João 13.34,35
Introdução
- “Padrão” significa modelo ou regra: “Aquilo que serve como regra para medidas de peso, valor, comprimento ou quantidade, oficialmente estabelecida por autoridade” (Dicionário Michaelis).
- Ao falar sobre a importância do amor entre as pessoas, o que Jesus pretendeu foi estabelecer um novo padrão - nova regra ou modelo para esse amor. Nesse sentido, o conceito de “novo” não era o mandamento de amar, mas a sua base, seu fundamento.
Desenvolvimento
- O mandamento de amar uns aos outros já existia no Velho Testamento. Era o amor fraterno, principalmente entre os amigos, familiares, parentes e povo da mesma fé, inclusive os estrangeiros. Desde o tempo antigo, em seus relacionamentos pessoais e sociais, o povo de Deus aprendeu a relevância do amor fraterno (Levíticos 19.18; Deuteronômio 10.19). Já havia sido dito a eles, portanto, como mandamento: “Amarás ao teu próximo”.
- Também em outro momento, em seus dias, quando mencionou os dois grandes mandamentos, Jesus Cristo lembrou-lhes que junto como mandamento de amar a Deus havia o de amar ao próximo (Mateus 22.39; Marcos 12.33). Paulo o repetiu aos primeiros cristãos (Gálatas 5.14) e Tiago acentuou como lei real (Tiago 2.8).
- Voltando ao assunto do “padrão” ou “modelo”, a base existente, no entanto, para o mandando de “amar ao próximo” era o “amor a si mesmo”. Como as pessoas se amam a si próprias, como prática comum à maioria. Nessa ótica, foi ensinando que devemos amar as pessoas como amamos a nós mesmos.
- A novidade apontada por Jesus como padrão ou modelo ou regra não seria mais o amor que temos a nós mesmos, mas o amor que Jesus por nós demonstrou. Ele disse: “Como eu vos amei, amai uns aos outros” (João 13.34; 15.12).
4.1. A essa altura, faz-se necessário indagar se existe alguma diferença entre amor aos outros tendo como base o amor que temos a nós mesmos e o amor que Jesus por nós demonstrou?
4.2. Salta aos olhos, imediatamente, que o amor humano, mesmo por nós mesmos, é imperfeito. Quantos não gostam de si mesmos? Quantos às vezes se gostam e outras vezes se desgostam? Quantos até mesmo chegam a ter raiva de si próprios? Quantos não chegam ao ponto de serem masoquistas? Consequentemente, de modo adequado e na expectativa de Deus, estamos todos sujeitos a não cumprir o mandamento do amor ao próximo tendo como base o amor a nós mesmos.
4.3. Por outro lado, à luz da vida e da morte de Jesus Cristo, sabemos que seu amor por nós foi perfeito, pois cumpriu três requisitos básicos: era incondicional, era universal e era eterno. Jesus amava sem estabelecer condições prévias a sem cumpridas. Jesus amava a todos, sem nenhum tipo de discriminação. Jesus sempre amou as pessoas, como até hoje nos ama.
- Portanto, o novo padrão do amor que temos para amar às pessoas que nos cercam e até os inimigos, os que nos odeiam, os que falam mal, os que caluniam - é o amor de Jesus por nós (Lucas 6.27-30). Ora, só como amor de Jesus em nosso coração é que podemos viver essa experiência tão radical, que não existe em nossa natureza humana, por mais amorosa que seja.
Conclusão
É verdade que, se conseguíssemos amar as pessoas como amamos a nós mesmos, já seria uma nobre atitude humana, digna de receber um elogio e até um diploma. Todavia, o que Jesus nos ensinou vai um pouco além, colocando em prática o modelo do seu amor por nós. Ele acrescentou que somente dessa forma é que realmente seremos cristãos, isto é, com esse novo padrão é que realmente vamos mostrar ao mundo que somos seus discípulos (João 13.35).