Marcos 4.35-41
Introdução
- Se nós fossemos moradores de uma colônia de pescadores à beira de qualquer praia neste Estado ou no Brasil, tendo que sempre entrar no barco para pescar no mar, sujeitos a tempestades que açoitam as embarcações, jogando-as de um lado para outro, ao ler este episódio nós aprenderíamos que também nessas ocasiões teríamos que novamente confiar em Jesus, pedindo a Ele que novamente acalmasse a tempestade, fazendo cessar os ventos e as ondas do mar.
- Ocorre, todavia, que não sendo pescadores e nem tendo que estar no mar, precisamos aplicar este texto de outro modo. Nesse sentido, penso que a palavra do apóstolo Paulo aos cristãos na cidade de Roma, na Itália, é oportuna. Ele disse: “Tudo quanto dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que pela consolação das escrituras tenhamos esperança” (Romanos 15.4).
- Nesse sentido, o texto é oportuno para nós que vivemos no mar da vida e vez por outra somos surpreendidos por outros tipos de tempestades como perda de emprego, doença, morte, separação matrimonial, filhos nas drogas, conflitos relacionais, roubos, injustiças, pecados, calunias e difamação. Aplicando assim este episódio, podemos aprender algumas verdades muito interessantes para nos ajudar quando estivermos no meio das tempestades da vida
Desenvolvimento
- Saiba discernir se a direção que você está tomando na vida foi estabelecida por você ou por Jesus.
1.1. Neste episódio, quando eles entraram no barco para atravessar o mar em direção à outra margem, esta foi uma direção apontada por Jesus. Isto significa, em outras palavras, que quando Jesus nos aponta uma direção a seguir, Ele é responsável pela solução de todos os problemas que possam existir.
1.2. Então, se é você ou se sou eu, se somos nós quem queremos mudar de emprego, que fazemos um determinado investimento financeiro, se exageramos na gestão do tempo, se não nos alimentamos adequadamente, se escolhemos ter um romance extraconjugal, se desejamos experimentar os efeitos das drogas, se deliberamos ter conflitos e assim por diante, então, nós somos responsáveis por tudo o que acontece. Aliás, é com base nessa “responsabilidade pessoal” que vamos prestar contas a Deus de nossos atos e suas consequências.
- O fato de ser uma direção divina não significa que você vai velejar num mar tranquilo de águas calmas, sempre prosperando e tendo sucesso debaixo de um céu azul. O fato de ser Deus quem nos aponte uma direção a seguir como fez com Abraão a quem disse que deixasse sua terra e família e fosse para um lugar que Ele ainda iria mostrar, como fez Jesus quando disse ao rico que vendesse tudo e desse aos pobres, como fez o Espírito Santo que disse a Paulo para pregar aos gentios, não significa viver tranquilamente o tempo todo.
2.1. Os apóstolos foram surpreendidos por uma tempestade no meio da travessia... Surpresas e inesperados podem ocorrer a qualquer um, mesmo estando no centro da vontade de Deus.
2.2. Jó perdeu esposa e filhos, bens e prestígio. José foi parar numa prisão, onde passou a maior parte de sua juventude. Jeremias foi para um calabouço frio e escuro, vivendo tempos amargos. Paulo deixou escrito: “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;
Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na nossa carne mortal “(2 Coríntios 4:8-11). Por isso, Jesus foi muito claro: “No mundo tereis aflições”.
- Quando Jesus é quem nos aponta uma direção e está no barco da vida onde velejamos, seja qual for a tempestade, ele tem o poder de acalmá-la.
3.1. Pela ministração que Jesus fez aos apóstolos, parece-me que mesmo com tempestade o barco chegaria à outra margem sem afundar, pois Jesus nele estava e disse a eles: “Por que duvidaste?”
3.2. Todavia, ao ser despertado e ver a aflição dos apóstolos e a suplica que faziam, Jesus acalmou a tempestade e eles perguntaram: “Quem é este que até o vento e mar obedecem?”
3.3. É aqui que entra a prontidão de Jesus em atender nossas orações, pois Ele sabe que somos frágeis diante das tempestades da vida. Embora as arações devessem ser apenas de ações de graças e afirmação de fé, no meio das tempestades da vida todos nós nos colocamos diante de Deus com clamor e até com gritos de desespero, pois somos tomados pelos medos e temores próprios da natureza humana.
3.4. Estando na servidão do Egito, a Bíblia diz que “o clamor dos hebreus subia até Deus” (Êxodo 2.23,3.7).
3.5. O cego de Jericó clamava em gritos: “Jesus Filho de Davi, tem misericórdia de mim”.
3.6. Davi escreveu: “No meu desespero eu clamei ao Senhor, eu pedi que Ele me ajudasse. No seu templo Ele ouviu a minha voz e atendeu ao meu grito de socorro” (II Samuel 22.7).
Conclusão
Como não poderia deixar de acontecer, eles chegaram à outra margem. O objetivo foi alcançado.
Esta é mais importante lição que podemos aprender: se Jesus está no barco de nossa vida, aconteça o que acontecer, Jesus vai nos fazer chegar ao lugar que Ele determinou e cumprirá promessas que nos fez.