116. Emoções na Religião

João 11.35

EMOÇOES NA RELIGIÃO

Introdução

  1. Expressar emoção é a reação que pessoas têm diante de certos acontecimentos da vida ou certas atitudes de outras pessoas, sejam positivas, sejam negativas. Estão presentes nos esportes, na política, nas finanças, no trabalho, no turismo, nos relacionamentos e não poderiam deixar de também se fazer presente na religiosidade.
  2. Os estudos da Psicologia da Religião já comprovaram esse fato a ponto de constatar que “sem motivação emocional, a religião é de valor duvidoso, exceto como relíquia de museu” (Paul Johnson). Em outras palavras, quando a emoção não está presente na religião, esta se torna formal, mecânica, obrigatória, ritualística, árida.
  3. Revelando essa verdade, o texto lido mostra Jesus Cristo expressando uma grande tristeza, a ponto de chorar, quando Lázaro morreu. Essa mesma emoção, ele mostrou quando numa certa ocasião se aproximou da cidade de Jerusalém. Lucas registrou o fato, escrevendo: "E, quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela” (Lucas 19.41). Em outros momentos, os textos registram que ele se alegrou também quando os discípulos voltaram de uma ação evangelística com muitos resultados (Lucas 10.21). Igualmente, expressou indignação, compaixão, amor.

Desenvolvimento

  1. Se as emoções fazem parte da vida religiosa, a partir do próprio exemplo de Jesus Cristo, elas também estiveram presentes na vida dos primeiros discípulos e fazem parte da vida dos que hoje são crentes.

1.1. Por ocasião da entrada triunfal em Jerusalém, Lucas registra que a multidão “regozijando-se, começou a dar louvores a Deus em alta voz, por todas as maravilhas que tinham visto” (Lucas 19.37). A multidão estava com as emoções à flor da pele diante da fascinante personalidade de Jesus, manifestando muita alegria.

1.2. Escrevendo aos primeiros cristãos, o apóstolo Paulo também recomendava que as emoções fizessem parte da vida religiosa: Romanos 12.15; 13.8; I Coríntios 5.2; II Coríntios 3.12; Filipenses 4.4.

1.3. Em nossos dias, ai de nós se em nossa religiosidade não expressássemos alegria diante das vitórias, coragem diante dos desafios, amor uns para com os outros, indignação diante das injustiças, compaixão diante dos necessitados, contentamento nas ações de graças.

  1. Os únicos problemas que existem quanto às emoções são os momentos quando elas saem foram do controle da razão ou quando elas são usadas para manipular as pessoas.

2.1. Quando as emoções extrapolam os limites, se forem positivas levam as pessoas à euforia, que pode se tornar estado patológico de perda da realidade. Quando são negativas, podem levar pessoas a estados de infelicidade existencial, afetando desempenho e relacionamentos. Nestes dois casos, o crente deve exercer controle sobre as emoções, como recomendava o apóstolo Paulo: Efésios 4.31: Colossenses 3.8.

2.2. Quando as emoções são usadas, principalmente por líderes, oradores, formadores de opinião, influenciadores, propagandas, as pessoas se tornam objeto de manipulação através de palavras, gestos e atitudes, imagens, ameaças, chantagens. Situações como carência afetiva, dependência financeira, personalidade fraca, necessidade de agradar e outras semelhantes podem ser usadas pelos manipuladores, o fere os valores e princípios cristãos.

Conclusão

Se as emoções fazem parte da vida, inclusive da vida religiosa, para que estejam dentro dos limites de sua expressividade, a melhor maneira é equilibrá-las com a fé e a razão. Através da fé, o crente pode ter suas emoções controladas pelo Espírito. Através da razão, o crente pode ter suas emoções controladas pelo bom senso. A nossa fé nos ajudará a entender que devemos seguir apenas a Deus, em Cristo Jesus, evitando manipuladores. Nossa razão nos ajudará a entender que as emoções precisam estar sob controle para que não sejamos prejudicados. Desse modo, as emoções serão como tempero em nossa religião, tornando-a uma experiência agradável em nosso dia a dia.