209. O Espírito Santo Fala

Apocalipse 2.7,11,17,29; 3.6,16,22

O ESPÍRITO SANTO FALA

Introdução

  1. No sentido particular, estes textos querem dizer que aquelas 7 igrejas da Ásia Menor não viveram sem orientações do Espírito Santo de Deus, guiados apenas por seus líderes humanos, mesmo que fossem apóstolos.
  2. No sentido mais amplo, estes textos também querem dizer que as igrejas atuais recebem orientações do Espírito de Deus, não ficando apenas à mercê de serem guiadas por pessoas, por melhores que sejam. Essas orientações podem variar de igreja para igreja, pois cada igreja tem suas próprias necessidades, mas todas as igrejas cristãs podem saber o que Jesus Cristo quer de cada uma delas.

Desenvolvimento

  1. O Espírito Santo de Deus fala às igrejas porque esta é a maneira atual de Deus conduzir o seu povo sobre a face da terra. Enquanto estava no mundo, Jesus era o mensageiro de Deus, conforme o autor da carta aos hebreus declarava: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho” (Hebreus 1.1).
  2. A partir de sua ida para o céu, conforme ele mesmo prometeu, quem estaria transmitindo a vontade de Deus para seu povo e para as igrejas seria o Espírito Santo por ele enviado. Jesus disse: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre. Todavia digo-vos a verdade, que vos convém que eu vá; porque, se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, quando eu for, vo-lo enviarei. E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo. Do pecado, porque não crêem em mim;
    Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado. O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós”
    (João 14.16; 16.7-11).
  3. Ao falar, o Espírito Santo tem o objetivo de guiar, ensinar, advertir, consolar, proteger, lembrar, convencer, esclarecer, glorificar a Jesus Cristo. A dificuldade de muitas pessoas em compreender esse fato sobrenatural é que associam a fala do Espírito Santo com a fala do sistema orgânico do corpo humano, quando 16 músculos aritenoides imprimem movimento às suas cartilagens, que comprimem e distendem as cordas vocais, dando-lhes 170 posições diferentes, que vibram com o impulso do ar que vem dos pulmões, articulado pelo diafragma. Em outras palavras, pensam que o Espírito Santo de Deus também teria necessidade desse sistema orgânico para emitir a sua fala.
  4. O Espírito Santo de Deus, todavia, não tem corpo, nem sistema respiratório e nem cordas vocais para emitir sons. Explicando essa constituição do Espírito de Deus, Jesus esclareceu após a sua ressurreição: “Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois, um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lucas 24.39).
  5. Se as pessoas não pudessem ouvir a fala do Espírito de Deus, mesmo sem ter um corpo, Jesus Cristo não teria dito 7 vezes às 7 igrejas da Ásia Menor: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas”. Para Jesus Cristo, portanto, o problema não é o falar do Espírito Santo, porém o ouvir das pessoas.

5.1. Aliás, se uma pessoa diz que ouviu o Espírito de Deus e não ouviu, ela é mentirosa, enganadora, blasfema. Além do mais, através do profeta Jeremias, Deus fez esse tipo de denúncia como algo que estava acontecendo: “Eis que eu sou contra os profetas, diz o Senhor, que usam de sua própria linguagem, e dizem: Ele disse” (Jeremias 23.31).

5.2. Muitos tem ouvido a voz do Espírito, mas a confundem com a voz da consciência ou voz da intuição ou voz do delírio e, com esta atitude incrédula, esvaziam a experiência sobrenatural de comunhão com Deus e ficam sem rumo a seguir.

Conclusão

Tendo certeza de que o Espírito fala, nossa atitude não deve ser a de resistência a ela, como Estevão denunciou estar ocorrendo em seus dias (Atos 7.51). Não deve ser a de entristecer com a dúvida, como Paulo apóstolo recomendou aos efésios (Efésios 4.30). Não deve ser de anular a experiência, como Paulo recomendou aos tessalonicenses (I Tessalonicenses 5.10).

Um crente estava regressando de viagem para sua casa, debaixo de uma tempestade. De repente, ouviu uma voz que lhe dizia para parar o carro. Quis insistir, mas resolveu parar e dormiu ao volante, na beira da estrada. Pela manhã, quando abriu os olhos e reiniciou a viagem de regresso, viu que a ponte à sua frente estava destruída pela tempestade. Agradeceu a Deus porque fora salvo ao acreditar que o Espírito lhe falava e ele obedeceu.