Marcos 9.24
UM ATEU DIFERENTE
Introdução
- É verdade que a palavra ateu pode ser aplicada tanto a pessoas que não acreditam em Deus como a pessoas que não acreditam em deuses. Por exemplo: se eu morasse na Índia, onde a maioria da população acredita na existência de cerca de 330 milhões de divindades, eu poderia ser considerado um ateu ou ateísta. Todavia, nesta parte do mundo ocidental, a palavra refere-se principalmente a quem não acredita em Deus, nem em Jesus Cristo e nem na Bíblia.
- Nesse significado, as estatísticas mais recentes indicam que no mundo ocidental existam cerca de 3% ateus, embora as estatisticas também informem que cerca de 9% da população brasileira e 14% da população do mundo se declarem sem religião e sem igreja(https://pt.wikipedia.org/wiki/Demografia_do_ate%C3%ADsmo). Também as estatísticas informam que o país onde mais existem ateus é a Suécia, isto é, cerca de 85% da população se declaram ateísta ou sem religião e sem igreja(https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-e-o-pais-com-mais-ateus-no-mundo/).
Desenvolvimento
- Definindo o que seja um ateu, um dos sites mais conhecidos que os representam nas mídias sociais no Brasil (ateus.net) explicou claramente assim: “na sociedade ocidental o termo ateísmo foi utilizado mais especificamente para designar a negação do teísmo, particularmente o judaico-cristão, que afirma a existência de um Deus pessoal todo-poderoso, todo-sabedoria e todo-bondade. Esse ser criou o Universo, preocupa-se ativamente com problemas humanos e guia sua criação através da revelação divina. O ateísmo “ativo” rejeita esse Deus e as crenças a ele associadas, como a na vida pós-morte, na predestinação, nas origens sobrenaturais do Universo, nas almas imortais, na revelação da natureza divina através da Bíblia e do Corão e na fundamentação religiosa da moral” (https://ateus.net/artigos/ateismo/ateismo).
- No caso específico desse indivíduo que se encontrou com Jesus Cristo com um filho tomado por espírito maligno, ao ser confrontado com a necessidade de acreditar para que fosse libertado, respondeu dizendo “ajuda a minha incredulidade”. Sem nenhum constrangimento, em outras palavras, declarou que era um ateu.
2.1. Aliás, encontrar com ateus não foi uma novidade nos relacionamentos de Jesus Cristo com as pessoas. Ao chegar à cidade de Nazaré, onde havia sido criado, o registro do ocorrido feito por Mateus diz que ele “não fez ali muitas maravilhas por causa da incredulidade deles” (Mateus 13.58; Marcos 6.6).
2.2. Escrevendo aos romanos sobre essa maneira de ser ou estilo de vida desde os tempos antigos, o apóstolo Paulo disse: “Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis; porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e o coração insensato deles obscureceu-se” (Romanos 1.20-21).
- Evidentemente que os ateístas não se identificam assim sem apresentarem motivos e argumentações. Além de ser um posicionamento filosófico, o ateísmo também tem sido uma consequência de experiências de sofrimento e perdas pessoais, quando indivíduos dizem não ter recebido a ajuda de Deus nessas horas ou que interpretaram que Deus não se fez presente, quando precisaram de socorro ou quando Deus deixa tragédias acontecerem. Outro motivo apresentado diz respeito às guerras feitas por religiosos uns contra os outros, do fanatismo religioso que resulta em conflitos doutrinários, da rejeição às descobertas científicas que desacreditam a Bíblia e do proselitismo de crianças que são arregimentadas para suas fileiras. O apóstolo Paulo, todavia, apresentou o principal motivo que explica a existência dos ateus. Ele escreveu aos coríntios: “Se o nosso evangelho está encoberto, para os que estão perecendo é que está encoberto. O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2 Coríntios 4:3,4). A mais importante obra do Maligno é fazer as pessoas negarem a existência de Deus e de Jesus Cristo, assim como da relevância da Bíblia.
Conclusão
A melhor opção para os ateístas de nosso tempo é também terem a mesma atitude do indivíduo que se encontrou com Jesus. Se por um lado ele declarou sua incredulidade, por outro lado, pediu a Jesus para que o ajudasse a crer. Foi um ateu diferente! Em outras palavras, ninguém se torna crente em Deus apenas porque assim queira ou porque se esforce para crer ou porque possa reunir provas a respeito da existência de Deus ou porque assim decida. Em outras palavras, até mesmo o ato de crer é uma dádiva de Deus. É como escreveu um dos mais importantes ateístas da atualidade, Richard Dawkins, no seu livro “Deus, Um Delírio”: “Acreditar não é uma coisa que se possa decidir como se fosse uma questão política. Não é pelo menos uma coisa que eu consiga decidir por vontade própria. Posso decidir ir à igreja e posso decidir recitar a novena, e posso decidir jurar sobre uma pilha de Bíblias que acredito em cada palavra escrita nelas. Mas nada disso pode realmente me fazer acreditar se eu não acreditar” (pg.116). A Bíblia ensina: “Pela graça somos salvos, mediante a fé e isto não vem de vós. É um dom de Deus” (Efésios 2.8). Assim aconteceu com o famoso escritor Lew Wallace, com o famoso cientista Pascal, com o famoso filósofo C.S. Lews e pode acontecer com você. Receber a dádiva de acreditar!