fome, ficou indignado, sentiu angústia, sentiu dores e chegou até a chorar.

1.3. Sob essa ótica, o apóstolo Paulo ao escrever sua carta aos Gálatas também expressou essa afirmativa sobre a identidade humana de Jesus Cristo ao salientar que era “nascido de mulher”, isto é, filho de Maria.

  1. Se a afirmativa da divindade de Jesus Cristo tem o objetivo de explicar a razão por que ele tem poder para perdoar pecados, realizar milagres e garantir a vida eterna, a afirmativa de sua humanidade tem o objetivo de mostrar sua identificação conosco, isto é, com nossa humanidade, assim como sua sensibilidade para nos compreender, amar e conosco se relacionar.

2.1. Este é o ensino do autor da carta aos hebreus, quando também faz declarações sobre Jesus: “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno
” (Hebreus 4.15,16).

2.2. Por causa de sua humanidade, Jesus Cristo pode apreciar com empatia nossas fraquezas, imperfeições, fragilidades, limitações, provações, tentações.

2.3. Por causa de sua humanidade, Jesus Cristo pode efetivamente nos confortar em nossas dores, nos aliviar em nossos sofrimentos, nos compreender em nossas falhas, nos perdoar em nossos pecados e nos fortalecer em nossos propósitos para prosseguir adiante.

Conclusão

Jesus pode realizar milagres, perdoar pecados e garantir a vida eterna porque era divino em sua identidade. Também pode ser sensível às experiências que vivemos neste mundo porque também era humano em sua identidade. Nascido de mulher, ele tem condições de nos ajudar em nossas necessidades. O ser humano tem capacidade para suportar certas experiências, situações e acontecimentos até certo ponto. Mas quando alcança seu limite, Jesus em sua sensibilidade vem ao nosso encontro para nos socorrer quando a ele nos dirigimos em oração.