146. Repetindo Ensinos

Efésios 3.1

REPETINDO ENSINOS

Introdução

  1. Considerando a excelência dos ensinos ministrados pelo apóstolo Paulo às primeiras igrejas que surgiram no primeiro século, parece que os membros da igreja de Filipos pediram que ele repetisse alguns deles, mas temiam que ele se aborrecesse com essa atitude.
  2. Como não era frequente a presença do apóstolo nas igrejas e em virtude de que não havia imprensa para que suas cartas pudessem circular em quantidades maiores, a única alternativa era ele repetir seus excelentes ensinos cristãos, a fim de que as ideias pudessem ser conservadas.

Desenvolvimento

  1. O problema é que, se para aquelas igrejas era bom repetir os ensinos e se para o apóstolo ele não se aborrecia de fazê-lo, parece que em nossos dias a prática de repetir o que já se ensinou ou pregou não é uma atitude bem recebida.

1.1. Por exemplo, muitos acham enfadonho que fiquemos falando repetidas vezes sobre oração, sobre pecado, sobre dízimos, sobre salvação e condenação, sobre a volta de Jesus, sobre os milagres que Jesus realizou, sobre o perdão e reconciliação...

1.2. É como se as pessoas quisessem continuamente receber novidades, para que tenham interesse em participar da igreja e dos cultos. Aliás, a título de comparação para entender a natureza humana, 70% das maiores empresas que mais estão lucrando são as que lançam novidades em livros, alimentos, revistas, televisão, celulares, roupas, calçados...

1.3. Certamente que por isso, algumas estão atraindo pessoas ao apresentarem novidades em seus cultos como falar línguas, provocar êxtases, estimular gritos e uivos, derrubar indivíduos no chão, prometer prosperidade financeira, praticar o cuspe e o sopro nos participantes, jogar o paletó no público, vender objetos abençoados, fazer as crentes pisarem no sal, impor as mãos em filas de fiéis...

  1. Quando as pessoas se convertem, são batizadas, tornam-se membros da igreja e começam a estudar os ensinos bíblicos, estas experiências se constituem em novidades, mas com o transcorrer do tempo e com a repetição natural delas, passa a existir um certo enfado, um inexplicável tédio, um incompreensível fastio, um inevitável aborrecimento.
  2. Por isso, cada um de nós precisa fazer uma autocrítica para saber se está interessado apenas em novidades que apareçam e que precisam variar ou se já aprendeu o valor da repetição dos ensinos cristãos.

3.1. Para o apóstolo Paulo, a repetição dos ensinos seriam instrumento de maior segurança doutrinária para eles. Quanto mais fixassem determinadas doutrinas, mais evitariam cair em heresias.

3.2. Para vários pedagogos da atualidade, a repetição de um conteúdo é uma técnica de aprendizagem cognitiva para que esse conteúdo seja fixado na memória. Para vários pedagogos atuais, a repetição auxilia na compreensão de conceitos complexos, simplifica o entendimento adquirido, permite perceber as informações mais relevantes, reduz o natural esquecimento, facilita a aprendizagem de novas habilidades, fornece autonomia no aprendizado (https://micropowerglobal.com/repeticao-espacada-do-conteudo/#:~:text=O%20que%20%C3%A9%20a%20t%C3%A9cnica,espa%C3%A7ada%20aquilo%20que%20deseja%20fixar).

Conclusão

Reconheço que buscar o novo faz parte de nossas necessidades em várias áreas da vida, mas tudo que é novo é desconhecido e precisa ser objeto de análise, verificação e comprovação. Além disso, por mais que apareçam novas músicas, elas surgem tendo como base as conhecidas notas musicais. Por mais que surjam novos livros, eles são criados a partir das antigas letras do alfabeto. Por mais que se criem novas telas de pintura, elas nascem com base nas tintas que já existiam. Por mais que se inventem novas tecnologias, elas brotam dos materiais já descobertos.

No caso das igrejas cristãs, são seus ensinos e doutrinas já estabelecidas que garantem segurança espiritual para nós e que evitam enveredarmos pelos caminhos da heresia. Por isso, também é inteligente repetir o que já foi ensinado antes.