Lucas 8.1-3
- Numa época quando a mulher está sendo cada vez mais reconhecida e valorizada, marcando sua presença no mercado de trabalho em geral, na presidência de países, ministérios e secretarias de governos, atividades esportivas e até em viagens espaciais, ao realizarmos este culto não poderíamos deixar de também reconhecer e valorizar a mulher na obra de Deus, tanto no passado quanto no presente.
- É evidente que ao adotar esta atitude, nós estamos levando em consideração o “Dia Internacional da Mulher”. Todavia vocês precisam saber que esta atitude tem outro fator determinante. Estamos nos referindo ao inegável fato de que a atual obra que Deus está realizando em quase todo o mundo para divulgar o evangelho de Jesus Cristo tem uma inegável e marcante presença feminina.
Desenvolvimento
- Se não foi fácil a mulher ocupar os espaços profissionais, financeiros, políticos, militares, também não foi fácil ocupar esse espaço religioso onde cada vez mais está atuando. Duas razões pesaram contrariamente ao longo dos séculos: A) se no início apenas os homens foram escolhidos por Jesus para a pregação, por que deveríamos fazer diferente? B) A mulher não deve ter autoridade sobre o homem, de acordo com o ensino bíblico tradicional, pois foi a mulher quem permitiu a entrada do pecado no mundo, inclusive exercendo influência negativa sobre o homem no Jardim do Éden.
- É verdade que essas duas interpretações impediram que a mulher pudesse ser ordenada pastora em várias denominações e igrejas, mas também é verdade que, mesmo assim, elas aceitaram o desafio da vocação religiosa e deixando tudo também estão hoje nos campos missionários e se tornando pastoras em várias igrejas locais.
2.1. Olhando a obra missionária que está sendo realizada pelos batistas brasileiros em vários países, segundo informações estatísticas, temos 580 missionários, somando os brasileiros e os nativos de cada país. Eles estão em 13 países da África, 10 das América, 16 na Ásia, 20 na Europa. Nesse exército de Deus há uma impressionante presença da mulher pregando o evangelho.
2.2. Pensando em resultados, inegavelmente quando ficamos sabendo que foram realizados batismos, organizadas novas igrejas, registradas decisões de receber Jesus Cristo, precisamos reconhecer que o Poder de Deus através da Palavra pregada chegou ao coração das pessoas por causa de atitudes principalmente femininas na abordagem evangelística, quais sejam: escuta, diálogo, cooperação, delicadeza, sensibilidade, compreensão, paciência, solidariedade, simpatia, intuição, dedicação, entrega pessoal. Certamente que as atitudes masculinas de coragem, força, argumentação e firmeza são muito importantes, todavia, é impossível negar o valor de atitudes genuinamente femininas na obtenção de resultados, na obra de Deus.
- Para que vocês não pensem que essa atuação feminina aconteceu nos últimos tempos, foco agora o texto que lemos juntos, para que vocês enxerguem três verdades magníficas que foram registradas na Bíblia.
3.1. Se no grupo que acompanhou Jesus de cidade em cidade estavam presentes Maria Madalena, Joana, Suzana e muitas outras, isto significa que Jesus tomou a defesa delas num mundo predominantemente masculino, dando a elas valor, prestígio e reconhecimento, fazendo com que no grupo existisse um lugar garantido para elas.
3.2. Se Maria Madalena, Joana, Suzana e muitas outras estavam com Jesus, mesmo tendo compromissos familiares, profissionais e pessoais, significa que foram sensíveis ao chamado de Jesus, sendo capazes de a Ele se consagrar, separando um tempo para com Ele estar, pois Jesus estava indo de cidade em cidade.
3.3. Se elas O “serviam com suas fazendas”, isto é, com seus bens, com seus recursos financeiros, significa que haviam aprendido o ensino do dízimo e da oferta, pautando a vida pela liberalidade na entrega de suas contribuições. Não precisou Jesus falar muito sobre a necessidade de contribuir, de argumentar sobre a obediência no ato de dizimar, de motivar para que entregassem as ofertas missionárias.
Conclusão
- Antes do terremoto que aconteceu no Haiti, principalmente em Porto Príncipe, por 12 dias, um grupo de missionários voluntários brasileiros lá esteve para pregar o evangelho de Jesus. Milhares de pessoas foram alcançadas, com centenas de conversões. Entre esses voluntários estava Nathália Pacheco, da PIB de Ribeirão Preto. Em seu testemunho, depois que voltou ao Brasil, ela escreveu: “O que mais me tocou foi sentir o Senhor usar a minha vida para transmitir o Seu amor por aquele povo”, relata, ressaltando ainda que havia estudado francês durante três anos, sem muito propósito. Achava o idioma bonito, mas hoje vejo que, na verdade, o Senhor já havia preparado tudo para a viagem ao Haiti. Esta viagem representou um amadurecimento espiritual para mim e foi um divisor de águas; não posso me preocupar apenas com a minha salvação e decidi que levarei a amor de Deus aos confins da Terra”. Nathália foi instrumento de Deus para que na estatística dos mais de 100 mil mortos, muitos deles, na hora da morte pelo terremoto, pudessem fazer a oração de salvação, dizendo: “Jesus estou morrendo; me leva para o céu. Eu te recebo em meu coração como meu Salvador pessoal. Amém!”
Bendita seja, portanto, a mulher em suas múltiplas atividades, principalmente as que trabalham na obra de Deus.